Ler O Marido Malvado – Capítulo 59 Online

Modo Claro

O Conde Domenico entregou o saco de pães e partiu. Assim que ele se foi, Eileen finalmente seguiu para o laboratório. Parecia um pouco constrangedor revelar ao estalajadeiro que a Arquiduquesa era farmacêutica, então Michelle, se encarregaria de transmitir a mensagem em seu lugar.

Quando Michelle e Cesare, vestidos em seus uniformes imperiais, adentraram a estalagem, um silêncio repentino tomou conta do ambiente. O burburinho animado que preenchia o salão instantes antes cessou subitamente, e todos congelaram em suas posições.

Aqueles que comiam, conversavam ou entregavam troco a clientes agora fitavam os soldados que acabavam de entrar. No momento em que os olhares começaram a se voltar para Eileen, que permanecia atrás de Cesare, até que Michelle avançou.

Ela estalou os dedos, produzindo um som agudo que atraiu a atenção de todos para si.

— Atenção! Pelo visto, muitos aqui parecem estar com a consciência pesada, mas fiquem tranquilos, não estamos aqui para prender ninguém hoje.

Somente então as pessoas voltaram a se mover, embora de forma hesitante. O ambiente animado, no entanto, não retornou, já que os soldados permaneciam de guarda junto à porta, impedindo qualquer um de sair, obrigando-os a permanecer ali, nervosos.

Ser soldado havia se tornado recentemente uma das profissões mais cobiçadas no Império. A razão pela qual os frequentadores da estalagem estavam particularmente receosos tinha tudo a ver com Eileen. No dia que a aprovação para o arco do triunfo foi anunciada, Cesare ordenara que soldados cercassem o local.

Em seguida, o laboratório foi fechado e Eileen desapareceu sem deixar rastros. Os clientes da estalagem acreditaram que a farmacêutica do segundo andar havia sido levada pelos soldados, deixando seu destino desconhecido. Naturalmente, passaram a ter cautela, evitando qualquer tipo de problema.

Apesar do medo estampado em seu rosto, o estalajadeiro, Pietro, avançou corajosamente.

— Com licença, posso perguntar uma coisa?

— Sim? — respondeu Michelle.

Michelle caminhou descontraidamente até o balcão. Pietro enxugou as mãos suadas no avental que cobria sua barriga redonda e perguntou com educadamente:

— O que aconteceu com a farmacêutica do segundo andar?

— Ah, na verdade, é justamente por isso que estamos aqui. Fique tranquilo, ela está bem.

Apoiando-se casualmente no balcão, Michelle prosseguiu a conversa, enquanto Pietro a escutava com atenção. Eileen, mesmo um pouco inquieta, confiava que Michelle explicaria tudo da melhor forma.

Aproveitando que todos estavam focados em Michelle, Eileen e Cesare subiram rapidamente. Aqueles que viram Eileen espiando por trás das costas dele, arregalaram os olhos de surpresa. Olharam do jornal La Verita para Eileen, confirmando sua identidade, mas ela, absorta em seguir os passos de Cesare, não notou os olhares.

No segundo andar, o silêncio reinava. Era cedo demais, portanto não havia hóspedes. Cesare retirou do bolso uma chave e abriu o pesado cadeado que mantinha a porta do laboratório trancada. Ao entrar, Eileen sentiu-se emocionada por finalmente voltar ao seu espaço.

Contrariando suas expectativas, o laboratório estava limpo. Ela imaginara encontrar tudo coberto por uma grossa camada de poeira, mas o ambiente permanecia surpreendentemente organizado. Até mesmo as papoulas ornamentais que não possuíam propriedades entorpecentes estavam viçosas, suas pétalas frescas mostravam sinais de cuidado. Evidentemente, Cesare providenciara alguém para zelar pelo espaço.

Apenas uma delas, porém, parecia maltratada, com algumas pétalas caídas. Isso havia acontecido porque o próprio Cesare havia manuseado com força anteriormente, fazendo com que as pétalas caíssem.

‘Mesmo assim, foi ele quem ordenou que regasse as plantas.’

Embora seu toque tenha danificado a flor, suas ordens garantiram sua sobrevivência. Ela esperava que a papoula não guardasse ressentimento dele.

Deu um leve afago na planta, e examinou o laboratório. Desde que Michelle trouxera as boas notícias, ela já havia decidido mentalmente o que levaria consigo.

Todos os materiais de pesquisa haviam sumido, provavelmente confiscados durante a investigação sobre Morpheu. Ver as estantes vazias a deixou com um sentimento de vazio, mas ela escondeu sua decepção e concentrou-se em inspecionar os equipamentos.

‘Devo começar pelos aparelhos frágeis e caros?’

Seu olhar pairou sobre um balão de fundo redondo até que se voltou para Cesare. O homem estava encostado na parede com os braços cruzados, observando-a percorrer a sala com um sorriso divertido. Quando seus olhos se encontraram, foi ele quem quebrou o silêncio.

— O conde Domenico já entregou os dados da pesquisa.

Cesare levou a mão ao queixo e prosseguiu:

— Continue trabalhando em Morpheu. Daremos o apoio necessário, então não se preocupe com mais nada.

— E a execução…? — perguntou Eileen cautelosamente, olhando ao redor antes de expressar sua preocupação.

 — Quem se atreveria a colocar o Arquiduque Erzet no cadafalso?  — Respondeu Cesare com convicção.

Eileen quase correu até ele, dominada pela gratidão. Se conteve, consciente da dignidade do Arquiduque, limitou-se a demonstrar sua alegria estampada no rostinho.

— Obrigada. Muito obrigada! Eu prometo que vou completar o Morpheu, custe o que custar.

Ela juntou as mãos, determinada a se dedicar e criar um medicamento extraordinário em sinal de gratidão. Cesare sorriu calorosamente, reconhecendo sua dedicação.

Eileen cantarolava enquanto continuava vasculhando o laboratório. Então, uma ideia lhe ocorreu, uma maneira de retribuir imediatamente a bondade de Cesare.

‘Queria poder fazer algo por ele agora mesmo.’

Desejava mostrar sua gratidão de uma maneira singela, não seria nada grandioso, mas um gesto de cuidado. Revirando o cérebro, se lembrou da pomada para cicatrizes.

Anteriormente, o homem cortou sua mão quando foi resgatá-la daquele sequestro. O corte quase havia cicatrizado, mas aplicar a pomada evitaria uma marca permanente. Repreendeu-se por não pensar nisso antes e começou a procurar apressadamente.

O laboratório, normalmente um caos, mas arrumado segundo os padrões de Eileen, estava impecavelmente organizado agora, tornando desafiador encontrar qualquer coisa. Após alguma busca frustrante, localizou finalmente a pomada.

— Cesare! — chamou, apressando-se em direção a ele. — Poderia me mostrar sua palma por um momento?

Ele riu lindamente e estendeu a mão enluvada.

— Eu… preciso da sua mão sem a luva.

— Quer que eu tire?

Eileen hesitou diante do tom sugestivo, mas assentiu.

— Sim, por favor.

Cesare, em vez de obedecer de imediato, preferiu provocá-la.

— Pedindo assim, casualmente, para eu tirar a luva…

— Eu quis dizer a luva, não as suas roupas… 

Eileen esclareceu apressadamente, Cesare soltou uma gargalhada gostosa.

— Está bem, — disse ele, o tom baixo e meloso na voz, como se compartilhassem um segredo. — Só a tiro diante de você, Eileen.

Suas palavras sussurradas enviaram um arrepio pela espinha, deixando-a estranhamente perturbada. Prendendo a respiração, observou Cesare remover lentamente a luva. Seu coração acelerou.

À medida que o couro negro e brilhante se desprendia, revelava a mão forte, com ossos e veias bem definidos. Os dedos longos se liberaram por completo da luva.

Cesare estendeu a mão, Eileen cuidadosamente a pegou em ambas as suas e gentilmente a virou para examinar sua palma.

— …

Estava lisa, sem nenhum sinal da lesão anterior.

Cesare sempre demonstrara uma notável capacidade de cicatrização acima do normal, mas aquele desaparecimento total da cicatriz era incomum. Não havia passado tempo suficiente para tal regeneração.

‘Foi a outra mão? Não, foi exatamente esta aqui…’

Apesar de sua confusão, Cesare permaneceu quieto, simplesmente oferecendo sua mão a ela calmamente.

— Me mostre a outra também, por favor.

Gaguejando, Eileen pediu para ver sua outra mão, questionando se cometera um engano. Cesare acatou, removendo, que estava igualmente intacta. Segurando ambas, Eileen sentiu uma onda de inquietação invadi-la.

‘O que está acontecendo?’

Algo parecia fora do normal, mas Eileen não conseguia identificar exatamente o quê. Um pressentimento incômodo persistia em sua mente, lançando uma sombra sobre seus pensamentos. Aquela sensação estranha que surgiu recentemente em relação a Cesare agora se intensificava mais do que nunca.

Naquele momento, quase sem pensar, ela abriu a boca.

— Cesare.

Encarando seu olhar firmemente, ela fez a primeira pergunta que lhe veio à mente.

— Como você soube sobre a aliança de casamento no meu diário?

Continua…

Tradução: Elisa Erzet 

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Cesare Traon Karl Erzet, o Comandante-Chefe Imperial.
Após três anos de serviço na guerra, ele voltou para propor casamento a Eileen.
Eileen lutou para acreditar que a proposta de casamento de Cesare era sincera.
Afinal, desde o momento em que se conheceram, quando ela tinha dez anos, o homem afetuoso sempre a tratou como uma criança.
— Eu não quero me casar com Vossa Alteza.
Por muito tempo, seu amor por ele não foi correspondido.
Ela não queria que o casamento fosse uma transação.
Foi por causa da longa guerra?
O homem, que normalmente era frio e racional, havia mudado.
Suas ações impulsivas, seu desejo desenfreado por ela — tudo isso era muito estranho.
— Isso só deve ser feito com alguém que você ama!
— Você também pode fazer isso com a pessoa com quem planeja se casar.
Eileen ficou intrigada com essa mudança.
E, no entanto, quanto mais próxima ela ficava de Cesare…
Ela descobriu coisas que desafiavam a razão ou a lógica.
Eileen soube das muitas ações malignas de seu marido pouco tempo depois.
— Eu não pude nem ter o seu corpo, Eileen.
Tudo o que ele fez foi por ela.
Ele se tornou o vilão, apenas por sua Eileen.
Nota: Mesma autora de Predatory Marriage 
Ps: Cesare é o maridinho dessa tradutora aqui ❤️❤️❤️

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