Ler Uma noite só para dois. – Capítulo 32 Online

[Esta é a estação Soma. As portas já estão se fechando….]

Ao ouvir o som da estação de Soma, Naito abriu os olhos. Quase perdeu a estação que precisava descer. Então pegou suas coisas e desceu correndo. Uma visão diferente da capital deu boas-vindas a Naito.

A cidade era famosa por jogos de azar, drogas e prostituição, então a segurança aqui era diferente. Era básico para os polícias sempre andarem armados. Até mesmo os cidadãos ambulantes carregavam suas próprias armas. Naito, que estava olhando em volta, colocou sua mochila na parte da frente. Havia assistido na televisão que deveria evitar becos escuros, pois batedores de carteira sempre estavam à espreita esperando uma oportunidade para roubar.

Desde que a cidade abandonada rapidamente se transformou em uma cidade de entretenimento, a estrada em si não foi reparada e edifícios foram construídos nela. Portanto, havia uma grande possibilidade se caso uma pessoa de fora entrasse em um beco escuro ou uma rua estreita, ser roubado.

Ele planejava ganhar dinheiro em toda a cidade, não só aqui. Pois estava pensando juntar dinheiro suficiente para ir ao porto de Vijod comprar uma nova identidade, mas precisava vir para este lugar. O problema é que mesmo se tentasse voltar ainda hoje, não poderia ir.   Naito não teve muita escolha a não ser procurar por um hotel.

Talvez por se tratar de um lugar de prostituição havia muitos motéis grandes e coloridos.

À primeira vista, parecia que custaria muito dinheiro por noite. Após três semanas de sua fuga, ele só tinha dinheiro suficiente para gastar uma semana em acomodação e alimentação.

Ele gastava com moderação, mas como tinha medo de ser pego, mudou de cidade para vários lugares e consequentemente foi gastando dinheiro. Tinha que encontrar um lugar que fosse o mais barato possível.

Naito caminhou a pé até o grande mapa perto da estação.

Acomodações, bordéis, drogas e jogos de azar foram marcados no mapa para indicar aos visitantes onde ir. Naito, olhando atentamente para o mapa, encontrou um motel não muito longe da estação. No entanto, foi descoberto que havia um bordel do outro lado. Ainda assim, decidiu-se que seria melhor entrar em um motel perto do bordel do que ficar sem teto nesta cidade.

O problema ocorreu quando entrou na rua do bordel. De um lado da rua havia um bordel, e as prostitutas lançavam um olhar nebuloso e descarado às pessoas que andavam pela rua. Ironicamente, Naito, que cresceu como uma bela flor na cerca de seu pai, ficou surpreso com o que viu pela primeira vez e agarrou firmemente sua bolsa. Sob a luz primitiva e intensa, não era familiar ver pessoas que revelam seus instintos subjacentes e riam descaradamente.

— Oh, meu rapazinho. Você está sozinho hoje?

Uma mulher vestida vulgarmente como se estivesse quase nua tocou a bochecha de Naito. O assustado Naito empurrou a mão da mulher.

Começando a partir dessa mulher, as outras prostitutas foram se aproximando e flertando com ele. Por um momento, Naito ficou distraído com o cheiro forte de perfumes enjoativos e gestos estranhos. Muitas pessoas se aproximaram de Naito, não importa o quanto ele resistisse. Alguém pegou a mão de Naito pouco antes de ele gritar: “Por favor, pare.”

Foi um toque forte e maçante.  Quando Naito atingiu uma mão que parecia lembrá-lo de seu pai, a pessoa o apertou com mais força. O homem tirou Naito da multidão imediatamente.

— Quantos anos você tem?

O homem não era tão alto quanto seu pai, mas tinha um porte físico forte. O antebraço dele parecia ser da grossura da coxa de uma mulher adulta. Naito, cujo pulso era segurado pelo homem, franziu a testa e torceu a mão.

No entanto, seu pulso não se soltou, pois era como se tivesse preso com força à algema. Naito olhou para o homem, lutando para engolir seu constrangimento. Enquanto lutava, o homem agarrou Naito com mais força e o empurrou contra a parede. Naturalmente, quando ele esbarrou na parte saliente do homem, uma leve maldição saiu. O homem que o escutou estreitou os olhos.

O homem gritou com as prostitutas que assediavam pessoas comuns que passavam pela rua.

— Vocês se esqueceram que não devem lidar com crianças? Querem ser presas e apodrecerem na cadeia? É melhor vocês se comportarem!

É porque pintou seu cabelo de castanho e usava óculos? O homem parecia confundir Naito com um menor. Naito viu um distintivo pendurado no peito do homem. Ele era um xerife com licença legalizada. Em vez de fiscalizar a prostituição e as drogas, ele era uma pessoa que regularmente punia crimes para minimizá-los. Naito, que foi pego pelo xerife, estava apavorado. Se ele chamar seus pais, seu pai ou sua equipe virão procurá-lo.

Os pressentimentos sinistros de Naito se tornaram realidade. O xerife agarrou o óculos de Naito e o baixou. Embora ele tenha se tornado um adulto, o homem suspirou ao olhar para seu rosto bonito com as rugas jovens restantes.

— Garoto, esta é uma rua de prostituição. Você se esqueceu de que até os menores que enganam sua idade e se prostituem apodrecem na prisão por pelo menos dez anos?

— Eu sou um adulto.

Naito respondeu com uma voz suave, segurando sua bolsa com força. No entanto, o homem não sabia em que acreditava.

— Você acha que há uma ou duas crianças como você? Quantos anos você tem? Uh?

— Eu tenho 20 anos!

Naito olhou para o homem e estalou a língua bruscamente. O xerife, que estava franzindo os cenho e observando Naito, segurou seu ombro com força. Houve uma onda repentina de dor.

— Vamos até a delegacia investigar. Há muitas crianças como você. Se você for menor de idade… Aiii!

Se for arrastado para a delegacia de supetão, estará tudo acabado. Assim que ele terminou de pensar sobre isso, Naito acertou o rosto do xerife com a bolsa que estava segurando. O xerife, atingido em cheio de uma forma violenta por uma bolsa cheia de bagagem pesada, gritou de dor e soltou o ombro de Naito.

Naito correr rua abaixo segurando sua bolsa nos braços enquanto o xerife tropeçava e perdia o equilíbrio.

Era difícil correr rápido por uma rua arborizada cheia de prostitutas e turistas que vinham em busca de diversão sexual. Afinal as pessoas se tornavam obstáculos, e o xerife não poderia correr facilmente para pegar Naito.

Naito, que não conhece bem o caminho, voltou por onde veio e pegou um táxi.

— Ei, você! Pare aí!

Ele podia ver o homem movendo seu corpo pesado rapidamente.

Naito sentou-se no banco do passageiro. Vendo o xerife se aproximando igual a um javali furioso, o taxista inicialmente tentou dizer-lhe para sair, mas se calou diante do pacote de dinheiro que Naito lhe deu. Depois de pegar o dinheiro, ele pisou no acelerador.

—  Para onde você quer que te leve?

— Gojan… Vá para Gojan, por favor.

Naito não conseguia nem respirar direito, respondeu com dificuldade. Seus pulmões estavam doloridos e sua garganta ardia devido a corrida maçante.  Como uma gangorra, o coração subia e descia sem hesitação.  Enquanto olhava no retrovisor, ofegante, avistou o xerife gradualmente desaparecendo pouco a pouco. Ele parecia ter desistido de correr. Finalmente aliviado, Naito encostou a parte superior do corpo no assento e fechou os olhos. Ele estava coberto de suor frio.

Seu corpo estava tremendo novamente devido à ansiedade.

Não pode ser pego. Não queria viver em um relacionamento que não soubesse se era filho ou amante de seu pai. A coisa mais assustadora era finalmente admitir esse relacionamento mortal e viciante.

Seu pai queria isso e foi ele quem o fez assim. Ele era um homem que o convenceria de qualquer maneira. Foi ele quem subiu ao topo da pirâmide dessa forma, então não havia nada que ele pudesse fazer.

‘Se isso acontecer, eu, eu….’

Naito envolveu seu rosto com as mãos trêmulas. Nenhuma lágrima saiu. Apenas um triste e pesado murmúrio soluçava sem forma.

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Continua…