Ler Lamba-me se puder – Capítulo 95 Online

Modo Claro

O coração de Koy batia forte de medo. Era a primeira vez que, naquela hora da manhã, o pai acordava e o chamava. Normalmente, ele estava bêbado e desmaiado; quando não fingia dormir ou simplesmente saía para trabalhar, ignorando a existência do filho.

‘Mas por que… de repente…?’

Sem saber o que responder, Koy apenas ficou olhando. O pai, sentado na cama e encarando-o, abriu a boca para falar. Mas Koy não conseguia imaginar o que ele diria. Ansioso e tenso, esperou em silêncio. No entanto, o homem fechou a boca de novo. Tinha algo a dizer, com certeza, mas não falava. Aquele silêncio estava insuportável.

— E-eu… já estou atrasado… vou indo!

Lançando a frase de qualquer jeito, Koy saiu correndo, escapando do trailer às pressas, derrubando coisas pelo caminho. Mas seu pai não o chamou de volta, apenas observou, em silêncio.

— Haa, haa…

Koy correu até se afastar um pouco da casa, então parou para olhar para trás. O trailer permanecia quieto. Seu pai não o seguira. Só então ele soltou um suspiro trêmulo.

‘O que será que meu pai ia dizer…?’

Por um instante, ficou curioso. Mas se alguém lhe pedisse para voltar naquele momento e esperar até o pai finalmente falar, Koy jamais aceitaria.

Depois de observar o trailer em silêncio por alguns instantes, virou-se e seguiu seu caminho para a escola. Mas, de repente, o celular tocou. Quem será a essa hora da manhã? — pensou, surpreso. Quando viu o identificador de chamada, seu rosto se iluminou instantaneamente.

 

***

 

Ashley o esperava no mesmo local onde haviam se despedido no dia anterior. Encostado no carro, cantarolava baixinho, até que avistou Koy correndo de longe. Logo abriu um sorriso.

— Ash!

Koy gritou, com o rosto cheio de felicidade. As bochechas coradas de alegria, o sorriso largo. Ashley abriu os braços para ele. Por um instante, Koy vacilou. Os pés que vinham correndo em disparada reduziram o ritmo, mas logo voltaram a se mover apressados. Ashley não se mexeu, permaneceu firme, esperando-o.

— Ash…!

Chamando seu nome com alegria, Koy se atirou nos braços dele. Ashley o abraçou com força. Koy escondeu o rosto em seu pescoço, um leve aroma de pele o envolveu. Ashley respirou fundo, reconhecendo o aroma familiar. Koy também o apertou de volta, fechando os olhos, ainda ofegante.

— Senti sua falta.

Ashley sussurrou. Koy estremeceu ao sentir o calor da respiração em seu pescoço e murmurou:

— Eu te vi em sonho.

— Sério?

A voz de Ashley estava cheia de alegria. Qual namorado não ficaria feliz ao saber que o outro até sonhava com ele? O sorriso satisfeito se espalhou em seu rosto, até que Koy acrescentou:

— Sim, mas… não foi tão bom assim.

Ashley não reagiu de imediato. Passados alguns segundos, ergueu o rosto para encarar Koy.

— …Por quê?

Na expressão dele, o cenho franzido deixava clara a preocupação. Koy, envergonhado, abaixou a cabeça e sussurrou baixinho:

— Porque te ver de verdade é muito melhor.

O rosto de Ashley se iluminou até se abrir num sorriso largo. Incapaz de se conter, inclinou-se, e Koy, mesmo tímido, ergueu o rosto.

Os lábios se tocaram suavemente. Ashley sugou de leve o lábio inferior dele antes de aprofundar o beijo, entrelaçando a língua. Koy se esforçou para imitá-lo, ainda um pouco desajeitado, mas dedicado. Aquela inexperiência, para Ashley, só o tornava mais adorável e não conseguiu deixar de apertá-lo ainda mais contra si.

— …Mm.

Koy deixou escapar um pequeno som entre o beijo. Não era de prazer, e sim um leve desconforto. Se eu apertar mais, posso até quebrar os ossos dele. Ashley percebeu o quanto seu corpo era pequeno, não chegava nem à metade do seu, e com dificuldade afrouxou a força nos braços.

Meu adorável Koy… eu gosto tanto de você.

Ele continuou o beijo, mas ao invés de apertar mais, desceu uma das mãos até segurar-lhe as nádegas. Koy estremeceu surpreso, mas continuou entregue ao beijo. Estava usando jeans naquele dia, e o tecido áspero não era nada agradável. Ashley conteve o impulso de enfiar a mão por baixo e acariciar a pele nua diretamente.

‘Se eu for tão longe, não vamos conseguir chegar na escola.’

Mesmo depois de ter se masturbado tanto no dia anterior, sentia o sangue fluindo para a parte inferior do corpo de novo. Dizem que os alfas extremos vivem mais do que a média… mas, desse jeito, vou ser o primeiro a morrer cedo e virar objeto de estudo. Ele riu de si mesmo, esforçando-se para se controlar, e afastou lentamente os lábios. A mão ainda repousava na bunda de Koy, mas já era uma grande vitória tê-la mantido ali apenas.

‘Se controle, Ashley Miller. Não tenha pressa.’

Pensou na vida tranquila que sonhava — a casa no interior, um cachorro, um gato, envelhecendo juntos — e respirou fundo para conter a tentação.

Pensou na vida tranquila que sonhava — uma casa de campo de dois andares, como um casal de avós criando cachorros e gatos. Esse pensamento o ajudou a suprimir a tentação. Pelo sonho que ele queria viver, não poderia morrer cedo.

— Vamos, Koy?

— Sim.

Koy assentiu, os olhos ainda perdidos nele. Gostava demais dos beijos de Ashley, isso era tão óbvio que ao ver isso, Ashley não resistiu e roubou mais um beijo rápido.

Durante todo o caminho até a escola, Ashley dirigia com uma mão no volante e a outra entrelaçada à de Koy. De vez em quando, quando o carro parava no sinal ou reduzia a velocidade, mexia nos dedos, apertava e soltava, fazendo brincadeiras de mão.

Para Koy, a sensação de ter sua mão envolta naquela palma grande e firme fazia parecer que ele inteiro cabia ali, e, a cada vez, precisava se esforçar para não deixar sua respiração descompassar.

Mas o tempo doce passou rápido demais. Perto da escola, Ashley estacionou à beira da estrada, suspirou fundo e disse:

— Aqui ninguém vai ver.

— Sim.

Koy assentiu e começou a se preparar para descer. Na verdade, não queria se separar, mas não havia o que fazer. Afinal, foi ele mesmo quem sugeriu esconder o relacionamento.

Ao lembrar do que tinha acontecido naquela manhã, percebeu que tinha feito a coisa certa. Não sabia o que o pai queria dizer, mas, de qualquer forma, se descobrisse a verdade, não haveria nada de bom nisso.

É pelo Ash.

Para ele apanhar não importava. Mas pensar que Ashley pudesse ser agredido pelo pai o deixava em pânico. Ele não merecia passar por nada daquilo. E por ter começado a namorar Koy, acabava correndo riscos desnecessários.

Sentindo-se culpado, Koy tentou puxar a mão devagar, mas de repente Ashley o segurou firme e o puxou de volta. Com os dedos ainda entrelaçados, Ash beijou-lhe o dorso da mão e o fitou. O coração de Koy voltou a disparar descontroladamente.

— Não tem problema se a gente se cumprimentar na escola, certo?

— A-ah, sim.

Seria estranho fingir distância de repente. Pelo menos isso, Koy permitiu a si mesmo, como uma pequena recompensa. Caso contrário, seria doloroso demais.

Ashley sorriu, carinhoso.

— Não se preocupe. Eu lembro bem do que você disse. Nada de ruim vai acontecer.

— Sim.

Se era Ashley quem dizia, então era verdade. Koy confiava cegamente nele. Ash estendeu a outra mão, segurou-lhe a nuca de Koy e o puxou. Koy fechou os olhos primeiro, esperando o beijo. Dessa vez, o beijo se prolongou um pouco mais.

A língua de Ashley acariciou suavemente o interior da boca dele e se retirou. Koy abriu os olhos com um leve sentimento de frustração, mas encontrou Ash sorrindo, limpou-lhe o canto dos lábios.

— Então… até logo.

— Sim.

Koy concordou, ainda contrariado por se separar. Abriu a porta do carro devagar, mas até o último segundo os dois não soltaram as mãos. Os dedos foram se desenlaçando pouco a pouco, até o fim. Ao fechar a porta, viu Ashley sorrir de canto, como se também sofresse com a despedida.

— Até já. — disse Koy mais uma vez, antes de virar as costas.

Ashley deixou Koy em uma rua isolada, a cerca de dez minutos a pé da escola, e partiu com o carro antes dele. Provavelmente para enfrentar primeiro toda a atenção que cairia sobre eles. Koy, sentindo uma mistura de gratidão infinita e culpa pelo cuidado dele, caminhava devagar na direção da escola.

 

***

 

Ashley Miller foi ‘rejeitado de novo’.

O boato se espalhou em um piscar de olhos. Ainda mais rápido do que no dia anterior, quando circulava a história de que, depois do jogo de hóquei no gelo, Ashley Miller tinha se declarado para um garoto e o beijado.

 

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Continua….

 

Tradução:  Ana Luiza

Revisão:  Thaís

 

 

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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can

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