Ler O Marido Malvado – Capítulo 49 Online

Modo Claro

— Ah… Vossa Graça…!

Os brilhantes fios loiros de Eileen espalharam sobre os lençóis brancos enquanto ela apertava o lírio contra o peito. Ao levantar a cabeça, encontrou o olhar de Cesare. Ele pairava sobre ela como um predador perigoso, as íris vermelhas brilhando mesmo na penumbra. A intensidade daquele momento fez um arrepio percorrer sua espinha.

As mãos do homem desceram, firmes, apoiando-se uma de cada lado da sua cabeça, enjaulando-a. Seu olhar a manteve imóvel, como se a tivesse enfeitiçado. O contato visual, prolongado, fez o coração de Eileen acelerar descompassado. Incapaz de suportar a intensidade por mais tempo, ela começou a desviar a cabeça, tentando escapar daquela força magnética.

— Olhe para mim. 

Um comando suave, entrelaçado com uma corrente subterrânea de poder, ecoou do homem.

Acostumado a dar ordens, Cesare sabia exatamente como se impor. Relutante, Eileen voltou o rosto devagar, encontrando novamente aqueles olhos intensos.

Apoiado em um braço, Cesare usou a outra mão para traçar, com a ponta dos dedos enluvados, o contorno dos seus lábios. O toque frio do couro arrancou um arrepio involuntário de Eileen. O quarto, suavemente iluminado, parecia envolvê-los em uma atmosfera íntima e abafada. Cada deslizar da mão do homem sobre sua boca fazia sua respiração se tornar mais irregular, até que, sem fôlego, ela conseguiu falar:

— Você… voltou…

Era uma saudação tardia, um tímido esforço para aliviar a tensão que a dominava. Por algum motivo, Cesare pareceu se divertir com aquela tentativa desajeitada.

— … Sim.

Ele a puxou para seus braços com um movimento gentil e cuidadoso. Seu corpo pressionou o dela, Eileen pôde sentir a firmeza do uniforme contra a própria pele macia. Quando tentou mover as pernas, descobriu que a coxa grossa do homem já estava entre elas, impedindo qualquer movimento. Com os corpos entrelaçados, Cesare sussurrou no ao seu ouvido.

— Estou de volta, Eileen.

Um vestígio de álcool pairava em seu hálito, prova de que havia se entregado ativamente aos brindes do casamento. Sendo o foco da celebração, parecia ter participado generosamente. Enquanto estava envolta em seu abraço, Eileen discretamente inspirou seu aroma.

Diferente do odor forte e repulsivo do pai, que a fazia abrir todas as janelas da casa sempre que ele chegava embriagado. Estranhamente, o cheiro do homem parecia doce, quase frutado, como vinho adocicado com um toque ácido.

Um arrepio a percorreu quando inalou o aroma inebriante. Cesare, por sua vez, inspirou profundamente antes de soltar o ar, a respiração quente contra a pele sensível do seu pescoço. Em seguida, passou a língua devagar sobre aquela região, como quem saboreia um doce, alternando entre lamber, sugar e mordiscar com delicadeza. Marcas vermelhas começaram a surgir, denunciando o caminho que percorria e, para sua surpresa, Eileen não sentiu repulsa… sentiu prazer. Quando seus lábios encontraram os dela num beijo profundo e ardente, um suspiro escapou de sua garganta.

O homem se afastou apenas o suficiente para retomar fôlego, deixando atrás de si um rastro de chupões no pescoço dela. No instante em que a mão roçou a alça da camisola de seda, um som cortou o silêncio carregado.— Achim! Eileen, horrorizada, fungou baixinho.

— M-Me perdoe, Vossa Graça… — resmungou, suas bochechas queimando mais que o calor do toque do homem.

Cesare, com um vislumbre de diversão dançando em seus olhos vermelhos, soltou uma risadinha. Envergonhada naquela peça de roupa quase inexistente, acabara de quebrar o clima com um espirro. Era quase cômico.

— Está com frio, é isso? — perguntou, os dedos deslizando pelos fios loiros emaranhados dela, a voz carregada de um riso contido.

— Sim, só um pouquinho. — Na verdade, não havia muita diferença entre o que já havia tirado e o que ainda restava no corpo. Pensou ela.  — Acredito que o espirro repentino foi porque seu uniforme pode ter roçado em mim. As medalhas e botões… são frios e duros. — explicou Eileen, com seriedade.

O riso dele se aprofundou, um som baixo e rouco, se afastou um pouco, se sentando na beira da cama. Eileen o imitou, ainda com o rosto corado.

— Ninguém nunca me pediu para me despir antes.

Ela tentou retrucar, mas ao perceber a conotação das próprias palavras, se calou. Um silêncio constrangedor se formou, até que, hesitante sussurrou:

— Bem… v-você vai fazer isso de qualquer maneira…

Sua resposta foi um murmúrio, sem confiança. Ela se preparou mentalmente para a noite, mas, além disso, não sabia o que esperar. Tudo o que aprendeu sobre sexo era o que Cesare ensinou.

— Certo, então eu devo fazer isso. Minha esposa disse para eu tirar.

 Murmurou o homem, arqueando uma sobrancelha, sua voz rouca carregava um tom sedutor. Com movimentos lentos e provocantes, começou a desabotoar o uniforme. Os olhos de Eileen se arregalaram de surpresa, conforme os botões da camisa se abriam, revelando sua clavícula, a pele firme do peito robusto e o abdômen trincado.

Eileen, vermelha como nunca, em um tom que rivalizava com o carmesim de seus olhos, observou hipnotizada, um turbilhão de emoções desconhecidas girando dentro dela. A respiração falhou quando uma mecha de cabelo se soltou, revelando as orelhas delicadamente coradas. Um sorriso sedutor pairou nos lábios do homem enquanto alcançava o último botão da camisa, percebendo a reação dela, se inclinou levemente e perguntou com um tom carregado de ousadia:

 — Quer tocar?

Os olhos de Eileen se arregalaram com a sugestão audaciosa. Seu rosto ficou ainda mais vermelho, e ela tremia incontrolavelmente.

— E-Eu? — gaguejou, surpresa, a voz quase inaudível. — Trocá-lo, Vossa Graça… quero dizer… Cesare?

— Você não quer? — provocou, um sorriso insinuante curvando seus lábios.

— Não é isso… 

O calor inundou sua face, e um tremor percorreu sua mão antes que pudesse contê-lo. Mas, antes que qualquer outro protesto pudesse ser formulado, Cesare agarrou sua mão. O toque dela era frio e firme contra a pele febril do homem. Ele a pressionou com decisão contra seu próprio peito, e o calor de sua pele nua enviou uma descarga elétrica através dela.

O toque de Cesare era uma exploração lenta, quase calculada. Seus dedos deslizaram sobre os dela, guiando-a pelos contornos definidos do peitoral, os músculos tensionados tremiam sob as pontas dos dedos de Eileen. Um suspiro involuntário escapou de seus lábios quando ele a conduziu suavemente sobre um mamilo, provocando um arrepio delicioso que percorreu a espinha. 

A descida continuou, lentamente, sua mão conduzindo a dela por seu torso esculpido, as firmes saliências de seus músculos abdominais contrastavam drasticamente com a superfície lisa de sua pele quente.

Os dedos de Eileen, hesitantes no início, começaram a traçar um caminho próprio pelo peito de Cesare. Cada toque era um choque ao mesmo tempo, excitante e assustador. Um pequeno som nervoso escapou, quase um pedido, quase um protesto:

— N-Nã— 

Mas a palavra morreu em sua boca, enquanto ela engolia seco.

Aqueles músculos não eram apenas para serem admirados, mas sim forjados na batalha. Ainda assim, sob suas pontas dos dedos, pareciam uma obra de arte. Cada curva, cada relevo era um testemunho silencioso de sua força e história, um eco silencioso do seu passado. A textura era diferente de tudo que ela já havia sentido, um contraste entre a rigidez do músculo e a maciez da pele, essa combinação provocava nela arrepios a cada movimento exploratório.

‘O corpo deste homem é de uma beleza estonteante.’

Quando Eileen alcançou a área que desejava tocar, seus dedos hesitaram. Ela sentiu uma textura diferente da pele lisa que havia encontrado antes.

No instante em que confirmou aquela estranheza, foi como se um balde de água fria tivesse sido despejado sobre si. Instintivamente, sua mão agarrou a camisa do uniforme do homem, abrindo-a com um movimento firme para os dois lados.

— Ah… — o som escapou, quase um lamento.

O corpo de Cesare era um mosaico de cicatrizes, linhas gravadas que contavam histórias de batalhas passadas, cada qual um poema brutal entalhado em tom carmesim sobre a pele pálida. A ponta dos dedos de Eileen percorreu seu peito com cuidado, encontrando a primeira dessas histórias. Era uma linha irregular, um testemunho silencioso da brutalidade que ele havia enfrentado. Seu toque permaneceu ali, como uma pergunta que não ousava ser dita em voz alta.

De repente, uma ardência no nariz ameaçou quebrar o silêncio carregado que os envolvia. Mordendo o lábio, Eileen lutou para conter um soluço, enquanto as lágrimas que se formavam em seus olhos revelavam uma confusa mistura de emoções.

Cesare a observou em silêncio, sem interromper o toque suave que deslizava por sua pele. Quando percebeu o brilho de lágrimas em seus olhos, franziu levemente a testa.

— Não queria te fazer chorar.

Sentindo uma pontada de inquietação no peito, o homem, o próprio responsável, parecia tentar minimizar a gravidade da situação. Ele terminou de tirar a camisa e, em seguida, puxou Eileen para um abraço reconfortante. Beijando suavemente sua bochecha manchada de lágrimas, abraçou fortemente, como se consolasse uma criança aflita.

— Não chore, Eileen. — murmurou suavemente, sua voz reconfortante e tranquilizadora.

Ela o abraçou com força, suas emoções girando em turbilhão. Apesar dos esforços para conter as lágrimas, um pensamento fugaz cruzou sua mente, fazendo-a levantar a cabeça e encontrar seu olhar.

— Por favor, me mostre também a parte de baixo. — pediu Eileen, com a voz suave, porém determinada. Temendo que a parte inferior dele poderia conter ainda mais cicatrizes. Sua mente correu com pensamentos sobre se havia alguma maneira de impedir que o Comandante Chefe Imperial fosse para a guerra, e isso a levou a insistir, instigando o homem a se abrir.

Cesare arqueou as sobrancelhas, surpreso, sorriu constrangido, mas seguiu obedientemente a ordem de Eileen. Ele a sentou gentilmente na cama e começou a afrouxar o cinto. Click – o som metálico ecoou suavemente no quarto silencioso.

Se aproximou mais de Eileen, hesitante, perguntou:

— Tem certeza, quer mesmo ver?

— Sim! Depressa.

Foi um pouco constrangedor ter a altura de seu quadril bem diante do rosto, mesmo assim, Eileen respondeu com firmeza. Mas assim que as palavras escaparam, se arrependeu. 

— …?

Com um movimento lento e deliberado, o homem retirou as últimas camadas de roupa. Os olhos de Eileen se arregalavam à medida que o que ia sendo lentamente revelado ficava claro, e ela, instintivamente, cobriu os olhos com a mão.

De repente, lágrimas brotaram nos olhos de Eileen. As memórias do que havia acontecido na casa de tijolos invadiram sua mente como uma maré avassaladora. Naquele dia, Cesare a havia atormentado terrivelmente, mas, no fundo, ele próprio não tinha feito nada. Ele provavelmente dissera algo parecido naquela ocasião.

“Eu não quero te assustar.”

Cesare riu de um jeito carregado de significado, como se fosse alguém com algo do qual precisava fugir antes do casamento, quando disse aquelas palavras…

Com o rosto pálido, encarou o monstro se contorcendo diante dela. Embora não ousasse tocar, parecia que aquilo crescia e mexia a cabeça por conta própria, como se respondesse ao olhar fixo de Eileen.

— Por acaso, não gostou agora que viu? — Cesare riu preguiçosamente, deixando escapar um leve gemido. — Você disse que queria ver, Eileen. — lembrou ele, a voz rouca carregando um toque de diversão.

 

Continua…

Tradução: Elisa Erzet 

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Cesare Traon Karl Erzet, o Comandante-Chefe Imperial.
Após três anos de serviço na guerra, ele voltou para propor casamento a Eileen.
Eileen lutou para acreditar que a proposta de casamento de Cesare era sincera.
Afinal, desde o momento em que se conheceram, quando ela tinha dez anos, o homem afetuoso sempre a tratou como uma criança.
— Eu não quero me casar com Vossa Alteza.
Por muito tempo, seu amor por ele não foi correspondido.
Ela não queria que o casamento fosse uma transação.
Foi por causa da longa guerra?
O homem, que normalmente era frio e racional, havia mudado.
Suas ações impulsivas, seu desejo desenfreado por ela — tudo isso era muito estranho.
— Isso só deve ser feito com alguém que você ama!
— Você também pode fazer isso com a pessoa com quem planeja se casar.
Eileen ficou intrigada com essa mudança.
E, no entanto, quanto mais próxima ela ficava de Cesare…
Ela descobriu coisas que desafiavam a razão ou a lógica.
Eileen soube das muitas ações malignas de seu marido pouco tempo depois.
— Eu não pude nem ter o seu corpo, Eileen.
Tudo o que ele fez foi por ela.
Ele se tornou o vilão, apenas por sua Eileen.
Nota: Mesma autora de Predatory Marriage 
Ps: Cesare é o maridinho dessa tradutora aqui ❤️❤️❤️

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