Ler Lamba-me se puder – Capítulo 102 Online
Ash!
Era a primeira ligação desde que ele tinha partido para a costa leste. Imediatamente, uma onda de alegria e saudade apertou o peito de Koy. Estava prestes a apertar o botão rapidamente, mas, nesse instante, a pilha de preservativos voltou a entrar em seu campo de visão. Ele congelou no mesmo lugar.
O toque do celular continuou a soar. Por um momento, Koy apenas olhou para a tela do telefone. Era a primeira vez que ele não atendia imediatamente ao ver o nome de Ashley. Foi necessário um pouco de tempo e coragem para finalmente pressionar o botão de chamada.
— Huuu, Huuu…
Depois de inspirar e expirar profundamente duas vezes em voz alta, finalmente, com a mão trêmula, tocou no botão. Atendeu no exato momento em que a chamada estava prestes a cair na caixa postal.
— A-alô?
— Koy?
A voz soou imediatamente do outro lado.
— Aconteceu alguma coisa? Por que demorou tanto para atender?
Diante da voz carregada de preocupação de Ashley, Koy sentiu um aperto de culpa. Apressou-se em pigarrear para disfarçar.
— É-É que… eu estava no meio do trabalho quando atendi.
Ao ouvir a voz de Ashley, o coração de Koy, que havia congelado instantes antes, derreteu de uma vez. Em vez disso, sentiu o peito transbordar de afeto, e perguntou com cuidado:
— Estava… ocupado?
‘Por que demorou tanto para me ligar?’
Sem conseguir esconder a mágoa em sua voz, Koy fechou a boca rapidamente. ‘É claro que ele devia estar ocupado… fazia tempo que não via os pais.’
Koy também não havia ligado para ele, porque era difícil calcular quando Ashley estaria junto com a família, e o fuso de três horas realmente atrapalhava mais do que pensava. Provavelmente Ashley também não tinha conseguido ligar pelos mesmos motivos.
‘E eu ainda fiquei magoado, mesmo tendo esperado ele ligar primeiro…’
Sentiu-se culpado por Ashley. Estava prestes a corrigir o tom de sua fala quando ouviu um suspiro do outro lado da linha. Imediatamente, o corpo de Koy enrijeceu. ‘Será que ele ficou bravo comigo?’ Seu coração disparou em nervosismo, mas então Ashley falou:
— Desculpa, Koy. As coisas aqui estão uma loucura.
— Ah…
Era uma voz muito mais calma do que Koy esperava. ‘Então ele não está bravo…’ Sentiu alívio e, ao mesmo tempo, culpa. ‘O Ash não é do tipo que se irrita ou fica zangado por coisas assim… mas eu fiquei pensando mal dele à toa.’
Com culpa no coração, Koy perguntou com cautela:
— Está ocupado com seus pais…?
— Bom… algo assim.
Ashley respondeu de forma vaga. A resposta evasiva deixou Koy curioso, mas ele achou que não seria educado ficar perguntando sobre a família dele, então se conteve e disse outra coisa:
— Deve estar cansativo aí. Mas, mesmo assim, seus pais devem estar felizes de você estar com eles, não é?
Dessa vez, Ashley não respondeu prontamente. O silêncio estranho o deixou nervoso, até que finalmente ele ouviu a resposta do outro lado:
— Não sei… não tenho certeza do que eles realmente sentem.
— Ah…
Koy ficou atônito, murmurando em confusão. Diante daquela reação um tanto cínica, não conseguia pensar em nada apropriado para responder de imediato. Sua expressão denunciava o quanto estava perdido, mas, mais uma vez, foi Ashley quem o salvou.
— E você, Koy? Passou bem o Dia de Ação de Graças?
— Hã? Ah, sim. — respondeu ele, assentindo apressado, antes de se lembrar de agradecer.
— Eu… eh.. obrigado, Ash. Graças a você, estou indo bem no trabalho.
— Sério? Está mesmo bem?
— Sim. — Koy assentiu com firmeza.
— O trabalho é fácil e o pagamento é bom. Olha, comparado ao que eu fazia nos outros serviços, agora trabalho muito menos e recebo bem mais. Obrigado. Graças a isso também vou conseguir me preparar de novo para as provas do vestibular e…
Empolgado, ele enumerava tudo, mas de repente parou. Para a próxima parte, precisaria de um pouco de coragem.
— Nós… também para o fundo do nosso casamento.
Com o rosto vermelho como um pimentão, murmurou em voz baixa. Do outro lado, ouviu-se uma risada. Não era uma risada de deboche, mas uma risada leve e alegre, o que deixou Koy ainda mais envergonhado.
— Po-por que está rindo?
— Ah, Koy. — A voz de Ashley ainda carregava um sorriso quando ele sussurrou:
— Queria te beijar agora.
O coração de Koy disparou descontroladamente. Ele levou a mão ao peito, tentando segurar as batidas aceleradas, e conseguiu abrir a boca com dificuldade.
— Eu… também.
‘Eu sinto sua falta, Ash.’
As palavras estavam prestes a escapar, mas Koy as segurou com firmeza, apertando os lábios. Dizer aquilo só deixaria Ashley ainda mais angustiado. ‘Ele também deve estar se segurando… eu preciso ser forte.’
Koy respirou fundo, tentando se recompor, quando Ashley perguntou:
— O que estava fazendo? Limpando a casa?
— Ah, sim.
Será que ele só está tentando adivinhar pelo horário? Koy pensou antes de responder:
— Até pouco tempo atrás, estava limpando a piscina e agora entrei na residência.
— Vai trabalhar de novo? Mas você já não limpou a piscina?
Ashley perguntou, surpreso. Ele claramente tinha dado instruções para Koy fazer apenas uma tarefa por dia. ‘Quanto trabalho estão lhe fazendo fazer? Quero verificar agora e dizer para fazer direito…’ Mas ele se conteve e esperou a resposta.
Koy hesitou, então respondeu:
— O trabalho que você pediu é só isso, mas eu quis fazer mais…
— Por quê? Assim, sem necessidade?
Ashley soava incrédulo, sem conseguir entender. Era natural — até ele ficaria assim. Koy o compreendia, mas a situação agora era especial.
— Porque… eu gosto de você.
Ao acrescentar apressadamente, Ashley ficou em silêncio por um momento, surpreso. Koy não conseguiu esconder a vergonha e murmurou baixinho:
— Você disse que queria que a casa estivesse limpa quando voltasse. Então…
— Então é por isso que está limpando a casa? Sem ninguém pedir?
— N-Não é muito… só um ou dois quartos, mais ou menos…
Ashley ficou novamente em silêncio. Como deveria reagir? Ele tinha pedido para Koy trabalhar em sua casa justamente para que ele se sentisse mais à vontade, e agora ele estava criando tarefas sozinho.
‘Por minha causa…’
Ashley se sentiu feliz, tocado e ao mesmo tempo com o coração apertado, uma mistura de várias emoções que o deixou sem palavras. Depois de um leve pigarro, ajeitou a voz e perguntou gentilmente:
— Então, que parte da casa está limpando agora?
— Ah, é… — Koy respondeu apressado.
— O seu quarto.
— Meu quarto?
— Sim.
Quando Ashley perguntou de novo, Koy assentiu com a cabeça:
— Quando você voltar, vai querer descansar aqui primeiro, não é? Por isso… limpo todos os dias, o seu quarto.
Só então Ashley entendeu o que ele quis dizer com “um ou dois” quartos. Era o quarto dele e mais outro. Era a forma de Koy expressar seu carinho do jeito dele. Ashley decidiu aceitar aquilo e disse:
— Entendi.
A voz carinhosa trouxe alívio a Koy. E, sem perceber, sua boca se abriu e ele soltou:
— Mas… por que tem tantas camisinhas?
— Hã?
Aaah!
Koy engoliu um grito silencioso, cobrindo a boca com a mão. Do outro lado, parecia ver o rosto franzido de Ashley.
— N-Não, é que… quer dizer…
Ele gaguejava apressadamente, quando Ashley, como se tivesse entendido, soltou um breve “Ahhh…”.
— Koy, você olhou dentro da gaveta, hein?
A voz parecia zombeteira, e Koy, completamente sem jeito, gritou:
— Ah, n- não, não foi de propósito! Eu só estava tentando limpar o pó atrás e mexi um pouco na mesa, aí ela inclinou e a gaveta abriu sozinha! Eu não estava tentando ver nada!
Ao ouvir a explicação confusa, Ashley riu em voz alta. Koy, percebendo que estava sendo apenas provocado, sentiu alívio em vez de raiva. ‘Então ele não ficou chateado…’
Respirando fundo, ele reuniu coragem e perguntou:
— E-Então… isso é… você comprou, né? No seu tamanho?
— Sim. Por quê?
Ashley respondeu de forma tão fácil que Koy se sentiu bobo por ter ficado tenso. O peso da tensão se foi, e sua língua passou a se mover com mais leveza.
— É que… é muito grande. Fiquei… meio surpreso.
— Não é tão grande assim. É tipo, do tamanho de um suricato?
Ashley não perdeu a oportunidade de tentar convencê-lo mentalmente. Mas a imagem que Koy já tinha visto tornava isso difícil de acreditar.
— Mas os suricatos são pequenos e fofos…
— Não, Koy. É porque você nunca viu um de verdade. Você não viu, né?
— S-Sim.
Koy concordou sem pensar.
— Só vi em fotos.
— Então acredite em mim. O meu é do tamanho de um suricato.
E, sem cerimônia, ele acrescentou:
— Pequeno e fofo.
Após a firme conclusão de Ashley, Koy permaneceu em silêncio por um instante. ‘É óbvio que meu cérebro está se esforçando para acreditar no que ele está dizendo…’ pensou, e enquanto Ashley sorria, Koy finalmente abriu a boca.
— Você também nunca viu um suricato, né?
A descrença transbordando em sua voz fez Ashley hesitar. Agora era seu cérebro que precisava trabalhar freneticamente. Então, pensando rapidamente, perguntou com uma calma superficial:
— Não, já vi. Por quê?
— Não tem como um suricato ser tão grande. Isso é uma anaconda, não é? Está me enganando de novo, né?
— Não, Koy. É sério.
Agora era Ashley quem estava aflito.
— O meu é do tamanho de um suricato. Juro. Koy, você não acredita em mim?
Naquilo, a frustração transbordava em sua voz — a mistura de frustração por sua mentira não ter funcionado e a mágoa por Koy não confiar nele fez com que sua sinceridade aparecesse de forma pura. Koy se abalou com aquilo.
— …Sério?
— Sim, é verdade.
Ashley afirmou com firmeza desta vez.
— É do tamanho de um suricato.
— …Espera um pouco.
Koy pediu que ele esperasse e rapidamente fez uma pesquisa. Suricato, suricato. Tamanho do suricato… E então ele confirmou:
Incluindo a cauda, cinquenta centímetros.
Ao ler a explicação, Koy finalmente entendeu.
— …Pode até ser um suricato, então.
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Continua….
Tradução: Ana Luiza
Revisão: Thaís
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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can