Ler O Marido Malvado – Capítulo 47 Online

Modo Claro

Na verdade, as orações de Eileen haviam raramente sido atendidas pelos Deuses. Contudo, se concedessem apenas um pedido, ela esperava que fosse o de hoje. Era um dia especial, e ousava acreditar que, talvez desta vez, os Deuses escutassem sua súplica.

Após a troca dos votos, o menino das flores se aproximou, trazendo uma bandeja com uma caixinha de anéis. Cesare pegou o pequeno estojo de veludo vermelho.

Embora nunca tivesse recebido um anel de noivado, isso pouco importava. Só o fato de receber uma aliança de casamento de Cesare já a enchia de felicidade. Com o coração palpitando de expectativa, Eileen aguardava ansiosa o anel que ele colocaria em seu dedo.

Quando a caixa de veludo se abriu, mal pôde acreditar no que via. Diante dela repousava um anel que nunca havia visto antes, mas que, de algum modo, parecia estranhamente familiar.

Era o anel que Eileen quando criança havia desenhado em segredo em seu diário. O design infantil foi transformado por mãos habilidosas em uma obra de arte deslumbrante. Uma aliança de platina adornada com diamantes e esmeraldas de tamanho generoso que superava seus sonhos mais ousados. O detalhamento da peça, cravejada de diamantes menores, fazia com que cada pedra brilhasse intensamente sob a luz do sol. A extravagância da joia era tamanha que chegava a intimidar só de se imaginar seu valor.

‘O que…?’

‘Como ele soube sobre o anel que esbocei tão secretamente no meu diário?’  

Cesare visitou a casa de tijolos pouquíssimas vezes, subindo ao andar superior apenas uma única ocasião. Embora fosse possível que ela tivesse mostrado o desenho na infância, Eileen recordava cada encontro com o príncipe com tanta clareza que essa possibilidade lhe parecia improvável. Desafiava toda a lógica, mas, ao mesmo tempo, havia uma estranha sensação de… destino. Sua percepção da realidade pareceu vacilar, como se estivesse flutuando em uma nuvem.

O homem então se ajoelhou, seus olhos se encontraram enquanto ela estendia a mão trêmula. Um sorriso floresceu em seus lábios. Suas íris verde-dourada se prenderam no olhar carmesim intenso do noivo, ela mal conseguia respirar.

Com delicadeza, Cesare segurou sua mão e deslizou o anel em seu dedo. O metal frio escorregou suavemente até se ajustar com perfeição à base de seu anelar.

Sobre a renda delicada da luva, o anel reluzia, lançando um brilho hipnotizante. Eileen contemplou o coração transbordando de alegria. Com um sorriso sereno, pegou do menino das flores a caixa que guardava a aliança de Cesare. Uma peça, adornada por um único diamante menor, exalava simplicidade e elegância, refletindo perfeitamente a natureza do homem.

Enquanto admirava a joia por um breve instante, Cesare se levantou, tirou a luva esquerda, estendendo a mão para ela. Ainda que fosse apenas a troca de alianças, seu corpo tremia inexplicavelmente. Respirou fundo, firmou-se, e segurou a mão dele. Era uma mão belíssima e marcante: grande e masculina, mas, ao mesmo tempo, graciosa, com veias que se destacavam sob a pele. Quase sem perceber, Eileen passou levemente os dedos sobre ela antes de deslizar a aliança em seu dedo. Seu tremor tornou o gesto lento e desajeitado, mas Cesare aguardou com paciência, sem um único sinal de desgosto.  

Ao ver as alianças reluzindo em ambas as mãos, Eileen foi tomada por uma felicidade avassaladora. Cesare também admirou o par de anéis, seu olhar desviou lentamente encontrando o dela. Envergonhada, Eileen sorriu timidamente.

— …

Cesare prendeu a respiração ao vê-la sorrir, tão bela quanto um botão desabrochando. O aroma de lírios encheu seus pulmões, entorpecendo-o por um instante. Observando Eileen, agora sua esposa, radiante como uma flor em plena floração, deprimiu um sorriso melancólico.

Esta era sua primeira e última chance.

O homem já havia aceitado há muito tempo que a felicidade perfeita jamais seria sua. O caminho que escolheu era do sacrifício, impulsionado pelo desejo inabalável de garantir a sobrevivência de Eileen, ainda que isso significasse submetê-la a momentos de tristeza. Mas isso não diminuía seu ardente desejo de vê-la feliz. Nada era mais precioso para ele do que o sorriso dela.

Incapaz de conter as emoções, Cesare puxou sua noiva para um abraço apertado. Envolvendo-a com força apoiou suas costas com uma mão, tomou seus lábios num beijo ardente.

— Ah…!

Eileen ofegou, os olhos arregalados como os de um coelhinho assustado, agarrando-se ao uniforme dele em sobressalto. Cesare deixou escapar uma risada baixa, grave, um arrepio percorreu sua espinha fazendo-a estremecer.

O beijo intenso e devorador continuou, seus olhos fixos nela. Não era o gesto casto de um voto matrimonial, mas sim uma demonstração crua de desejo. Ainda assim, diante do sumo sacerdote e inúmeros convidados, Cesare parecia completamente indiferente ao escárnio.

Marcado por anos de provações, o homem se tornou imune ao julgamento alheio. Beijava Eileen com a mesma fúria de um guerreiro em batalha, os olhos carmesins queimando com uma intensidade perigosa refletindo sua tempestade interior.  

Naquele momento, um pensamento insólito cruzou sua mente. Queria consumi-la por completo, mantê-la segura dentro de si, protegida para sempre da crueldade do mundo. A ideia sombria o inundou, apenas ele, e ninguém mais, poderia causar a dor que queria poupá-la de sentir.

Cesare, um mestre do autocontrole, canalizou toda aquela voracidade no beijo. Sua língua explorou seu palato com lentidão calculada, dissolvendo o choque inicial em um torpor delicioso. Nos olhos enevoados de Eileen, só havia espaço para ele. Talvez já tivesse perdido a razão diante daquela entrega absoluta.

Um riso sombrio vibrou em seu peito antes de se dissipar. Ele mordiscou levemente sua língua macia, deixando um traço de posse, um selo silencioso de que era seu guardião naquele novo mundo.

Tudo era por Eileen. Ele pertencia somente a ela, corpo e alma, uma arma viva a ser brandida para a proteção da sua gatinha.

O suposto “sim” se transformou em um escandaloso espetáculo de intimidade. O beijo ardente do Grão-Duque, muito além dos limites de um voto, fez corar cada convidado presente. A cena só cessou quando Eileen, corada e trêmula, quase perdeu as forças nas pernas. Então, o casal se afastou, saudou a plateia atônita e se retirou para dentro da mansão.

Lá dentro, uma tempestade de atividades os aguardava. Fotógrafos se agitavam, capturando imagens que em breve iriam estampar os jornais do Império. Logo, Eileen seria levada para os preparativos da noite de núpcias, enquanto o Grão-Duque, de noivo apaixonado, assumiria o papel de anfitrião, assegurando que a celebração fosse memorável para todos.

A equipe da mansão movia-se com eficiência, conduzindo os convidados, ainda atordoados, para o salão do banquete. Flores que decoraram a cerimônia foram habilmente reaproveitadas em belos buquês distribuídos aos presentes, espalhando perfume fresco pelo ambiente.

  Aos poucos, os presentes, antes estupefatos, recobravam a compostura. Em instantes, o salão vibrava em conversas animadas, todos comentando sobre o casamento histórico que acabavam de testemunhar.

A cerimônia do Grão-Duque Erzet reuniu apenas uma elite restrita: membros da realeza e da mais alta nobreza do Império. Habituados ao luxo, ainda assim ficaram maravilhados ao adentrar o jardim da mansão, transformado num paraíso floral.

O espaço, ricamente decorado com flores frescas caríssimas, com destaque para os lírios. A ornamentação, exuberante, mas refinada, transmitia um ar de sofisticação que transcendia qualquer valor material.

Acomodados em seus assentos, dispostos com requinte ao redor do cenário decorado, aguardavam com expectativa a chegada dos noivos. Enquanto ocupavam seus lugares, cochichos circulavam sobre Eileen Elrod, a recente protagonista dos rumores imperiais.

Filha de um simples barão, Eileen não possuía riqueza, poder ou prestígio. Ainda assim, para espanto geral, o Grão-Duque Erzet a escolheu como esposa. Inicialmente, se especulava que a noiva deveria ser uma beleza incomparável.  

Mas logo os boatos se dissiparam. Aqueles que a conheciam anteriormente garantiam que, na verdade, ela era uma jovem simples, sem grande destaque na aparência, sem o encanto esperado de uma noiva de tão elevada posição.

Continua…

Tradução Elisa Erzet 

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Cesare Traon Karl Erzet, o Comandante-Chefe Imperial.
Após três anos de serviço na guerra, ele voltou para propor casamento a Eileen.
Eileen lutou para acreditar que a proposta de casamento de Cesare era sincera.
Afinal, desde o momento em que se conheceram, quando ela tinha dez anos, o homem afetuoso sempre a tratou como uma criança.
— Eu não quero me casar com Vossa Alteza.
Por muito tempo, seu amor por ele não foi correspondido.
Ela não queria que o casamento fosse uma transação.
Foi por causa da longa guerra?
O homem, que normalmente era frio e racional, havia mudado.
Suas ações impulsivas, seu desejo desenfreado por ela — tudo isso era muito estranho.
— Isso só deve ser feito com alguém que você ama!
— Você também pode fazer isso com a pessoa com quem planeja se casar.
Eileen ficou intrigada com essa mudança.
E, no entanto, quanto mais próxima ela ficava de Cesare…
Ela descobriu coisas que desafiavam a razão ou a lógica.
Eileen soube das muitas ações malignas de seu marido pouco tempo depois.
— Eu não pude nem ter o seu corpo, Eileen.
Tudo o que ele fez foi por ela.
Ele se tornou o vilão, apenas por sua Eileen.
Nota: Mesma autora de Predatory Marriage 
Ps: Cesare é o maridinho dessa tradutora aqui ❤️❤️❤️

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