Ler O Marido Malvado – Capítulo 60 Online

Modo Claro

Eileen sempre achou enigmáticas as demonstrações esporádicas de emoção de Cesare. A intensidade de seus sentimentos a deixava atônita, e suas palavras e ações frequentemente soavam estranhas. Ela queria compreender o que havia provocado tamanha mudança nele.

No entanto, perguntar ao homem, diretamente, sobre a razão de sua transformação não era tarefa fácil. Enquanto Eileen estava tensa e trêmula, Cesare permanecia relaxado e sereno. Ele balançou levemente a mão que Eileen segurava, fazendo com que ela a soltasse surpresa. Rapidamente, Cesare agarrou seu pulso, impedindo-a de fugir.

O pulso de Eileen era muito menor em comparação com sua mão grande, o que permitia a Cesare segurar facilmente ambos os pulsos dela com uma só. Ele segurou seu pulso com firmeza e falou de maneira calma, como se nada tivesse acontecido.

— Você não estava curiosa sobre a cicatriz?

— Eu também estou curiosa sobre isso.

Ela havia perguntado primeiro sobre a aliança, pois parecia a coisa certa a fazer. Havia em sua mente uma vaga sensação de que a aliança o desaparecimento da cicatriz estavam, de algum modo, conectados.

Com determinação, Eileen olhou para Cesare, resolvida a obter respostas dele. No entanto, sua coragem se dissolveu assim que encontrou seus olhos carmesim.

Subitamente, ela sentiu uma dor aguda, Cesare estava segurando seu pulso com muita força. Ela sussurrou suavemente para ele.

— Está doendo…

Apesar de seu pedido cauteloso, Cesare não soltou imediatamente. Ele a fitou intensamente por um momento antes de afrouxar lentamente a pressão. Então, começou a esfregar a marca vermelha deixada em seu pulso, seus lábios se separando para falar.

— Eu li seu diário — sussurrou ele com um sorriso travesso, os olhos se curvando como luas crescentes. — Foi bastante fofo, Eileen.

Seu coração afundou ao ouvir menção ao seu diário. Ele continha todos os seus pensamentos e sentimentos mais banais, incluindo cada emoção que nutria por Cesare, tanto de amor quanto de ressentimento.

O diário era seu refúgio emocional, um lugar onde despejava seus sentimentos e depois os esquecia. Ela nem sequer conseguia lembrar o que havia escrito nele. A ideia de Cesare ter lido tudo a fazia querer fugir, mas reprimiu o impulso e tentou pensar com calma. O que Cesare dizia parecia logicamente impossível

— Mas… você não teve tempo para fazer isso.

Eileen apontou cautelosamente a inconsistência, o que apenas aprofundou o sorriso de Cesare. Ela fitou aqueles olhos profundos e intensos, neste momento, um tom escuro e carmesim brilhou neles. Eileen mordeu o lábio.

‘Aqueles olhos de novo.’ 

Eles continham emoções dolorosamente pesadas e profundas que ela não conseguia decifrar.

Cesare não respondeu à sua observação. Em vez disso, levou seu pulso, marcado por sua pegada, aos lábios e pressionou um beijo prolongado sobre a marca vermelha antes de finalmente falar.

— A cicatriz na minha mão… — Sua resposta foi vaga e deixou Eileen ainda mais perplexa. — Foi o preço que precisei pagar. Assim como você se tornou a Arquiduquesa para evitar a execução, eu tive que pagar um preço adequadamente a altura.

Suas palavras não faziam sentido. Na verdade, não eram destinadas a serem compreendidas por ela. Com sua resposta, Eileen teve certeza: Cesare não queria que ela soubesse a verdade.

A euforia que sentiu momentos antes desabou no chão. Coberta pela poeira metafórica, Eileen refletiu consigo mesma.

‘Posso ser a Arquiduquesa, mas continuo sendo alguém que apenas recebe.’

Um peso incômodo, em vez de um apoio. Fazia todo o sentido que Cesare não pudesse confiar nela, mas, ainda assim, seu coração doía. Era como se alguém tivesse estourado seu doce sonho com uma agulha afiada.

A dura realidade a feriu. Mas Eileen, se recusando a desistir, reuniu o último resquício de coragem.

— Eu não entendo o que você quer dizer, — ela disse, olhando para Cesare cautelosamente. — Pode explicar com mais detalhes?

Deve ter parecido desesperadamente esperançosa, mas Cesare rejeitou friamente seu pedido.

— Agora, não.

Embora não quisesse, ser rejeitada de maneira tão direta por ele fez seu coração doer mais do que nunca. Era como se Cesare tivesse confirmado publicamente sua inutilidade. Os lábios de Eileen se moveram sem som por um momento antes que ela respondesse, em voz baixa:

— Está bem…

Relutante, incapaz de sustentar seu olhar por mais tempo, ela baixou os olhos. Sem forçá-la a levantar a cabeça, Cesare envolveu gentilmente o rostinho de Eileen com a mão. Ele simplesmente acariciou sua bochecha em silêncio por um tempo e falou.

— Quando te conheci, você estava chorando. E até mesmo no fim você chorava.

O silêncio pairou entre eles por um momento.

— Agora, se existe algo que possa fazê-la chorar, quero adiar isso o máximo possível. 

Eileen respondeu com a voz trêmula, o nariz levemente contraído enquanto se esforçava para falar:

— Eu… eu sinto vontade de chorar agora mesmo…

— Está tudo bem chorar um pouco.

A questão de quanto chorar pairou pesadamente no ar. Reprimindo um soluço, Eileen mordeu os lábios, apenas para ser surpreendida com um beijo de Cesare.

Seu toque era um paradoxo — uma carícia delicada que carregava uma sutil sensação de controle. Ele manteve os lábios levemente separados, impedindo-a de morder. Lambidas delicadas exploraram a superfície suave de seus dentes e o revestimento sensível interior de sua boca.

A excitação percorreu a pele de Eileen enquanto ele a acariciava gentilmente, mesmo enquanto capturava sua língua em fuga num jogo de puxa-e-empurra. Então, com um último movimento de sua língua contra a saliva acumulada, ele se afastou

deixando o ar entre eles carregado de sentimento.

Eileen arfava, o peito subindo e descendo visivelmente. O homem olhou para seu rosto corado.

— Eileen… — sussurrou suavemente com um traço de impotência na voz.  — Parece que não consigo evitar te fazer chorar, ao menos um pouco.

Doze. Eileen tinha doze anos quando aconteceu, Cesare dezenove. A notícia do sequestro da criança o atingiu como um golpe físico. Ignorando ordens, ele cavalgou direto para o império inimigo. Era um ato flagrante de deserção, e Cesare estava plenamente consciente disso.

O medo era apenas um eco distante, algo que jamais o deteria. Ele precisava salvá-la. 

Seus leais cavaleiros, sempre fiéis, o seguiam. 

Cinco marcas carmesim, símbolos da sua transgressão, foram gravadas lado a lado em suas costas.

— Que insolência! — A voz do Imperador ecoou, carregada de traição. — Como ousa me desafiar depois de todos esses anos, depois da confiança que depositei em você!

Cesare de joelhos, o torso nu, como uma estátua silenciosa absorvendo a fúria do Imperador. O velho, um guerreiro temível em sua juventude, mantinha sua força mesmo nos anos finais da vida. Cada estalo do chicote deixava um vergão ardente, o sangue florescendo nas costas de Cesare.

O Imperador via Cesare quase como o seu próprio reflexo. Embora houvesse pouca semelhança física entre eles, além da estatura imponente e da expressão feroz, ele frequentemente se vangloriava de que Cesare o espelhava em todos os aspectos. Sempre que Cesare obtinha vitória no campo de batalha, o Imperador a reivindicava como sua própria conquista.

Incapaz de aceitar que seu príncipe predileto havia desertado de seu dever por causa de uma mera criança, o Imperador assumiu para si a tarefa de aplicar o castigo com o chicote, determinado a educar o herdeiro que tanto prezava.

Apesar dos açoites cruéis e estar coberto de sangue da cabeça aos pés, Cesare não emitiu um único som. Fazendo uma breve pausa em sua saraivada de chicotadas, o Imperador estendeu o chicote ensanguentado e perguntou:

— Ao menos ela se tornou sua mulher?

Cesare reprimiu uma risada amarga e, em seguida, forçou uma resposta.

— Aquela criança tem apenas 12 anos.

Ao ouvir a primeira voz desde o início da surra, o Imperador soltou uma risada seca. Olhando para Cesare, perguntou em um tom levemente mais brando:

— Embora um pouco cedo, ela está na idade de casar em breve. Já teve a sua primeira menstruação?

Cesare permaneceu em silêncio por um momento. Após engolir o sangue acumulado na boca, finalmente respondeu.

— … Até onde eu sei, não.

— É mesmo? Então, onde devemos designá-la para a sua educação sexual?

Ao longo da execução de sua punição, Cesare manteve os olhos baixos, levantando-os apenas quando tudo terminou. O Imperador sorriu com desdém.

Ele estava traçando uma linha para Cesare. Aquilo significava: ‘Essa criança nunca poderá ser sua parceira de casamento, portanto, se você nutre algum sentimento, mantenha-o estritamente físico’.

— Eu só estava preocupado porque ela é filha da minha ama de leite. — Falou Cesare com firmeza, encontrando o olhar do Imperador sem vacilar. — O senhor sabe muito bem que cresci sem uma mãe.

Para Cesare, que havia suportado negligência e abusos por parte de sua mãe biológica, a filha de sua ama de leite era a única pessoa que ele realmente valorizava. Sua fachada cuidadosamente construída mais uma vez protegeu Eileen de qualquer perigo. O Imperador, rapidamente acalmado, explodiu em uma risada sarcástica.

— Garantir a linhagem com uma nobre é uma busca louvável. Mas, meu filho, você também deve aprender a lidar com as camadas mais baixas.

Os olhos do Imperador perfuravam os de Cesare, transmitindo um aviso solene.

— Um incidente como este não pode se repetir. Você entende?

Reconhecendo a importância de Eileen na sua vida, Cesare engoliu profundamente sua amargura. Após uma pausa, sorriu lentamente e respondeu:

— Sim, Vossa Majestade.

Naquele momento, sentido o perigo, Cesare decidiu dar fim à vida do Imperador.

 

Continua…

Tradução Elisa Erzet 

Ler O Marido Malvado Yaoi Mangá Online

Cesare Traon Karl Erzet, o Comandante-Chefe Imperial.
Após três anos de serviço na guerra, ele voltou para propor casamento a Eileen.
Eileen lutou para acreditar que a proposta de casamento de Cesare era sincera.
Afinal, desde o momento em que se conheceram, quando ela tinha dez anos, o homem afetuoso sempre a tratou como uma criança.
— Eu não quero me casar com Vossa Alteza.
Por muito tempo, seu amor por ele não foi correspondido.
Ela não queria que o casamento fosse uma transação.
Foi por causa da longa guerra?
O homem, que normalmente era frio e racional, havia mudado.
Suas ações impulsivas, seu desejo desenfreado por ela — tudo isso era muito estranho.
— Isso só deve ser feito com alguém que você ama!
— Você também pode fazer isso com a pessoa com quem planeja se casar.
Eileen ficou intrigada com essa mudança.
E, no entanto, quanto mais próxima ela ficava de Cesare…
Ela descobriu coisas que desafiavam a razão ou a lógica.
Eileen soube das muitas ações malignas de seu marido pouco tempo depois.
— Eu não pude nem ter o seu corpo, Eileen.
Tudo o que ele fez foi por ela.
Ele se tornou o vilão, apenas por sua Eileen.
Nota: Mesma autora de Predatory Marriage 
Ps: Cesare é o maridinho dessa tradutora aqui ❤️❤️❤️

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