Ler Lamba-me se puder – Capítulo 111 Online

Modo Claro

Depois de se acalmarem um pouco, os dois se sentaram lado a lado no sofá.

Ashley abraçou Koy pela cintura com um braço, puxando-o firmemente contra seu corpo, e, com a mão que estava sobre a própria coxa, segurou a outra mão de Koy, que estava caída, e começou a acariciá-la sem parar.

Koy apenas olhava para a mão de Ashley, apoiando todo o corpo nele.

Nenhum dos dois abriu a boca. Era a primeira vez que um silêncio assim acontecia. ‘Sentir-se tão inseguro e ansioso estando com Ashley…’

Koy se esforçava para não deixar transparecer o seu nervosismo, tentando desesperadamente encontrar algo para dizer. Finalmente, ele pensou em um assunto neutro e abriu a boca:

– …E a escola, como ficou? Você faltou às aulas por tanto tempo.

Ashley tinha comparecido a menos de um terço das aulas. ‘Será que o diretor sabia o que estava acontecendo?’

Embora tivesse conseguido quebrar o silêncio, Koy sentiu um leve ressentimento. Ele abaixou a cabeça, abatido, e Ashley, ao mesmo tempo em que lhe dava um beijo no topo da cabeça, respondeu:

– Alfas e Ômegas, quando se manifestam, recebem muitas concessões durante um ou dois anos. É porque os feromônios costumam ficar instáveis.

– Ah…

Só então Koy compreendeu. ‘Então Ashley não conseguiu voltar por causa dos feromônios também?’

– Foi muito difícil para você?

À pergunta foi cautelosa, Ashley não respondeu dessa vez. Em vez disso, apertou de leve a mão de Koy, que estava acariciando, segurando-a com força. Diante do clima cada vez mais pesado, Koy voltou a se calar. Logo Ashley relaxou a mão e soltou um longo suspiro.

– Os feromônios são um dos motivos.

‘Então havia outra razão.’

Koy voltou a ficar inquieto. Ashley disse claramente que ainda o amava. Disse que não iam terminar, que, se Koy o deixasse, ele morreria.

Por que ele não me conta?

Koy sentiu o coração vazio de novo.

‘Ele mesmo disse que, num relacionamento, é preciso ser sincero.’

Koy poderia confrontá-lo citando as próprias palavras de Ashley, mas não o fez. ‘Todos têm segredos que preferem não contar’. Não é a mesma coisa que enganar alguém. Ele próprio, por vergonha, nunca havia mostrado a Ashley a casa onde vivia.

Mas não era só isso. Koy percebeu o quanto também vinha escondendo.

‘E se eu contasse tudo agora…?’

Sentiu um forte impulso de se abrir para ele, mas apertou os lábios e conteve-se. Pensou que seria covardia revelar seus segredos apenas para descobrir os de Ashley, depois de tanto tempo se esforçando para permanecer calado.

‘Falar sobre mim deve ser uma escolha minha, algo que eu faça quando estiver pronto — não por causa dele.’

Agora não era o momento.

Koy inspirou profundamente, o corpo ainda trêmulo, e soltou o ar devagar.

‘De qualquer forma, Ashley está aqui comigo agora.’

Quantas vezes pensara nele quando nem conseguia entrar em contato? Pensava que nada mais importava — que não precisava de nada, contanto que ele voltasse.

‘Isso já basta.’

Koy fechou os olhos com força e depois os abriu lentamente. Ashley ainda segurava sua mão. Koy levou, com cuidado, a mão presa até o próprio rosto. Entrelaçou os dedos aos de Ashley e pousou a bochecha sobre o dorso da mão dele.

– …Senti sua falta.

Até ele mesmo percebeu como a própria voz tremia. Mas, ainda assim, fez o melhor que podia. Até aquele momento, Ashley o havia tocado e abraçado inúmeras vezes — mas, curiosamente, ainda não o havia beijado. Talvez apenas não conseguisse encontrar o momento certo.

Até agora, quem sempre hesitava sem saber quando era a hora certa de beijar era Koy, nunca Ashley. Só de lembrar dos momentos em que ele soltava risada, beijando várias partes do rosto de Koy, lágrimas voltaram a lhe encher os olhos.

– Ash…

Koy chamou com a voz embargada.

– Você… você não sentiu minha falta…?

– Claro que senti. Como poderia não sentir?

Ashley negou imediatamente, com firmeza. Ao ver o rosto de Koy olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas, seu coração pareceu se partir. Ashley não conseguiu suportar e inclinou a cabeça. Percebendo que ele ia beijá-lo, Koy esticou os braços e envolveu seu pescoço primeiro.

Ele queria tanto sentir Ashley que estava quase enlouquecendo de saudades. Nunca havia desejado algo com tanta intensidade.

Me beija, Ash… por favor.

De olhos fechados, Koy ergueu o rosto enquanto Ashley o apertava nos braços, aproximando os lábios. Diferente do habitual, o corpo de Ashley ficou rígido, tomado por um nervosismo. A respiração trêmula estava perto de tocar os lábios de Koy — tão perto que qualquer movimento os uniria.

‘Não há nada mais tolo do que acreditar que um amor de adolescente será eterno.’

De repente, a voz da secretária ecoou em seus ouvidos. Naquele momento, Ashley congelou no lugar. A voz fria e sarcástica dela continuou ecoando.

‘Você realmente acha que um Beta pode dar conta de um Alfa ou um Ômega? Não seria melhor desistir, pelo bem dele também?’

Koy, que tremia levemente enquanto esperava o beijo, percebeu algo estranho. Abriu os olhos com cuidado — e, ao ver a expressão de Ashley, piscou, confuso.

– Ash… o que foi?

Koy perguntou com cuidado, mas Ashley não respondeu. Ele apenas olhava para Koy, perdido.

‘Com a quantidade de feromônios que você emite, ele já deveria ter se manifestado ou sofrido uma mutação, mas não houve nenhuma mudança nele, não é?’

Além disso, mesmo agora, o aroma dos feromônios que Ashley liberava preenchia o ar ao seu redor. Era um cheiro tão forte que podia perturbar sua própria mente, mas Koy não mostrava nenhuma reação significativa.

‘Pode significar que ele esteja resistindo intensamente à Manifestação.’

‘Por acaso… Koy?’

Por um instante, Ashley levantou a cabeça, tomado pela dúvida, mas logo afastou esse pensamento com força. Mesmo assim, de repente, ele empurrou Koy pelos ombros, afastando-o com um gesto brusco. Koy ficou chocado. Ashley estendeu o braço e o manteve a certa distância, curvando o corpo para frente, respirando de forma irregular. O som áspero de sua respiração ecoava de forma inquietante pelo cômodo silencioso.

Koy o observou por um tempo, hesitante, até que finalmente abriu a boca:

— O que foi, Ash?

A voz de Koy agora estava carregada de choro.

— Eu… eu estou com medo, por que você está agindo assim… O que aconteceu com você lá?

As lágrimas começaram a rolar enquanto ele soluçava baixinho. Ashley permaneceu imóvel por um tempo, tentando controlar a respiração, ouvindo apenas os soluços abafados de Koy.

– …Me desculpa.

Demorou um longo momento até que Ashley finalmente falasse. Koy segurou o choro com dificuldade, esperando em silêncio pelo que ele diria. A voz de Ashley saiu rouca, quase sufocada.

– Se eu te contar a verdade… talvez você passe a me desprezar.

– Eu nunca faria isso.

Koy negou imediatamente, mas a única resposta que recebeu foi um sorriso cínico. Um sorriso vazio, amargo — tão diferente — que fez o coração de Koy apertar de novo.

Enquanto observava, sem saber o que dizer, Ashley inclinou a cabeça para trás e soltou um suspiro curto em direção ao teto.

– Você perguntou o que eu fiz na Costa Leste, não foi?

Koy enrijeceu os ombros, sentindo o corpo inteiro se contrair. Ashley, que ainda segurava seus ombros, acabou percebendo. Depois de um momento olhando para o teto, ele baixou o olhar novamente.

– Eu fui levado para uma festa.

– O quê?

Diante da declaração inesperada, Koy ficou perplexo e olhou para ele. Ashley sorriu com amargura. Era a primeira vez que Koy via um sorriso tão devastado em seu rosto. ‘E ainda por cima, Ashley, sorrindo assim…’ Enquanto Koy ficava chocado mais uma vez, Ashley perguntou:

 

– Você não sabe o que é uma “festa”, não sabe?

– Eu sei.

Respondeu na hora, quase ofendido. Mesmo que se considerasse tímido e solitário, insinuar que não sabia o que era uma festa era demais.

Apesar da resposta, a expressão de Ashley não mudou muito. Ainda pálido, ele sorriu fracamente e disse:

– Não… você não sabe.

Haha. Ashley deu uma risada baixa. O som da risada, como se algo estivesse fervendo por dentro, um riso dolorido, deixou Koy sem palavras. Ele nunca tinha imaginado isso. ‘Este não é o Ashley Miller que eu conhecia.’ A imagem dele rindo alegremente sob a luz do sol ainda era vívida em sua mente. ‘O que está acontecendo?’

O contraste era tão cruel que Koy sentiu o coração despencar.

– Koy.

Ashley o chamou, depois de cessar o riso.

Enquanto Koy apenas o olhava, incapaz de dizer nada, Ashley, que subitamente parou de rir, chamou seu nome.

– Ah… sim.

Koy respondeu rapidamente, balançando a cabeça. Ashley então continuou, com a voz trêmula:

– E se…

‘E se… o quê?’

Koy não conseguiu sequer imaginar para onde aquela pergunta iria. Até que, por fim, Ashley falou — com a voz vacilante, quase quebrada:

– E se eu te dissesse que… eu transei com outra pessoa?

 

°

°

Continua….

 

Tradução:  Ana Luiza

Revisão:  Thaís

 

 

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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can

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