Ler Eu nunca quis ter um filho dele. – Capítulo 19 Online
— Eu sei… Dificilmente haveria alguém melhor para vigiá-la do que o Duque Heinrich.
— Não me trate com condescendência. Vossa Majestade tem muitas mulheres à disposição, não é? Por que eu, entre todas as pessoas…?
Por que tentar desonrar um pai que nunca cedeu, até o fim?
Emilia empurrou Adrian com força. Quando ele abaixou a cabeça, enterrando o rosto em seu peito e respirando fundo, ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo, como se espinhos a perfurassem por toda parte.
— Vossa Majestade!
Emília levou a mão sob a saia. Pretendia pegar a pequena adaga em sua coxa. Se o matasse ali, não apenas seu pai, que está na prisão, mas toda sua família, seria exterminada. Emilia lutou contra si mesma.
Ainda assim, conseguiu controlar a mão trêmula, decidindo que, em vez de se humilhar, mataria aquele monstro e morreria junto.
Ela apertou a adaga com força. Encarando Adrian, completamente consumido pelo desejo, suplicou:
— P-pare, por favor.
Se ele parasse ali, ela ainda poderia recuar. Ela fechou os olhos com força.
— E se eu não quiser? Você não deve estar esperando que seu marido venha salvá-la, certo? Sabe que o Duque também não gosta muito de você.
Finalmente, ela sacou a adaga e o apontou para a garganta de Adrian.
— Ugh!
Adrian, aparentemente estupefato com seu ato audacioso de apontar a lâmina para seu pescoço, riu com escárnio.
— Hehehe…
Emília recuou rapidamente, afastando a adaga de seu pescoço, mas mantendo-a firmemente apontada para ele, sua mão tremendo, mas sem soltar a arma.
Seus olhos verdes brilhavam com determinação, recusando-se a ceder. Adrian apagou o sorriso do rosto e se levantou.
— Vossa Majestade!
Figuras ocultas se revelaram. O olhar de Emília desviou por um momento, e então ela apontou a lâmina para o próprio pescoço.
— Eu seria mais rápida que eles, Vossa Majestade. Já disse que não tenho nada a perder.
— Você me pegou desprevenido. Não esperava que apontasse a lâmina para o próprio pescoço.
— Depois de te ferir Vossa Majestade, pouco importa se eu me matasse ou morresse pelas mãos de outro, não é?
— Isso é verdade. Se você morrer, serei o único a sair perdendo.
Ele ainda parecia querer algo dela. Caso contrário, por que não a matava?
‘Ele teme a reação do Duque Heinrich?’
Embora os termos entre os dois não fossem claros, uma coisa era certa: o rei não podia matá-la.
— Admito, fui longe demais desta vez. Que tal baixar a adaga agora? Não é bom para nenhum de nós nos ferirmos.
Diante das palavras do rei, Emília soltou uma risada amarga. Um pedido de desculpas seria suficiente para reparar o que ele fez?
Não importava quão poderoso rei ele fosse, tentar desonrar uma mulher que já era esposa de outro homem não era justificável. Ela não podia criticá-lo abertamente, mas haveria murmúrios pelas costas.
Talvez os nobres ficassem mais cautelosos até mesmo em permitir que suas esposas e filhas entrassem no palácio, para protegê-las.
— Se for para vigiar os nobres ou o Duque, tanto faz. Espero que isso não se repita, Vossa Majestade.
Adrian levantou as mãos e deu de ombros. Fez um gesto para os cavaleiros que haviam sacado espadas recuassem e guardassem suas armas.
— Considerarei sua partida agora como uma cortesia. Mas, Senhora Heinrich, se você não tivesse sido cuidadosa, já teria apontado essa lâmina para seu pescoço imaculado há muito tempo. Não seria uma lástima? Muitos ficariam tristes se até mesmo um pequeno ferimento maculasse seu corpo tão belo.
Adrian disse, tomando um gole de sua bebida.
— Então, da próxima vez, pense antes de sacar a lâmina. Use sua inteligência e tome decisões melhores.
Emília abriu sua saia com uma mão enquanto segurava firmemente a adaga com a outra, fez uma reverência e deixou o Salão Aether sem dizer uma palavra.
Lágrimas se acumularam rapidamente em seus olhos, agora avermelhados pela emoção contida. Mordeu os lábios para não chorar. Lutava para manter a aparência calma, como se nada tivesse acontecido. Mas seus olhos vermelhos e o corpo trêmulo denunciavam que algo, de fato, havia acontecido.
Ao virar o corredor, soltou um suspiro de alívio. Baixou a cabeça, respirando com dificuldade e rangendo os dentes. Logo, deu de cara com Mikhail, que a observava com uma expressão curiosa.
— Então os rumores não eram infundados.
Observando o comportamento descontraído de Mikhail, Emília cerrou os lábios trêmulos.
‘Veio porque soube que fui convocada?’
Parecia que sim. Seus olhos vermelhos logo pousaram na adaga em sua mão. Ela apertou o punho em torno dela.
— Veio porque ouviu a história? Não achei que viria.
— Ah! Ouvi que o rei te chamou em particular.
— Mas por quê…
— Você não achou que eu viria ajudá-la.
— Se eu tivesse esperado por isso, não teria saído sozinha.
Os olhos carmesim de Mikhail brilharam, e um sorriso sarcástico surgiu nos cantos dos olhos estreitados de Emília.
Não era algo que esperava, mas achou graça ao confirmar aquilo de novo.
— A carruagem está pronta. Vamos.
— ….
— Está planejando me esfaquear com isso?
— … Se for possível.
— Teria que ser fundo. Seu pai lhe deu algo inútil.
Mikhail se aproximou, sua figura imponente pairando sobre a dela. Seu olhar instintivamente subiu para encontrar seus olhos vermelhos e inexpressivos, como se não importasse se ela o esfaqueasse.
— Não vai tirar de mim?
— Por que faria isso? Se qualquer forma, não pode me matar.
Sua resposta indiferente não expressava qualquer preocupação. A mão branca de Emília tremia enquanto Mikhail passou por ela no corredor, virando-lhe as costas.
‘Ele realmente não se importa comigo.’
Ele parecia confiante de que ela não teria coragem de esfaqueá-lo pelas costas.
Emília o seguiu pelas escadas.
Ao descerem ao primeiro andar, algumas pessoas apareciam ocasionalmente. Os cortesãos, que cumprimentavam o Duque Heinrich com reverência, lançavam apenas breves olhares a Emília, como se ela não existisse. Alguns pareciam surpresos com a adaga em sua mão e as manchas de sangue, mas isso era tudo.
Emília sentiu como se não existisse naquele lugar.
Ao chegarem, ele saiu imediatamente da carruagem sem estender a mão para ajudá-la, sem qualquer intenção de cortesia, mesmo que superficial.
No entanto, outro criado que saíra de uma carruagem diferente estendeu a mão para Emília, ajudando-a a descer sem tropeçar.
Apoiada em suas pernas trêmulas, ela caminhou à entrada. Ao adentrarem o saguão, ele fez um gesto em sua direção e disse a uma empregada:
— Limpe-a, está suja. Jogue fora essas roupas.
O rosto de Emilia se contorceu com as palavras de Mikhail. Leri se aproximou com uma reverência e disse:
— Senhora, a água morna está pronta. Por favor, me siga.
No entanto, Emília não seguiu Leri. Em vez disso, encarou Mikhail com desagrado.
— Retire suas palavras imundas.
— Está surpresa de que tais palavras saiam depois de ver sua aparência?
Ele respondeu, lançando um olhar de desprezo. Por um instante, seu olhar pousou em algo vergonhoso antes de subir às escadas.
Emília ficou boquiaberta com a grosseria e o viu se afastar, incrédula. Os outros estavam enganados sobre este homem ser um cavalheiro.
Ela passou a mão pelos cabelos ruivos e foi para seu quarto, querendo apagar qualquer vestígio do toque do rei.
Emília mergulhou na banheira, tentando esquecer os acontecimentos do dia. Mas os olhos violeta e o toque persistente ainda a assombravam. Se esfregou repetidamente com um pano macio, mas a sensação permanecia.
— Emília, você precisa se recompor.
Ela deu leves tapas no próprio rosto, tentando acalmar a respiração.
Se continuasse a confrontar o rei assim, o Duque poderia intervir. Aqueles que a viram com o vestido manchado de sangue poderiam espalhar rumores.
— … Esse método não é tão ruim, certo? Ele vai me descartar se eu for um incômodo.
Ela não tinha intenção de seguir os desejos do pai.
Ela teve certeza após encontrá-lo. Era apenas um peão a ser usado. Então, não faria nada que a levasse a ter o filho de ninguém, não importa o que acontecesse.
Ela mergulhou o rosto na água e fechou os olhos. O som suave da água diminuiu, e o silêncio a envolveu.
Mikhail coçou a sobrancelha com o polegar enquanto revisava alguns documentos.
— Por que não fez nada? Achei que fosse ver o rei imediatamente.
— Eu deveria ter salvado aquela mulher?
O mordomo assentiu. Ele largou a caneta e olhou para Kartho.
— E por que deveria?
— Bem, ela ainda é a Sra. Heinrich. Se algo infeliz acontecesse, traria desonra à Casa Heinrich.
Continua…
Tradução Elisa Erzet
Ler Eu nunca quis ter um filho dele. Yaoi Mangá Online
Sinopse:
Mikhail von Heinrich – Um homem que veio de um país estrangeiro e liderou uma rebelião. Tudo sobre ele é envolto em mistério. Mikhail, age cruelmente para infligir a mesma dor a filha do inimigo que matou seus pais, mas o sentimento que surgiu como ódio começa a vacilar.
Emilia von Loren – Forçada a se tornar a esposa de um traidor. Emília jura vingança contra aquele que destruiu tudo que tinha. Ela anseia pelo dia em que enfiará uma espada em seu peito. No entanto, a medida que descobre a verdade, seu ódio começa a se transformar em culpa.
Quando ler: Quando você quiser ver um romance de aversão intensa.
Citação: — Se eu puder viver mais um dia com toda essa raiva e ódio.
🌸🌸🌸
Ela queria morrer.
Mas Emília foi forçada a se casar com um traidor.
Quando pensou que estava no auge do desespero, o rei emitiu uma ordem ultrajante para que ela tivesse um filho do homem.
O ódio floresceu sem fim.
— Então, tenha um filho, Emília von Heinrich.
— Qual é exatamente o nosso relacionamento?
— Eu planto minha semente e você gera meu filho. Nós usamos mutualmente como um meio por necessidade.
Sua definição era simples.
Mas à medida que o ódio ardente desaparecia lentamente a cada noite passada com ele, com o passar do tempo ela o conhecia melhor, seus sentimentos se tornavam menos claros.
Por fim, quando a verdade veio à tona, ela foi embora carregando o filho dele.
Não conseguia mais odiar ou ficar ressentida com ele.
O homem outrora arrogante, após sua partida, gritou de desespero e arrependimento.
Pois Mikhail também já não conseguia mais odiar ou desprezá-la.