Ler O Marido Malvado – Capítulo 45 Online

Modo Claro

A expressão melancólica, com os olhos cabisbaixos, era tão comovente que Eileen não pôde evitar um sorriso. Os cavaleiros trocaram olhares de aprovação enquanto Lotan falava com suavidade.

— Você está linda. Muito melhor sem eles.

O elogio sincero, proferido em uma voz grave, aliviou consideravelmente seu coração. Talvez quisessem apenas a tranquilizar, mas, ainda assim, foi agradável de ouvir. Com um gesto tímido, Eileen tocou sua franja e murmurou: 

— Obrigada, todos vocês.

Depois de mantê-la por bastante tempo em uma atmosfera repleta de elogios, eles finalmente chegaram ao assunto principal 

— Amanhã, nós, cavaleiros e soldados, seremos responsáveis pela segurança do casamento. Estaremos armados, então pode ficar tranquila. Se aparecer algum encrenqueiro incomodando a senhorita, eu vou simplesmente… — Michelle imitou uma arma com a mão e fez menção de atirar. Lotan, rapidamente, segurou sua mão e abaixou, completando:

— Nós garantiremos que nada disso aconteça.

Ele então explicou calmamente como seria organizada a segurança do casamento.

— Todos nós, incluindo os soldados, estaremos uniformizados. Serão rostos familiares, então não siga ninguém que você não reconheça.

Havia em seu tom uma leve insatisfação, como se estivesse dando uma lição a uma criança sobre sequestro. Porém, Eileen com um histórico de raptos, escutou em silêncio, sem protestar.

— Porém, devido ao número limitado de soldados disponíveis no local do casamento, nosso campo de visão será restrito, — acrescentou Lotan.

Conduziu Eileen até uma cadeira e abriu sobre a mesa a planta da propriedade do Grão-Duque. Apontando para os pontos vermelhos marcados, prosseguiu:

— Estas são as posições dos soldados que estarão de guarda. A maioria estará concentrada aqui, onde a cerimônia acontecerá… — Lotan circulou a área com a caneta. — Procure permanecer no salão do casamento tanto quanto possível. Mas, se precisar entrar na mansão, utilize este corredor. É a rota mais segura.

O corredor indicado ligava o jardim à entrada principal da mansão.

— Uma vez dentro, você provavelmente estará com Sua Graça, mas deixe-me explicar. — continuou Lotan, sua caneta deslizando rapidamente pelo diagrama. 

— Considere usar apenas as escadas centrais da entrada. É improvável, mas, em caso de emergência, você deve vir para cá. — Ele desenhou uma estrela no canto superior da mansão. Com mãos firmes, traçou o símbolo com precisão e enfatizou: 

— É imprescindível. Vamos treinar mais tarde, mas você precisa ser capaz de ir sozinha. Há uma passagem secreta atrás do maior quadro da sala.

Ali, estariam preparados fundos de emergência, alimentos, roupas extras, e o túnel levaria às redondezas da propriedade.  

Após ouvir a explicação de Lotan, Eileen não conseguiu evitar a tensão. Cenários terríveis invadiram sua mente, imaginando possíveis desastres durante a cerimônia. Engolindo em seco, ela finalmente expressou sua preocupação.

— Por acaso… vocês receberam algum alerta?

Era difícil acreditar que tamanha preparação não fosse consequência de alguma ameaça.

Mas Lotan respondeu de forma direta:

— Não. Se houvesse qualquer ameaça confirmada, Sua Graça teria cancelado ou adiado o casamento até que os responsáveis fossem capturados.

Deixou claro que, nesse caso, os culpados teriam como destino a forca, ou pior. O casamento só seria remarcado após a resolução definitiva da situação.

  — Você não precisará usar essa passagem, Eileen. Nós garantiremos isso. Mas é necessário explicar todas as possibilidades, é necessário estar preparada para qualquer eventualidade, — concluiu, tentando tranquilizá-la.  

Com um passado manchado de sangue desde os dez anos, o homem sobreviveu a inúmeras batalhas, mas a cada medalha conquistada, novos inimigos surgiam ao longo do caminho. Cesare tinha adversários além das fronteiras do Império Traon. 

— Você já deve ter percebido, mas… os inimigos do Grão-Duque não se limitam ao Império.

A imprevisibilidade era real, como já demonstrara a tentativa de assassinato na estufa.

Embora Cesare estivesse aos poucos controlando a nobreza, ainda havia riscos, como demonstrado por Matteo, genro do ex-presidente do Senado, cujo ódio pessoal levou a extremos. 

Com a declaração de Eileen como Grã-Duquesa de Erzet, ela também se tornou um alvo.

Foi uma mudança monumental para alguém que, até pouco tempo, passava os dias entalhando folhas e vendendo poções em um quarto de estalagem.

Lotan, consciente da gravidade de suas palavras, tentou suavizar o tom:

— Peço desculpas pela seriedade… mas estamos preparados para arriscar nossas vidas para protegê-la, Eileen. Por isso, espero que não se preocupe demais. — disse Lotan, visivelmente constrangido por ter de alertá-la assim. Riu de forma nervosa.  

Ela, porém, respondeu em voz baixa, fitando as marcas de queimadura no rosto dele:

— … Por favor, não façam isso.

Ela olhou para cada um dos quatro presentes e continuou:

— Não quero que arrisquem suas vidas por mim. Eu também terei cuidado. Ficarei apenas onde houver segurança.

Um silêncio pesado pairou no ar. Lotan cerrou os dentes, sua voz levemente trêmula ao responder:

— Sim, senhorita Eileen.

Após a explicação, ela seguiu com Lotan para verificar o caminho indicado. Absorveu cada detalhe, e ele parecia satisfeito com sua atenção.

E então, finalmente, chegou o dia do casamento.

Eileen planejava dormir cedo na noite anterior, sabendo que teria de acordar antes do sol nascer, mas o sono não vinha. A tensão a fez revirar na cama, e, quando finalmente adormeceu, foram apenas algumas horas de sono agitado. Dali em diante, foi como se estivesse sendo conduzida pelos criados em um estado meio onírico.

A cada piscar de olhos, as cenas mudavam rapidamente. Mesmo após um banho relaxante, perfumado com pétalas de flores, a inquietação persistia. 

Enquanto os criados a vestiam e ajustavam cada detalhe de sua aparência, Eileen permanecia atordoada. A jovem encarregada da maquiagem se derretia em elogios, insistindo para que ela se olhasse no espelho. Eileen apenas sorriu de leve, desviando o olhar de seu próprio reflexo.

Com o amanhecer, chegaram as costureiras, exaustas da noite em claro. Suas roupas elegantes haviam sido substituídas por trajes de trabalho. A que parecia ser a líder falou com voz cansada:

— Como tem passado? Gostaríamos de saber em detalhes, mas o tempo é curto. Vamos começar imediatamente.

Num instante, cercaram Eileen com olhares determinados. Intimidada, ela congelou enquanto uma delas ajustava o espartilho com firmeza. Não havia enchimentos artificiais para o vestido, moldaram a saia com cuidado para que fluísse naturalmente.

Usando luvas brancas para não manchar o tecido, vestiram-na com o vestido de noiva. Seus gestos eram delicados e meticulosos. 

— Criamos uma verdadeira obra-prima…!

Choravam de forma quase exagerada, enxugando os olhos com lenços. Em seguida, cobriram o rosto de Eileen com o véu, cuidando para manter a pureza do momento.

  — Por favor, permita-nos confeccionar também as roupas que vestirá no futuro.

— Faremos tudo juntas!

Eileen pensou, em silêncio, que, se alguém menos atraente usasse suas criações, não seria a melhor propaganda para as costureiras. Mas guardou o comentário, respeitando seu entusiasmo. 

Finalmente pronta, era hora de partir para a cerimônia. O véu limitava um pouco sua visão, mas, acostumada a cobrir parte do rosto com a franja, Eileen sentiu uma estranha calma.

Acompanhada pelos criados, caminhou lentamente até o local da cerimônia. Foi então que cruzou a porta da mansão.

Uma melodia alegre, conversas animadas, risos e o canto dos pássaros formavam uma sinfonia ao seu redor. Todos os olhares se voltaram para a noiva.

O burburinho cessou instantaneamente quando Eileen apareceu. Um silêncio reverente tomou conta da cena, como se o mundo prendesse a respiração diante de sua entrada.

Continua….

Tradução Elisa Erzet 

Ler O Marido Malvado Yaoi Mangá Online

Cesare Traon Karl Erzet, o Comandante-Chefe Imperial.
Após três anos de serviço na guerra, ele voltou para propor casamento a Eileen.
Eileen lutou para acreditar que a proposta de casamento de Cesare era sincera.
Afinal, desde o momento em que se conheceram, quando ela tinha dez anos, o homem afetuoso sempre a tratou como uma criança.
— Eu não quero me casar com Vossa Alteza.
Por muito tempo, seu amor por ele não foi correspondido.
Ela não queria que o casamento fosse uma transação.
Foi por causa da longa guerra?
O homem, que normalmente era frio e racional, havia mudado.
Suas ações impulsivas, seu desejo desenfreado por ela — tudo isso era muito estranho.
— Isso só deve ser feito com alguém que você ama!
— Você também pode fazer isso com a pessoa com quem planeja se casar.
Eileen ficou intrigada com essa mudança.
E, no entanto, quanto mais próxima ela ficava de Cesare…
Ela descobriu coisas que desafiavam a razão ou a lógica.
Eileen soube das muitas ações malignas de seu marido pouco tempo depois.
— Eu não pude nem ter o seu corpo, Eileen.
Tudo o que ele fez foi por ela.
Ele se tornou o vilão, apenas por sua Eileen.
Nota: Mesma autora de Predatory Marriage 
Ps: Cesare é o maridinho dessa tradutora aqui ❤️❤️❤️

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