Ler Lamba-me se puder – Capítulo 91 Online

Modo Claro

Até agora era até estranho ele não ter percebido. Há pouco, também, sofreu bastante por causa da anaconda que teimava em não morrer. Se continuasse assim, não viveria por muito tempo.

E tudo isso era porque Koy era fofo demais.

Dessa vez, Ashley colocou a culpa em Koy. Dizia para si mesmo que todo aquele desejo intenso era culpa dele. Uma voz interior imediatamente concordou.

‘É verdade, a culpa é do Koy’.

‘Isso mesmo, Koy estava sendo irritante’. Não bastasse não tocar na anaconda, ainda o deixou se masturbar por uma hora.

Mais uma vez, sua mente entrou em consenso. E então, uma pequena voz demoníaca sussurrou.

‘Então vamos trancafiá-lo’.

— Chega, chega.

— Hã?

De repente, as palavras que Ashley murmurou fizeram Koy, que caminhava atento ao redor, levantar a cabeça assustado. Ops. Ashley, confuso, olhou para ele e, em seguida, sorriu com a mesma doçura de sempre.

— Eu devolvo o uniforme depois… só que… ficou um pouco molhado.

Acrescentou de má vontade, e Koy, que o encarava sem entender, apenas depois acenou com a cabeça.

— Sim, tudo bem.

‘Claro, estava no chuveiro, era natural que tivesse molhado’.

Koy pensou de forma simples e seguiu adiante. Ele jamais poderia imaginar o que Ashley havia feito com o uniforme. O que importava no momento era que o corpo de Ashley não estava bem. Parecia até difícil para ele caminhar.

‘É melhor que volte logo e descanse’.

Pensando nisso, Koy observava preocupado a expressão dele. Mas, ao mesmo tempo, a mente de Ashley estava tomada por todo tipo de pensamento sujo.

Sem saber nada sobre o estado interior dele, Koy suspirou de alívio ao avistar o carro estacionado. Ashley jogou de qualquer jeito as duas bolsas no banco de trás, levantou-se e falou:

— Sua bicicleta está no lugar de sempre, não é?

— Hã? Não, tudo bem!

Koy o deteve rapidamente.

— Hoje vamos direto. Ninguém vai roubar minha bicicleta.

Mais importante era fazer com que Ashley descansasse. Porém, com o Cayenne entre eles, Ashley apoiou o braço no carro e franziu a testa para Koy.

— E amanhã? Vai pra escola a pé?

— Ah…

Diante do problema inesperado, Koy ficou sem palavras. ‘E agora, o que eu faço? Quanto tempo levaria se fosse a pé?’ Da outra vez que a bicicleta quebrou, ele foi andando, então não seria difícil.

‘Então preciso acordar 30 minutos, ou até uma hora mais cedo’.

Só de pensar em acordar cedo depois de tanto tempo, já ficou nervoso. E se deu conta de que havia se acostumado rápido demais à bicicleta nova.

A bicicleta que Ariel havia dado não se comparava em nada à que ele usava antes. Por ser um ótimo modelo, além de reduzir o tempo de trajeto, também era confortável.

‘Não tem jeito, é só um dia’.

Quando ergueu a cabeça, decidido, encontrou os olhos de Ashley, que o encarava encostado no carro. Estaria esperando uma resposta? Koy lembrou-se do que Ashley havia dito e falou honestamente:

— Eu posso ir a pé. Já fiz isso algumas vezes.

Ashley ficou em silêncio por um instante, observando a expressão decidida dele. ‘No que ele estará pensando?’ Sem conseguir adivinhar, Koy só podia esperar. Então, Ashley soltou um suspiro curto e esboçou um sorriso torto.

— Nessas horas, Koy, você devia pedir para o seu namorado ir te buscar.

— Ah…

Só então Koy percebeu, e deixou escapar um som bobo. Achando aquilo adorável, Ashley voltou a sorrir.

— Vai mesmo andar toda essa distância? Você vai cair assim que chegar na escola.

‘Por que ele não pensa em aproveitar o namorado que tem carro?’

Ashley sabia a resposta. É porque era a primeira vez que Koy namorava alguém, então não estava acostumado. Achava que essa era a explicação… até ouvir a resposta inesperada de Koy.

— Mas, é que você é mais importante para mim.

Ashley ficou imóvel, e Koy, de cabeça baixa, completou em voz baixa:

— Eu só queria que você pudesse descansar mais rápido.

Sob a luz do poste, as orelhas de Koy estavam vermelhas de vergonha. Ashley o encarou, sem conseguir desviar os olhos.

‘Como é que Koy consegue sempre dizer coisas que mexem tanto comigo?’

Mais uma vez, ele se viu apaixonado por Koy. A cada instante, parecia afundar ainda mais fundo nesse sentimento.

— Koy, se você continuar assim, eu juro que vou acabar te trancafiando.

O sussurro carregado com um suspiro fez Koy olhar para ele confuso. Vendo isso, Ashley apenas fez um gesto para que entrasse no carro. Envergonhado, Koy entrou às pressas no banco do passageiro. Ashley assumiu o volante, ligou o carro e perguntou:

— Quer jantar fora? Já está bem tarde, você não está com fome?

— Hã, hã?

A proposta inesperada fez Koy gaguejar. Depois de hesitar um pouco, respondeu cauteloso:

— Eu achei que a gente ia para sua casa…

— O quê?

Dessa vez, Ashley repetiu, surpreso. Virando o rosto para encarar Koy, ele logo assumiu uma expressão maliciosa.

— Quer ir pra minha casa? Você tá bem ousado, Koy.

— Hã?

Koy piscou sem entender, mas logo compreendeu o sentido e balançou a cabeça desesperado.

— N-não é isso!

— Meu namorado só pensa nisso.

— Eu não quis dizer isso!

Koy elevou a voz, atrapalhado.

— Eu disse antes, é que você está cansado…

Ashley o interrompeu com um beijo. O beijo roubado de surpresa fez Koy esquecer o que ia falar, apenas piscando confuso, até que Ashley se afastou com um sorriso.

— Hoje é melhor não irmos para minha casa.

E explicou o motivo:

— Se ficarmos sozinhos, acho que vou acabar fazendo alguma coisa à força.

Em outra ocasião, Koy teria levado aquilo na brincadeira. Mas hoje, não parecia ser brincadeira. Lembrando-se do que acontecera no vestiário, parecia até plausível.

‘Se eu disser agora pra irmos, com certeza vai acontecer…’

E, dessa vez, ele não teria como recusar. Ashley respeitava sua vontade, mas Koy não tinha certeza se conseguiria rejeitá-lo duas vezes seguidas.

O pior é que Koy sabia bem: Ashley realmente o desejava. Mas ele estava se controlando, esperando até que Koy estivesse pronto. E Koy não queria atiçá-lo com uma curiosidade tola. Por isso, apenas concordou.

— Tá bom. Então vamos a qualquer lugar. Eu topo tudo.

E, para não provocá-lo, acrescentou:

— Escolhe o que você tiver vontade de comer.

‘…Se você soubesse que é você o que eu quero, não diria isso.’

Ashley o encarou fixamente. ‘Será que o Koy não aprendeu a ler mentes? Como é que sempre diz coisas que mexem tanto comigo?’

Era natural, afinal, na mente de Ashley não havia espaço para nada além de Koy. Se Koy dissesse que achava lindo os recifes no oceano, Ashley logo o imaginaria nu deitado ali.

‘Ainda bem que Koy não sente o cheiro’.

O carro estava impregnado com o aroma de feromônio. Ele estava tão excitado que não podia evitar. Então, resignado, Ashley dirigiu até o restaurante que o pai havia reservado. Um dos melhores lugares, com a melhor mesa, reservada por um ano inteiro. Mas ele nunca tinha ido. Seu pai sempre fazia isso: onde achava que o parceiro dele gostaria, mantinha reservas abertas.

Mesmo sem saber de fato se era o que ele gostava.

‘Odeio homens egoístas… até quando dizem que fazem algo pelo outro, é sempre do jeito deles’.

Ashley sabia bem disso. Já havia sido alvo de mal-entendidos muitas vezes, por isso conseguia compreender os sentimentos dele.

‘Talvez, ele estaria feliz em qualquer lugar, contanto que meu pai não estivesse lá .’

Esse pensamento logo lhe trouxe amargura.

‘Mas é claro, um lugar sem meu pai não existe nesse mundo.’

‘Eu havia escapado, mas ele nunca conseguiria. Nem depois da morte. Seu pai jamais o soltaria.’

(acredito que aqui, Ash esteja falando do pai ômega dele)

A imagem dura do rosto de Dominique Miller surgiu em sua mente, trazendo um gosto amargo. E assim, ele conduziu até aquele restaurante que nunca tinha visitado.

 

***

 

— Muito obrigado por hoje, Ash.

Depois do jantar, Ashley parou o carro no lugar de sempre para deixar Koy. Ele agradeceu, mas Ashley o segurou antes que saísse, e perguntou de cara fechada:

— Tem certeza de que não quer que eu te acompanhe? Estamos namorado, afinal.

— Hm…

Ele tinha razão. Mas, para Koy, não era simples assim. Constrangido, balançou a cabeça em negativa.

— Não dá.

Antes, não queria mostrar sua casa humilde, mas agora havia outro motivo: se o pai visse, depois de ter proibido o relacionamento, não sabia o que poderia acontecer. Apanhar não importava, mas não queria que Ashley sofresse por isso.

— Me desculpa, Ash. Mas eu quero ir sozinho.

— Haah…

Diante da recusa repetida, Ashley não insistiu, apenas suspirou. Vendo isso, Koy hesitou, mas abriu a boca:

— Ash, eu tenho um pedido.

— O quê?

Ashley arregalou os olhos. ‘Koy pedindo algo’? Qualquer coisa, ele faria.

Com o rosto tenso, Koy perguntou em voz baixa:

— Nós dois, estarmos namorando…

— Sim?

Engolindo em seco, ele finalmente disse:

— Por enquanto… não dá para manter isso em segredo?

 

°

°

Continua….

 

Tradução:  Ana Luiza

Revisão:  Thaís

 

 

 

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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can

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