Ler Eu nunca quis ter um filho dele. – Capítulo 18 Online
Na casa de chá, o Duque Heinrich interrompeu seus movimentos graciosos ao saborear seu chá.
Ele não deveria ter dado atenção às palavras urgentes do mensageiro. Uma notícia inesperada azedou seu humor.
— … Tudo bem, vou dar uma olhada.
A mudança em seu comportamento foi evidente quando colocou a xícara de chá sobre a mesa. Ele havia instruído Beine a não permitir ações desnecessárias, então o que havia dado errado?
Uma mulher sentada ao seu lado, compartilhando do clima frio, inclinou a cabeça e perguntou:
— O que houve, irmão?
— Nada de importante. A propósito, você veio de longe e deve estar cansada. Descanse.
— Mas, irmão, eu queria conversar mais com você. É algo urgente?
— Dahlia.
Mikhail a chamou, como se quisesse que ela parasse de falar. Só então Dahlia sorriu amplamente e deu de ombros.
— Tudo bem, entendi. Vou parar. A propósito, irmão, quando vai me apresentar sua esposa?
Seus cabelos loiro-platinados balançaram enquanto sorria, e seus olhos vermelhos brilhavam mais intensamente que os do próprio Mikhail.
— Você nunca precisará lidar com aquela mulher.
— Por quê? Se você agiu sem me consultar, deve ter tido um bom motivo, certo?
A expressão alegre de Dahlia congelou subitamente. Ela se levantou, erguendo a barra da saia.
Mikhail ficou perturbado ao notar as marcas de queimaduras expostas em suas pernas.
Surpreso com o movimento repentino, ele suspirou e acendeu um cigarro. Dahlia o arrancou de suas mãos e o apagou na mesa.
— Lembre-se do motivo pelo qual fizemos essa coisa impensável. Duvido que o irmão vá esquecer. O rosto daquela mulher é bastante intrigante, não acha?
— Dahlia von Bayern.
Mikhail pronunciou seu nome com firmeza.
Dahlia, sentada com seus olhos carmesim brilhantes, sorriu e respondeu:
— Sim, sou uma Bayern. Não esqueça disso, Duque.
Bayern
Como alguém poderia esquecer aquele sobrenome?
O antigo rei da dinastia Stein, antes da atual dinastia Jaliar. Kasen von Bayern era seu avô. Dahlia, que veio estudar em Valoh com Mikhail, mal escapou com vida.
Kasen von Bayern era o verdadeiro herdeiro da dinastia Stein, mas o rei da dinastia Jaliar eliminou cruelmente a linhagem Stein para manter seu próprio sangue no trono.
Por acaso ou destino, ele ascendeu por meios impróprios e teve que passar o trono para seu filho, Speyer von Konrad, em menos de três anos.
(Elisa: Speyer é o pai do Adrian)
Este mesmo homem exterminou brutalmente a dinastia Konrad. O castelo, manchado de sangue, de alguma forma se transformou, como para apagar as memórias daquele dia.
Mikhail pretendia seguir direto para o Reino Bartzsch vindo de Valoh, mas não pôde. Tudo por causa da carta que Dahlia lhe entregou.
— Irmão, você tem que me proteger aqui. Eu sou a última Bayern.
Lágrimas escorriam por sua face, mas ela não emitiu um som.
“Sir Heinrich, ouça. Você nunca deve retornar ao Reino de Bartzsch. Precisa proteger minha neta. Não pode deixar que essa criança morra nas mãos dos rebeldes. Se isso acontecer, a linhagem Stein estará realmente extinta.”
“Quando chegar a hora, surgirá uma oportunidade. Não perca essa chance e volte para cravar sua espada no coração do nosso inimigo.”
As últimas palavras do Rei Bayern, o desejo final do seu avô.
Enquanto buscava os responsáveis pela rebelião, ele entrou em contato com o atual rei, Adrian. Mais precisamente, com sua mãe, a amante de Speyer von Konrad, Lady Luther, quem estava à frente.
Mikhail seguiu na carruagem em direção ao palácio real, pressionando a mão contra os olhos.
— Trazê-la de volta para cá foi realmente necessário?
Ele não conseguia parar de pensar em Dahlia, que lhe sorria quando ele partiu.
Deixá-la sozinha em uma terra desconhecida não lhe parecia certo, mas não teve escolha devido à insistência dela. Talvez houvesse outra razão por trás de sua pressa.
De qualquer forma, ele precisava tomar medidas para evitar que ela encontrasse Emília o máximo possível.
Ao chegar ao castelo, Mikhail desceu da carruagem, ajeitando sua roupa.
— Vossa Graça.
— E aquela mulher?
— Peço desculpas. Sua Majestade ordenou que eu não acompanhasse. Ela está atualmente na sala de chá do palácio.
— Leve-me até lá.
Ao comando de Mikhail, Beine assentiu. Os dois homens seguiram para o palácio.
Uma mesa adornada com rosas-vermelhas estava preparada de forma esplêndida. Os olhos de Emília se estreitaram, observando o espaço como se fosse feito exclusivamente para ela.
‘Qual é a intenção oculta aqui?’
Guiada por uma criada, sentou-se à mesa. Sem desviar o olhar, encarou Adrian, sentado à sua frente. Não conseguia entender por que foi levada ao Salão Aether àquele espaço isolado do palácio principal.
— Não precisa ficar tensa. Chamei você apenas para uma conversa.
— … Entendo.
— Nosso primeiro encontro pode não ter sido dos melhores, mas agora estamos do mesmo lado, não é?
— Não compreendo por que estaria do lado de Vossa Majestade.
— Você está do meu lado porque se tornou esposa do Duque Heinrich, meu aliado.
Era uma declaração absurda.
Ela conteve suas emoções e apertou a xícara com força.
Ele certamente a chamara para esse tipo de conversa.
Levantou a cabeça e encontrou o olhar de Adrian.
— Você tinha algo para me dizer, não é?
— Sim, muito, na verdade. Há muita coisa que me intriga em você.
Adrian estendeu a mão para tocar seus cabelos vermelhos, provocando uma sensação desagradável nas pontas dos fios. Seu olhar obsessivo a enchia de aversão.
— Faça suas perguntas.
— Então, vamos começar com o que mais me intriga. Você encontrou o Duque Loren, não? Ele pensa em mudar de ideia?
— … Meu pai não abandonará sua lealdade ao rei.
— Entendo. Um pai que desiste da filha em tempos difíceis e se agarra à sua fé no rei. Você parece ter sido abandonada.
A palavra “abandonada” pesou no coração de Emília. Contudo, ela escolheu não protestar.
Seu pai não apenas a abandonou, mas tentou usá-la, seja pelo benefício da família ou pela própria honra.
— É triste ver que você não nega isso. Pais são todos iguais, sacrificam os filhos pelos próprios interesses. Será que eu realmente queria me tornar rei?
Adrian zombou enquanto tomava um gole de chá. Olhou para os bolos e macarons na mesa e perguntou:
— Não parece ser do seu agrado.
— Não tenho preferência especial.
— Olhando para você, percebo que não vi um único sorriso em seu rosto. Sei que não é momento para risos, mas seu rosto é valioso demais para ser desperdiçado.
— Vossa Majestade não teme ficar sozinho nesta sala?
O que estava claro era que o rei agora parecia subestimá-la. Ou isso, ou sabia que ela não poderia agir.
— Não acho que você esteja em posição de me matar aqui.
Isso era verdade. Olhos invisíveis os observavam atentamente.
— Eu não tenho nada a perder, mas Vossa Majestade sim.
— Talvez, se você for o preço a pagar, não seria uma troca tão ruim. O Duque Heinrich pode tratá-la bem… Você preferia ter vindo como minha amante?
— … Não queria nenhum dos dois.
— Na vida, nem sempre podemos fazer o que queremos. Eu também não estou isento disso.
Enquanto a conversa continuava, Emilia sentia uma tensão crescente no ar, e parecia que Adrian a sondava para algo, embora suas intenções permanecessem obscuras.
Ele riu e sua mão, que antes acariciava suavemente seus cabelos, agora estava em seu ombro. Suas íris púrpuras brilhantes pareciam ganhar vida. Ela cerrou o punho. Sentindo as unhas cravadas na palma.
— Sabe? As pessoas aqui fingirão não ver o que eu fizer com você. Me interessei por você, e não há nada que eu não possa ter.
— Por favor, pare.
Emília respondeu, não era mais uma donzela ingênua. Ela já suspeitava o que aquele olhar significava, então se apertou contra o sofá. Ali, só podia contar consigo mesma para proteger seu corpo.
Sentiu um calafrio quando seus dedos deslizaram do ombro até seu braço. Ao ver o desejo em seus olhos, o medo a dominou.
A mão dele deixou uma sensação pegajosa em seu braço, fazendo seu rosto ficar pálido de desconforto.
Em seguida, Adrian agarrou seu pulso, estudando sua reação.
— O Duque Heinrich não é tão gentil, é? Por outro lado, dizem que sou bastante amoroso na cama. Não está curiosa?
— Não estou… Ah-!
Ela foi puxada repentinamente para mais perto com força, fazendo seu corpo inclinar-se para Adrian. Ele envolveu rapidamente a mão em sua cintura.
— Vossa Majestade, mesmo nunca ter desejado isso, mas já sou casada.
Continua….
Tradução: Elisa Erzet
Ler Eu nunca quis ter um filho dele. Yaoi Mangá Online
Sinopse:
Mikhail von Heinrich – Um homem que veio de um país estrangeiro e liderou uma rebelião. Tudo sobre ele é envolto em mistério. Mikhail, age cruelmente para infligir a mesma dor a filha do inimigo que matou seus pais, mas o sentimento que surgiu como ódio começa a vacilar.
Emilia von Loren – Forçada a se tornar a esposa de um traidor. Emília jura vingança contra aquele que destruiu tudo que tinha. Ela anseia pelo dia em que enfiará uma espada em seu peito. No entanto, a medida que descobre a verdade, seu ódio começa a se transformar em culpa.
Quando ler: Quando você quiser ver um romance de aversão intensa.
Citação: — Se eu puder viver mais um dia com toda essa raiva e ódio.
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Ela queria morrer.
Mas Emília foi forçada a se casar com um traidor.
Quando pensou que estava no auge do desespero, o rei emitiu uma ordem ultrajante para que ela tivesse um filho do homem.
O ódio floresceu sem fim.
— Então, tenha um filho, Emília von Heinrich.
— Qual é exatamente o nosso relacionamento?
— Eu planto minha semente e você gera meu filho. Nós usamos mutualmente como um meio por necessidade.
Sua definição era simples.
Mas à medida que o ódio ardente desaparecia lentamente a cada noite passada com ele, com o passar do tempo ela o conhecia melhor, seus sentimentos se tornavam menos claros.
Por fim, quando a verdade veio à tona, ela foi embora carregando o filho dele.
Não conseguia mais odiar ou ficar ressentida com ele.
O homem outrora arrogante, após sua partida, gritou de desespero e arrependimento.
Pois Mikhail também já não conseguia mais odiar ou desprezá-la.