Ler Deseje-me se puder – Capítulo 208 – Extra 01 Online
— Eu te amo.
Grayson estava tão emocionado que não pôde evitar confessar. Dane, que estava prestes a levar o último pedaço de bife à boca, congelou por um instante e depois soltou uma risada, como se achasse tudo absurdo.
— Vai dizer isso assim, no meio da refeição?
— E por que não? Eu posso dizer isso a qualquer hora. Eu te amo.
Grayson repetiu a declaração em alto e bom som, com um sorriso provocador. Dane balançou a cabeça como quem pensa “esse cara não tem jeito”, e então levou o resto da carne à boca de uma só vez, mastigando com calma antes de engolir.
***
— Eu te amo.
Grayson murmurou de repente. Só então percebeu que havia repetido exatamente as mesmas palavras de antes. Dane, que estava dirigindo, olhou de relance para ele e, como sempre, soltou uma risadinha.
— Eu sei, seu idiota.
E foi só isso. Assim como daquela outra vez.
Grayson não esperava ouvir um “eu te amo” de volta, e tudo bem. Para ele, bastava saber que Dane estava indo com ele à Disneyland só para fazê-lo feliz. Aquilo já significava muito.
‘Estamos indo transformar uma lembrança ruim numa boa.’
Era a primeira vez que voltava à Disneyland desde aquele dia. Só de lembrar, tudo ainda doía. Mesmo agora, só de pensar já apertava o peito. Mas agora tudo seria diferente. Dane iria encher Grayson de memórias felizes.
— Peeeeeeeeeeeeeeeeeitoooooos!
Grayson berrou o refrão da música com toda a força dos pulmões, batendo com uma mão na própria coxa e com a outra no peito de Dane. Mais uma vez, Dane deixou passar sem reclamar, ele estava tolerando tudo hoje, pensando que seria a última vez.
Na verdade, ele havia comprado um novo “brinquedo” alguns dias antes. Com um único objetivo: usar em Grayson. Quando acabassem de se divertir na Disneyland, à noite seria hora dos adultos. Dane já imaginava despindo Grayson, amarrando-o e batendo em sua bunda até deixá-lo um completo desastre – era esse pensamento que o fazia deixar o insolente continuar apertando seu peito sem punição.
***
— Uaaaah!
— Que lindo, que lindooo!
— Donald! Aqui, Donald!
A cada personagem que passava, as pessoas gritavam de empolgação. Grayson estava entre eles, claro. Não importava se era alguém fantasiado de mascote ou apenas maquiado, ele se aproximava de todos com a mesma animação, tirando fotos, fazendo poses e aproveitando cada segundo.
Enquanto isso, Dane permanecia afastado, como se não tivesse nenhuma relação com aquela criatura barulhenta, ficava longe dele, como se fossem estranhos, olhando para o outro lado.
Só interveio quando Grayson quase brigou com uma criança por um doce que o Ursinho Pooh estava distribuindo.
— Vai mesmo brigar com uma criança? Você é um adulto, porra.
Dane balançou a cabeça, incrédulo. Adulto nem era a palavra. Se medissem a altura de todos os visitantes do parque naquele dia, Grayson provavelmente estaria no top 10 dos mais altos. E ainda assim estava disposto a discutir com uma criança que mal chegava ao seu joelho por causa de um doce.
— Mas…
Grayson resmungou, como se tivesse um argumento.
— Era o último doce. Aquele pirralho já tinha três! E eu só tinha um!
— Um já é mais que suficiente.
— Mas você não tem um.
Grayson fez cara séria e arregalou os olhos. Mas para Dane, aquilo tudo não passava de algo patético.
— Eu não como doces, então está tudo bem. Da próxima, não brigue com uma criança.
— Mas…
Grayson piscou, visivelmente sem saber o que dizer. Dane, no entanto, simplesmente deu de ombros e continuou andando, despreocupado.
— Olha ali, a Branca de Neve.
— Onde?
Os olhos de Grayson brilharam como se já tivesse esquecido o que tinha acontecido segundos antes. Assim que viu a direção que Dane apontava, saiu correndo feito criança, como se nunca tivesse ficado chateado. Dane o observou indo embora e balançou a cabeça com um sorriso no rosto. Dava pra imaginar perfeitamente o que Ashley devia ter passado criando seis filhos.
‘Seis filhos… É demais para qualquer um.’
Dane olhou para as crianças que passavam de mãos dadas com os pais e, de repente, foi tomado por um pensamento. Mas, ao contrário de quando surgiu, o pensamento não desapareceu facilmente. Ele ficou ali parado por um tempo, apenas observando as crianças passando.
‘Tão pequenas, tão frágeis e adoráveis.’
‘Tão frágeis…’
— Dane?
A voz repentina o trouxe de volta. Quando se virou, viu Grayson se aproximando a alguns passos de distância, segurando dois cachorros-quentes.
— Toma, come.
— Ah… certo, obrigado.
Enquanto pegava o cachorro-quente distraidamente, Grayson lhe entregou um refrigerante. Os dois seguiram andando, cada um com um lanche e uma bebida na mão. O parque era enorme, quase sem fim. Enquanto caminhavam ao redor do grande lago, os rostos das pessoas ao redor transbordavam felicidade. Mesmo tendo gastado uma pequena fortuna com dois ingressos caros, aquilo valia a pena. Porque…
— Dane, olha aquilo!
Grayson gritou apontando para cima. Uma enorme escultura de uma atração os encarava. No fim, Dane não teve escolha a não ser ser arrastado por Grayson para a fila.
‘Não gosto dessas coisas…’
Mas não havia jeito. Ele já havia decidido que hoje faria tudo para agradar Grayson. Então, Dane se preparou mentalmente e ficou na longa fila esperando pacientemente sua vez. Depois de cerca de duas horas finalmente chegou a hora deles.
— Nossa, você! Aquele bombeiro?
Uma funcionária responsável pela atração reconheceu Dane e exclamou alto. O que veio a seguir foi o que ele já imaginava: sessão de fotos. Quando ela mandou um beijo com a mão, Dane hesitou. Antes, ele teria fingido pegá-lo com um sorriso, mas agora estava em dúvida. Principalmente porque Grayson estava ao seu lado.
‘É melhor não fazer nada…’
Mas ele não precisava se preocupar. Grayson, rápido, esticou a mão e “agarrou” o coração transparente no ar antes que chegasse a Dane. Então, sorrindo maliciosamente, ele fingiu esmagar o coração com força entre seus dedos antes de abrir a mão. Se aquele coração fosse real, certamente teria virado pó no chão.
Tanto Dane quanto a funcionária ficaram olhando para Grayson, boquiabertos, como se dissessem: “O que diabos foi isso?”
— Entra logo, vai.
Antes que a vergonha aumentasse, Dane empurrou Grayson para dentro da atração. O local era como um teatro, com assentos organizados em fileiras estreitas. Eles escolheram os últimos lugares. Logo, a trava de segurança desceu, as luzes se apagaram e a tela acendeu à frente. Personagens de uma famosa franquia de filmes apareceram, trocando algumas falas. Dane assistia sem prestar muita atenção, meio entediado. Até que, de repente, todo o espaço em que estavam sentados despencou para baixo.
— UAAAAAARGHHHHHHH!!!
Naquele instante, pela primeira vez na vida, Dane gritou como se o mundo estivesse acabando.
***
O som das vozes das pessoas vinha de todos os lados, parecia que o desfile estava prestes a começar, e os murmúrios dos que se moviam de um lado para o outro em busca de um bom lugar se misturavam no ar. Dane estava estirado em um banco sob a sombra de uma árvore, com a cabeça reclinada e os olhos fechados. Seu rosto, ao contrário do habitual, estava branco como papel, seu estômago também não estava nada bem. Na verdade, ele tinha vomitado tudo o que comeu logo depois de sair do brinquedo.
— Dane, Dane…
Ao ouvir seu nome ser chamado, ele não teve escolha a não ser abrir lentamente as pálpebras. Grayson estava em pé ao seu lado, com o rosto cheio de preocupação.
— Bebe água.
Dane pegou a garrafa que Grayson havia trazido e, sem dizer uma palavra, levou-a à boca e bebeu tudo de uma vez. Como se já esperasse por isso, Grayson pegou a garrafa vazia e lhe entregou outra. Dessa vez, Dane bebeu apenas a metade antes de deixar a garrafa de lado.
‘Será que ainda estou vivo?’
Ele se perguntou com o rosto visivelmente acabado. Cada vez que o assento do brinquedo despencava, era como se suas entranhas e alma escapassem juntas pela boca. Já havia se passado um bom tempo desde que saíram do brinquedo, mas ele ainda se sentia totalmente fora de si.
— Uuurgh…
— D-Dane!
Ao ouvir outro gemido de desconforto, Grayson sentou-se ao seu lado, alarmado.
— Você está bem? Acha que vai vomitar de novo? Quer ir para o posto médico?
Diante da enxurrada de perguntas, Dane apenas levantou uma das mãos, sinalizando que não precisava.
— Estou bem… só preciso descansar um pouco.
‘Mas você já descansou bastante…’
Grayson estava preocupado, mas não podia forçá-lo a se levantar à força. Sem saber o que fazer, ficou ali, inquieto ao lado dele. Foi então que Dane, que piscava lentamente como se estivesse tentando manter a consciência, de repente soltou uma risadinha.
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Continua…
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TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can