Ler Lamba-me se puder – Capítulo 125 Online

Modo Claro

Diante da revelação inesperada, os olhos de Koy se arregalaram. Ao ver sua reação, Bill soltou um suspiro e murmurou:

— Então você também não sabia.

Koy apenas assentiu, ainda atônito, incapaz de formar palavras.

— Eu também não consegui vê-lo… — continuou, com a voz trêmula.

Desde que viu Ashley ser levado à força, ele não teve notícias dele. Por isso, mesmo arriscando-se aos boatos da escola, decidiu aparecer. Enquanto Koy gaguejava, tentando explicar a situação, Bill inspirou fundo, a expressão se contraindo de frustração.

— O que aconteceu? Por que o Ash teria te sequestrado do nada? Você sabe o que estão dizendo? Que o Ash ficou obcecado por você, e como você não correspondia, ele te sequestrou. Isso faz sentido?

— Isso não faz sentido algum! — Koy gritou, incrédulo.

— Claro que não faz. — Bill respondeu, ainda franzindo a testa.

Koy ficou paralisado com a conversa, mas Bill continuou, evidentemente irritado.

— O Ash não é esse tipo de pessoa. Eu conheço ele há anos. Vi como ele terminou com todas as namoradas dele: sempre de maneira limpa e direta. Ele cumprimenta a ex com um sorriso e até mantém amizade com o novo namorado dela. O Ash é assim! E eles acham que ele te sequestrou só porque você não correspondeu? Que absurdo!

A raiva de Bill era genuína. Koy podia sentir o quanto ele admirava e respeitava Ashley. Não era só ele: todo o time de hóquei sentia o mesmo. Como capitão e amigo, Ashley tinha um lugar especial no coração deles — além da amizade. E, com tudo acontecendo, era natural que estivessem em completo pânico.

Não havia mais razão para esconder.

Ashley queria tornar o relacionamento deles público há muito tempo. Ele só havia mantido segredo por causa de Koy, mas ele não imaginou que isso resultaria em um mal-entendido tão absurdo. Koy não podia mais permitir que Ashley sofresse por causa desse equívoco.

‘Vai ficar tudo bem agora.’

Koy engoliu em seco, forçando a saliva a se formar nos lábios secos de nervoso, e finalmente falou:

— Você está certo. Ashley não me sequestrou. Eu, nós…

Ele respirou fundo, reunindo coragem, e finalmente confessou:

— Nós gostamos um do outro.

Ao ouvir isso, Bill arregalou os olhos e olhou para Koy. Vendo sua reação completamente congelada, Koy percebeu que Bill não esperava por essa situação. ‘O que ele estava pensando, então?’

‘Deve ser por isso que ele me trouxe aqui para perguntar.’

Koy se convenceu e continuou com um tom mais claro:

— Eu tinha meus motivos para pedir ao Ashley que mantivesse segredo. Ele apenas atendeu ao meu pedido. Sinto muito por ter escondido isso até agora.

Mesmo se desculpando sinceramente, Bill continuava sem reação. Koy, percebendo que essa era uma reação natural diante de algo tão chocante, aceitou mentalmente a situação. Afinal, quem imaginaria que Ashley Miller e Connor Niles realmente se gostariam e estariam juntos? Se fosse só um crush unilateral de Koy, talvez até fizesse sentido.

Essa incredulidade estava estampada no rosto de Bill. Koy sentiu vergonha, mas também uma pontada de culpa por ter feito Ashley passar por tudo aquilo por ele. Com determinação, continuou:

— Nós estamos namorando e, quando formarmos, vamos… casar. E eu…

Koy parou de falar, subitamente tomado por uma compreensão profunda — a de seus próprios sentimentos. ‘Se você me perguntasse de novo agora, eu responderia sem hesitar.’ Sentindo o calor subir até seus olhos, ele declarou com firmeza:

— Vou com o Ash para o Leste.

A declaração bombástica fez Bill permanecer imóvel, sem sequer piscar. Ele apenas fitava Koy, completamente atônito. O excesso de informações o havia atingido como uma bomba, e sua mente parecia ter simplesmente se desligado.

 

***

 

Quando o sol começou a se pôr e o ambiente escurecia, Koy voltou para casa. No trailer estreito e miseravelmente velho, não havia ninguém além dele. O pai havia sido internado naquele dia e ainda não retornara.

Como sempre, Koy apoiou a bicicleta em um canto do veículo e abriu a porta. Um silêncio absoluto o recebeu. Ele soltou um suspiro propositalmente alto e se deixou cair sobre a cama.

O trailer permanecia igual. Koy ainda se lembrava da cena quando voltara para casa, conduzido pela polícia — o interior todo em desordem. Sobretudo, a imagem dos copinhos de papel que costumava alinhar na janela lhe veio à mente: todos caídos, com as pequenas flores-de-dente-de-leão espalhadas pelo chão junto da terra. Ao lembrar disso, ele sentiu novamente as lágrimas arderem nos olhos.

Embora tivesse limpado o lugar às pressas, a solidão continuava sufocante. Pensar que Ashley havia desaparecido mais uma vez diante de seus olhos o deixava à beira da loucura.

Segundo Bill — cujo pai era policial e, portanto, sabia de mais detalhes —, Ashley aparentemente havia sido solto.

— Ouvi dizer que o pai dele é um advogado super famoso.

Bill suspirou antes de continuar. Disse que o pai de Ashley pretendia pagar todas as despesas médicas do pai de Koy, além de uma quantia como compensação, em troca da libertação do filho. Ao ouvir isso, Koy sentiu um amargor subir-lhe ao peito. Presumira que o pai teria aceitado o acordo sem pensar duas vezes — mas as palavras seguintes o surpreenderam.

— Aparentemente, seu pai recusou furioso. Disse que não queria nada disso, só queria seu filho de volta.

Koy ficou desnorteado. Ele sabia melhor do que ninguém o quanto o pai o odiava — sentira isso ao longo da vida, de uma forma dolorosamente clara. Naquele dia, o homem o amaldiçoara, o agredira brutalmente.

‘Então por que agora…?’

De qualquer forma, ele não achou que fosse por bons motivos. Koy não foi visitá-lo no hospital nem uma vez, e não tinha intenção de ver seu pai. Tudo o que ocupava sua mente agora era pensar em Ashley.

— Ouvi dizer que o pai do Ashley veio até aqui por causa dele. E que vai levá-lo de volta para o Leste imediatamente.

Recordando as últimas palavras de Bill, Koy enterrou o rosto entre as mãos.

‘Não pode ser… Ash, você não vai partir assim, vai?’

Mesmo quando ele ligava, Ashley não atendia, e quando ele tentou ir até a mansão, ao contrário de antes, guarda-costas brutamontes estavam estacionados, impedindo-o de se aproximar. Claro, nenhum encontro foi permitido. A única exceção fora uma vez, quando uma mulher, secretária do pai de Ashley, saíra para lhe fazer uma breve advertência:

‘O Sr. Dominic Miller vai chegar. Acha que ele vai gostar de te ver?’

Ao ouvir isso, ele teve que recuar, com medo de que Ashley fosse prejudicado. E assim continuou.

Quero te ver, Ash…

Ele se conteve, respirando fundo repetidas vezes para segurar as lágrimas.

 

***

 

O som da maçaneta girando fez Ashley, encolhido na escuridão, estremecer. Um feixe de luz cortou a escuridão profunda. Ao mesmo tempo, seus olhos doeram, sensíveis à luz, e ele os cobriu com as mãos. Logo, passos ecoaram e alguém se aproximou, segurando a mão que protegia seus olhos.

— Use isto até que seus olhos se acostumem à luz.

A voz fria e profissional era da secretária. Seguindo suas instruções, Ashley colocou a venda sobre os olhos. Em seguida, uma garrafa de plástico foi colocada em suas mãos.

— Beba, é água.

Ele levou a garrafa à boca e a esvaziou de uma vez. A secretária permaneceu em silêncio, observando. Depois de pegar a garrafa vazia, ela falou novamente:

— Levante-se. Consegue andar?

Ashley rejeitou a mão que tentava apoiá-lo e se levantou sozinho, de forma desajeitada. A luz que vazava por baixo da venda ainda fazia seus olhos arderem, e ele caminhou, tateando a parede. À medida que cambaleava pelo corredor, seus sentidos foram despertando, inundados pelos sons e luzes que estiveram ausentes durante dias.

— Quantos dias se passaram? — perguntou, com a voz rouca.

— Três dias — respondeu a secretária.

Ashley engoliu em seco, tentando não demonstrar sua surpresa. Três dias completamente isolado no escuro do porão… Ao lembrar-se do rosto de Koy, um suspiro profundo escapou-lhe.

Ashley retornou à mansão uma semana depois de ser preso pela polícia. Seguindo a secretária até o carro, ao entrar na propriedade, encontrou a mansão, normalmente silenciosa, cheia de movimento.

Não era uma festa. Vendo a mansão inteira iluminada, com dezenas de guarda-costas e funcionários se movendo apressadamente, Ashley teve um pressentimento. ‘Seu pai estava aqui.’

A intuição de Ashley estava certa. No entanto, ele nem sequer viu o rosto do pai antes de ser jogado no porão. Assim como acontecera no leste, ele foi punido sendo deixado sozinho na escuridão total, mas ele já esperava por isso.

No entanto, o período de três dias era o mesmo de quando ele tentou matar ‘Ashley’ — uma prova clara de que Dominique julgava a gravidade do crime de seu filho realmente séria.

Com uma determinação contida, Ashley seguiu as instruções indicadas pela secretária. No fim do caminho, ele pressentia que seu pai o aguardava. O perfume alheio, inicialmente sutil, ficava cada vez mais intenso — um sinal de que estava chegando perto.

— Pare — ordenou a secretária.

Ashley obedeceu, parando no ponto indicado. Logo ouviu o som dela batendo na porta. Não houve resposta, mas após alguns segundos, ela abriu a porta.

— Dois passos à direita, depois dez passos em linha reta — instruía ela, guiando-o como fizera anteriormente.

Ashley moveu-se devagar, cada passo ecoando de forma sinistra.

…Nove, dez.

Ao parar, ouviu a porta se fechando atrás de si. Então, misturado ao perfume intenso, veio um cheiro de charuto forte e penetrante. Era o cheiro familiar daquele homem. Enquanto ele congelava involuntariamente, uma voz grave fluiu subitamente:

— Muito bonito, Junior.

Era Dominic Miller.

 

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Continua….

 

Tradução:  Ana Luiza

Revisão:  Thaís

 

 

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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can

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