Ler Deseje-me se puder – Capítulo 207 – Extra 01 Online
— O Grayson quer se desculpar de verdade. Quem não quer dar uma chance é o Chase — Dane disse.
Joshua respondeu com frieza:
— Isso é problema de quem errou, e cabe à vítima decidir se aceita ou não.
— Sim, você está certo.
No fim, Dane levantou as mãos, se rendendo.
— Eu vou pensar sozinho no que dar de presente. Só me dá um conselho, por favor.
Era a primeira vez que ele implorava por algo. Dane nunca se apegou ou se importou profundamente com nada. Justamente por isso, não tinha o hábito pedir favores ou se humilhar por coisa alguma. Mas agora, era a única saída.
Joshua, que sabia disso, ficou visivelmente surpreso ao ouvir o pedido.
‘O grande Dane Striker se humilhando por um mero presente?’
Se não estivesse ouvindo com os próprios ouvidos, teria dito que era mentira. Na verdade, mesmo ouvindo, ainda parecia mentira.
‘Será que esse cara com quem estou falando é mesmo o Dane Stryker?’
Joshua chegou a cogitar que fosse algum tipo de golpe telefônico.
— …Conselho?
Joshua repetiu, como se precisasse de confirmação.
— Sim, é isso mesmo.
Ele respondeu sem hesitar. Mais uma coisa difícil de acreditar. Quando Dane comentou sobre estar em um relacionamento, Joshua desconfiou, mas ignorou. Afinal, era o Dane Stryker, ele podia até transar, mas nunca namorar. Joshua o conhecia há mais de dez anos, então era inevitável pensar assim.
Mas agora ele estava dizendo que estava namorando. E o pior: com Grayson Miller?
— Isso é sério mesmo?
Joshua repetiu a pergunta, e Dane deu exatamente a mesma resposta:
— Sim.
Não havia como negar. Tinham repetido a mesma pergunta várias vezes, e Dane nem se irritou. A imagem de Grayson escavando a terra com as próprias mãos para salvar Dane, voltou à mente de Joshua.
‘…Minha cabeça está doendo.’
Sentindo uma enxaqueca surgir, Joshua pressionou a têmpora. De repente, tudo parecia irritante demais, ele precisava desligar logo. Impaciente, resolveu soltar qualquer solução:
— Pense em algo que vocês dois tenham vivido juntos.
— Hã?
Dane, confuso, devolveu a pergunta. Fazia sentido: era o tipo de cara que, mesmo tendo um relacionamento, não fazia ideia de como lidar com as regras do jogo. Um verdadeiro “analfabeto amoroso”, por assim dizer. Joshua, então, explicou com calma:
— Pense nas coisas que você e aquele cara viveram juntos. Tem que ter alguma lembrança especial. Aí, é só escolher um presente que faça essa memória voltar. Pronto, é simples.
Sem nem se despedir, Joshua desligou.
Dane encarou o telefone mudo por um instante, depois franziu a testa e começou a vasculhar as próprias memórias. O conselho fazia sentido: reviver uma lembrança. Ok, podia funcionar. Ele se recostou no sofá, jogando a cabeça para trás, e fechou os olhos. Parecia até um paciente sendo hipnotizado, vasculhando mentalmente os episódios com Grayson, desde o começo…
‘Peitos… peitos.’
Dane franziu ainda mais a testa e balançou a cabeça.
De novo. Como foi que eles se conheceram mesmo…?
‘Vênus… Vênus…’
O rosto dele se contraiu de vez e ele balançou a cabeça com mais força.
‘De novo, porra!’
‘Virgínia… Virgínia…’
— MAS QUE MERDA!
Por fim, Dane explodiu num grito e se levantou.
‘Lembrança bonita, uma ova!’
Que lembrança decente ele teria com aquele pervertido?! Que presente o diabo de um relacionamento daqueles podia render…?
— …Ah.
Dane, que respirava ofegante de raiva, parou subitamente ao ser atingido por uma lembrança. Num instante, todas as outras memórias desapareceram, e apenas uma imagem encheu sua mente: o céu azul ofuscante, o rosto de Grayson olhando para ele, as palavras que ele disse naquele dia… tudo tão vívido.
— …É isso.
Só então Dane entendeu verdadeiramente o que Joshua quis dizer. E o que ele precisava fazer.
***
O céu estava sempre ensolarado, mas naquele dia parecia especialmente azul. Talvez fosse apenas seu humor – afinal, o estado de espírito de uma pessoa pode até fazer um furacão parecer uma brisa fresca.
E hoje era exatamente assim. Grayson não se lembrava da última vez em que o tempo e o coração pareciam tão leves. Sentado no banco do carona, cantarolava alegremente enquanto acompanhava o ritmo da música batucando na própria coxa. Quando Dane parava no sinal, ele aproveitava para bater com a mão no peito dele “tap, tap”, – mas, sendo obediente, durante a viagem, contentava-se em bater na própria coxa como substituta de “Vênus”. Claro, ele nunca perdia uma oportunidade, mas Dane não o repreendeu.
— Disneyland! Que incrível!
Grayson gritou, animado como uma criança.
Como já tinha mencionado antes, era seu lugar favorito. Quando era pequeno, sua família havia ido juntas certa vez – uma das poucas ocasiões em que todos estiveram reunidos. Na época, Ashley passou um verdadeiro inferno tentando controlar os seis irmãos, cada um correndo para um lado. Depois daquilo, nunca mais repetiram a aventura em grupo. Mesmo assim, Grayson sempre se divertia naquele reino mágico e voltava com boas memórias.
Exceto uma vez.
Ao lembrar daquela ocasião, seu ânimo caiu. Não era algo que pudesse evitar. Aquela tinha sido a primeira vez em sua vida em que sentiu o gosto amargo do verdadeiro desespero.
‘…Mas agora é diferente.’
Grayson olhou de relance para Dane no banco do motorista. Ele mantinha a expressão séria e os olhos fixos na estrada, era difícil de ler, mas uma coisa era certa: Dane tomou a iniciativa de ir à Disneyland por causa dele.
***
— O quê? Disneyland?
Quando Dane trouxe o assunto à tona, Grayson arregalou os olhos. Era a primeira vez que tinham esse tipo de conversa durante o jantar. Grayson ficou tão chocado que até esqueceu o pão que estava prestes a comer. Dane, que mastigava calmamente um pedaço grande de carne mal passada, respondeu com a boca meio cheia:
— É. Você não vive dizendo que gosta?
— Sim, eu gosto, mas…
Respondeu Grayson, piscando confuso.
Mesmo com o sangue da carne ainda escorrendo, Dane continuava comendo sem se importar. Grayson o observou com olhos brilhantes de admiração.
‘Tão selvagem… tão lindo.’
Sentindo o olhar apaixonado, Dane tentou manter o tom natural:
— Então vamos. Não temos nada pra fazer mesmo.
Disse isso enquanto tomava o vinho como se fosse cerveja, engolindo grandes goles antes de largar a taça sobre a mesa.
— Precisamos fazer alguma coisa, certo?
Aquela declaração era meio verdade. Dane sempre dizia que seu sonho era passar a vida toda sem fazer nada, só aproveitando. Já comprou raspadinhas de loteria diversas vezes, acreditando de verdade na sorte. Nunca ganhou, mas isso não o impediu de tentar.
Mas agora ele tinha muitas coisas a fazer. Ou melhor dizendo, muitos prazeres para aproveitar. Tinha planos para cruzeiros, para esquiar… a lista era longa. E, claro, Grayson estaria colado nele o tempo todo, feito chiclete. O primeiro item daquela agenda extravagante era justamente a Disneyland.
— As lembranças ruins precisam ser cobertas com boas.
Dane disse, ao ver que Grayson ainda estava confuso.Naquele instante, o coração de Grayson começou a disparar feito louco. Suas bochechas esquentaram e os olhos ficaram úmidos. O que era aquilo, afinal? Ele levou as duas mãos ao peito, respirando fundo, sem conseguir conter a avalanche de sentimentos.
— Emoção.
— O quê?
Grayson perguntou, piscando, sem entender. Dane o encarou enquanto engolia o vinho junto com o pedaço de carne que tinha na boca.
— Isso que você está sentindo agora. É emoção.
— Ah…
Grayson soltou um suspiro de compreensão, como se a ficha finalmente tivesse caído. Dane olhou para ele com um sorriso leve se formando no canto dos lábios.
— E aí, como está se sentindo agora?
Grayson piscou, um pouco sem graça diante do tom provocativo, e respondeu:
— Meu coração está batendo muito forte.
Dane soltou uma risadinha curta. O som era tão fresco, tão puro, que Grayson ficou completamente encantado, e então Dane completou, com um toque de arrogância:
— É porque eu sou incrível.
Grayson até achou aquilo absurdo… mas seu peito continuou batendo descontroladamente. Talvez ele estivesse certo. No fim, ele admitiu: seu coração disparava assim porque aquele homem era “Dane Striker.”
°
°
Continua…
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TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can