Ler Lamba-me se puder – Capítulo 100 Online
Mesmo durante o trabalho de meio período, seu rosto não dava sinais de esfriar. Koy percebeu, pela primeira vez, que comprar preservativos podia ser algo muito constrangedor. Claro, até agora ele nunca tinha tido oportunidade de comprar um, então era natural se sentir assim.
Ash provavelmente já tem bastante experiência, né?
— Ah…
Enquanto pensava nisso, um pensamento inesperado passou por sua mente:
Será que Ash já não tem preservativos?
— Claro que tem!
Sem perceber, Koy gritou e agarrou a própria cabeça. Ashley havia namorado várias garotas antes dele. Certamente tinha experiência, e nesse caso, o preservativo era um item essencial. Alguém tão educado quanto Ashley jamais faria algo sem usá-lo.
— Não, mas… como um homem, eu quem devo estar preparado primeiro.
Koy repetiu para si mesmo o conselho do senhor enquanto comprava o preservativo. ‘E se Ash não tiver nenhum? Às vezes, justamente quando a gente mais precisa, falta o item…’
E usar o preservativo que ele tinha comprado para outra garota… comigo, seria estranho, não é?
Um lampejo de esperança surgiu. Mas, no instante seguinte, ele franziu o rosto e murmurou:
— Melhor do que passar vergonha, acho…
Ahhh! Ele soltou um grito novamente e agarrou a cabeça. Qualquer desculpa que desse ainda seria uma tolice. E ainda bem que tinha ido para o bairro vizinho; se tivesse tentado comprar aqui no primeiro momento…
As câmeras de segurança mostrariam exatamente no caixa o que ele estava comprando. Que bom que mudou de ideia e foi para outra loja. Esse pensamento fez Koy bater levemente na própria cabeça, satisfeito com a decisão.
De qualquer forma, não faz mal estar preparado.
Enquanto se consolava, Koy levou a mão ao bolso da calça. Ao sentir a pequena caixa saliente, seu rosto corou de novo e o coração começou a bater mais rápido.
Finalmente vai acontecer.
Só de pensar nisso, ele não conseguia se acalmar. Ficava inquieto, se mexendo para lá e para cá, quando de repente o celular tocou. Ele olhou para ver o remetente: era o dono da loja.
— Alô?
Atendendo apressado, ouviu do outro lado uma voz seca:
— O que você está fazendo sozinho aí? Tá me deixando nervoso.
Pelo jeito, o dono da loja estava observando Koy pelas câmeras de segurança. Sem perceber, Koy olhou rapidamente para a câmera e desviou o olhar apressadamente.
— É, é só… ginástica. Q-que foi?
Ao gaguejar apressadamente, ele logo continuou de forma indiferente.
— Então… no Dia de Ação de Graças você vai trabalhar, certo?
— Hã?
Sem perceber, ele repetiu a pergunta. O dono voltou a pressionar:
— Você não tem muito o que fazer mesmo, não é? Claro que vai trabalhar, certo?
O que ele dizia não estava errado. Normalmente, Koy sempre trabalhava nesses dias, então era natural que se esperasse que ele fizesse isso novamente.
Mas este ano era diferente.
— Eu… surgiu um compromisso.
— O quê? Compromisso?
O dono parou por um instante, surpreso. Koy endireitou o peito e respondeu:
— Sim, fui convidado para a casa de um amigo.
Um namorado na verdade.
Koy acrescentou mentalmente, seu rosto corando e ele sorriu sem perceber. O dono, que ficou em silêncio por um momento, perguntou hesitante:
— E-então… você não vai trabalhar nesse dia? Sério mesmo?
— Sim, vou descansar.
O dono ficou em silêncio por alguns instantes. Quando o silêncio começou a incomodá-lo, ele perguntou com uma voz pouco satisfeita:
— …Mesmo se eu te pagar a mais pelo dia?
Koy ficou surpreso com a oferta inesperada. Até então, mesmo quando trabalhava horas extras, nunca tinha recebido uma moeda a mais. Aquilo era completamente novo.
— E-eh…
Por um momento Koy hesitou, mas logo se recompôs. O dinheiro não era mais importante que Ashley. Com a balança claramente inclinada, ele falou com firmeza:
— Não, tudo bem. Vou descansar.
— Haa…
O dono suspirou profundamente e, logo em seguida, disse com voz áspera:
— Você é realmente um pirralho egoísta e ingrato.
Depois de resmungar, ele desligou o telefone. Koy, surpreso, olhou para o celular, mas logo se recompôs. Não havia escolha. Havia algo mais importante agora. Passando a mão novamente sobre os preservativos no bolso, ele se consolou:
Pense apenas em coisas boas. Coisas divertidas vão acontecer…
Pense apenas em Ash.
Ao pensar nele, um sorriso involuntário surgiu em seus lábios, e seu coração se acalmou. Ele planejava avisar ao pai com antecedência que passaria a noite na casa de um amigo.
Recentemente, o pai de Koy estava mais tranquilo do que antes. Isso não significava que falava de forma carinhosa com ele, mas bebia menos e, ao se encontrarem, perguntava de maneira seca se ele tinha comido ou como tinha sido seu dia. Claro, Koy ainda o temia, respondendo apenas com “sim”, “não” ou “está tudo bem”, encerrando a conversa rapidamente. Mesmo assim, para ele, era uma paz enorme.
Tudo isso é graças a Ash.
Desde que começou a namorar com ele, só coisas boas tem acontecido. Koy tinha certeza de que Ash era um presente que Deus lhe enviara. Sorrindo amplamente, ele abriu o calendário do celular para conferir os dias restantes.
Está chegando.
Colocando o celular sobre o peito, ele respirou fundo. Era o Dia de Ação de Graças mais excitante e esperado de sua vida — até que uma ligação inesperada de Ashley interrompeu seus pensamentos.
***
— Você vai para a casa dos seus pais?
Surpreso com a notícia repentina, Koy exclamou sem perceber. Do outro lado da linha, um suspiro profundo foi ouvido.
— Desculpa, Koy. Você devia estar muito animado.
— T-tudo bem.
Koy se apressou em consolá-lo.
— O Dia de Ação de Graças deve ser passado com a família. Está tudo bem, de verdade.
— Haaah…
Outro suspiro intenso escapou de Ashley. Deixar Koy sozinho com seu pai o deixava quase enlouquecido de frustração. E, além disso, ele devia estar contando os dias com tanta expectativa.
O pior de tudo , é que ele se sentia enojado por tê-lo dado expectativas primeiro e depois ter estragado tudo.
Mas não podia desobedecer ao pai. Mais uma vez, Ashley teve que enfrentar a frustração que já sentira várias vezes desde que começou a namorar Koy.
‘Ainda sou menor de idade.’
Ele teve que suportar a sensação esmagadora de impotência e falta de direitos. Se desobedecesse, não tinha ideia do que seu pai poderia fazer. Provavelmente, era por isso que o havia excluído do time: Para demonstrar poder, esmagar Ashley antes que ele tivesse chance de resistir.
O efeito foi imediato. Ashley perdeu completamente a vontade de se rebelar contra ele. Por outro lado, também havia o pensamento de que bastaria apenas aguentar até a formatura. Quando se tornasse adulto, poderia fazer tudo do seu jeito. No pior dos casos, poderia até desistir da universidade, mas precisava se formar no ensino médio. Pelo bem de Koy.
— Desculpa, Koy.
Acalmando seu próprio coração, ele se desculpou mais uma vez, e Koy repetiu novamente:
— Tudo bem.
Ele não conseguia se perdoar por deixar Koi ainda mais sozinho em um momento como o Dia de Ação de Graças. Mas, acima de tudo, o homem mais odioso continuava sendo o pai.
— Koy, é só este ano. A partir do próximo, vamos passar juntos todo ano, prometo.
— …Hum.
Koy respondeu prontamente.
— Vou esperar por isso.
— Certo.
Ashley assentiu e mudou o assunto:
— Você não tem nada marcado para o Dia de Ação de Graças, né? Já tinha combinado comigo.
— Ah… sim.
Koy hesitou, mas acabou concordando. Pensou que talvez tivesse sido melhor aceitar trabalhar naquele dia… o arrependimento chegou tarde, deixando o coração pesado. Percebendo a mudança de humor, Ashley perguntou:
— O que foi?
— Hã? Ah, é…
Koy hesitou, mas respondeu da forma mais alegre que pôde:
— O dono da loja onde trabalho pediu para eu trabalhar no Dia de Ação de Graças, mas recusei. Tá tudo bem, também é bom descansar um pouco depois de tanto tempo…
Fingindo naturalidade, Ashley permaneceu em silêncio por um instante, antes de fazer uma proposta repentina:
— Então que tal trabalhar na minha casa?
— Hã? Na sua casa?
Surpreso, Koy perguntou, e Ashley continuou:
—Nesse período de Ação de Graças haverá muitos dias de folga. Algumas pessoas também vão se ausentar na minha casa. E se você trabalhasse lá? Não é nada difícil: só precisa remover detritos da piscina ou arrumar um quarto por dia, conforme o planejado.
Koy imaginou, por um instante, limpando aquela enorme mansão inteira e ficou atônito, mas logo se recompôs:
— Um quarto por dia?
— Sim. Você consegue fazer isso, certo?
— Ah…
Claro. Mas o problema é que era muito fácil.
— Isso tem algum sentido de “trabalho temporário”…?
Koy perguntou cautelosamente, e Ashley respondeu prontamente:
— Claro que tem. Não quero voltar para casa e encontrar tudo empoeirado.
Faz sentido, claro. Pensando naquela enorme mansão sempre impecavelmente limpa, a explicação dele era completamente lógica.
— Então… quando você vai embora?
Koy perguntou novamente, e Ashley ficou em silêncio por um instante. Como se estivesse verificando algo, ele fez uma pequena pausa antes de responder:
— Vai levar uns dez dias.
— Dez dias…
Koy murmurou involuntariamente e rapidamente tossiu para disfarçar.
— Então, para onde vai? Se for para a casa dos seus pais…
Um suspiro de Ashley precedeu sua resposta:
— Costa Leste.
°
°
Continua….
Tradução: Ana Luiza
Revisão: Thaís
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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can