Ler Deseje-me se puder – Capítulo 200 – Extra 01 Online

Modo Claro

Sob o olhar silencioso de Grayson, Dane perguntou novamente, como se buscasse confirmação. Só então Grayson respondeu com um leve aceno de cabeça, sem dizer nada. Dane o encarou por mais um instante, e logo virou-se, falando:

— Bom, então está resolvido.

Era melhor encerrar logo aquele assunto. Se prolongasse isso, só ficaria mais complicado. “Se eu tomar mais cuidado daqui pra frente, vai ficar tudo bem” ele disse a si mesmo, como uma promessa. Então colocou Darling sobre a cama e se levantou.

Foi quando seus olhos encontraram mais uma vez a pilha de objetos sobre o colchão.

— Ei, o que é tudo isso?

— Hã? Hãã…?

Surpreso pela pergunta repentina, Grayson olhou na direção que Dane apontava. Lá estava a cama, coberta de objetos dos mais diversos tipos. Grayson soltou um breve “ah” e, num piscar de olhos, sua expressão anterior desapareceu, e ele respondeu com naturalidade:

— Minha cama.

— Eu sei. Estou perguntando o que significa toda essa bagunça.

Dane dobrou o dedo e, como se estivesse dando leves batidinhas de “toc-toc”, deu um tapinha leve na cabeça de Grayson, demonstrando uma pequena repreensão. Mesmo assim, Grayson apenas sorriu de forma tímida e descontraída. E ao ver aquele sorriso, Dane sentiu algo estranho, uma sensação difícil de explicar. Talvez isso tenha se refletido em sua expressão, porque Grayson piscou os olhos, como se tivesse percebido algo no rosto dele.

— Que foi?

— Ah…

Dane coçou a nuca, um pouco sem jeito, e falou:

— Seu rosto está diferente. Sei lá, parece um pouco diferente de antes.

— Meu rosto?

— Sim.

Grayson levou a mão ao rosto, tateando como se tentasse descobrir o que havia de diferente, e inclinou a cabeça.

— Não sei… Por quê?

— Sei lá…

Dane não soube como colocar em palavras. Ficou pensando por um momento e acabou dizendo o que veio à cabeça:

— Talvez seja porque você está sorrindo.

A reação de Grayson foi inesperada. Ele parou por um momento, olhando para Dane, claramente confuso.

— Eu… estou?

Parecia realmente não saber do que Dane estava falando.

Ele parecia realmente não ter percebido. Isso surpreendeu Dane, que arqueou as sobrancelhas.

‘Ele não tinha noção?’

— Você não percebeu?

Grayson coçou a bochecha e assentiu, ainda confuso. Ao ver aquela expressão desorientada, Dane, então, se deu conta de outra coisa estranha.

‘…Agora que penso nisso…’

Grayson sempre tinha um sorriso no rosto, mesmo no passado. Pelo menos na superfície. Naquela época também vivia sorrindo. Mas, se pensasse um pouco mais profundamente, era completamente diferente. Antes, Grayson sabia que estava sorrindo. Mas agora…

O homem diante dele esfregava a nuca, claramente perturbado por não entender o próprio comportamento. A cena foi tão absurda que Dane não pôde evitar uma risada.

— Ah.

De propósito, Dane levantou a mão e beliscou de leve a bochecha do outro, sem machucá-lo. Grayson soltou um breve som de surpresa, sem muita emoção.

— Não seja manhoso.

Mesmo enquanto o repreendia, Dane desenhou um leve sorriso nos lábios. Grayson, que sorriu de volta para ele, segurou a mão de Dane que pairava no ar e a levou até os próprios lábios. “Mwah, mwah” ele beijou cada junta dos dedos antes de pressionar os lábios com firmeza contra o dedo anular.

Por alguma razão, as áreas tocadas pelo calor de Grayson formigavam. Dane sentiu a nuca esquentar sem motivo aparente. Tentou puxar a mão de volta, desconcertado com aquela sensação estranha, mas Grayson não a soltou. Em vez disso, levou a mão até a própria bochecha. Girando o rosto, ele também beijou a palma com um leve “smack”, e só então falou:

— Eu só dividi seus feromônios com a Darling.

Aquela carícia contínua dos lábios fazia cócegas em sua pele. Incomodado com a respiração que tocava sua mão, Dane comentou:

— Me parece que você ficou com a maior parte.

Grayson riu baixinho, o sopro do riso passou suavemente entre os dedos de Dane.

— É um mal-entendido, juro que não foi isso.

Ao ver aquele olhar supostamente triste e as sobrancelhas caídas, como um cachorro abandonado num gesto de inocência, Dane ficou sem palavras. E então, com audácia, Grayson acrescentou:

— Nós dividimos de forma totalmente justa. Peguei só o necessário, nada mais.

Seu rosto, enquanto dizia isso, era a própria imagem da convicção – como se não houvesse absolutamente nada a esconder. Tinha a mesma expressão de uma criança que inventa uma mentira óbvia e acredita firmemente que ninguém vai descobrir. Diante daquela ousadia, Dane quase soltou uma risada, mas se conteve e assumiu de propósito uma expressão severa. Cruzou os braços e o encarou, o que foi suficiente para desmontar rapidamente a pose de Grayson. Incapaz de sustentar o olhar, ele desviou os olhos, claramente desconcertado. Vendo isso, Dane falou com firmeza:

— Grayson Miller.

— Eu errei.

Ele se desculpou antes mesmo de ouvir o resto. A única coisa que restava agora era contar a verdade.

— …Você ainda não está totalmente curado, não é?

No fim, Grayson revelou o segredo que estava escondendo.

— Então, por enquanto, decidi que não vamos fazer nada até você melhorar. Por isso eu precisava dos seus feromônios.

A declaração inesperada deixou Dane sem reação.

— Você está dizendo que não vai mais transar comigo?

A resposta só veio depois de uns dois ou três segundos de silêncio.

— Isso.

Grayson confirmou com um aceno.

— Além disso, você estava no hospital, e eu precisava voltar para cuidar da Darling. Então…

— Então “isso” era… o meu substituto?

Sem paciência para esperar a conclusão da frase, Dane o interrompeu. Grayson assentiu sem hesitar e sorriu.

— A Darling e eu conseguimos aguentar bem por causa disso, então acabou sendo bom no fim das contas.

Bom o quê…?

Dane o encarou, estupefato. Não sabia nem por onde começar a apontar os erros daquela lógica. Ou melhor, talvez devesse elogiá-lo por ser tão… dedicado? Mas havia outro problema.

— E o que quer dizer com “não fazer nada até eu melhorar”?

Ele engoliu o “eu já tive alta” e perguntou, esperando uma explicação. Grayson respondeu com sinceridade:

— Naquele dia… você cuspiu sangue, lembra?

O rosto de Grayson empalideceu. Sua voz ficou trêmula, como se revivesse a memória.

— Você não pode se machucar assim de novo… Eu também não gosto de te ver sofrendo.

E, além disso, provavelmente não queria se preocupar daquele jeito de novo.

Agora tudo fazia sentido. Naquele dia, Grayson tinha realmente ficado apavorado. Pensando bem, mesmo depois de voltarem para casa, ele ainda estava pálido, como se não conseguisse voltar ao normal. Desde então, eles só haviam trocado beijos simples, nada mais…

Dane achava que Grayson estava apenas se contendo até que ele melhorasse, mas havia um motivo mais profundo por trás disso. Dane ficou desconcertado, mas logo uma voz interior lhe falou em tom mais firme:

“Não é compreensível?”

Ao refletir, percebeu quantas vezes esteve à beira da morte diante de Grayson. O fato de ainda estar vivo já era, por si só, um milagre. Grayson, que tanto sofreu com isso a ponto de se afastar dele, teve que vê-lo novamente cuspindo sangue e desmaiando diante de seus olhos – era natural que ficasse em choque.

‘Talvez, em vez de se preocupar com a minha fuga, eu deva me preocupar em não deixar esse cara fugir de novo.’

Lembrando-se de como Grayson havia entrado correndo, pálido de desespero, Dane teve uma percepção fria e clara: se havia decidido aceitar tê-lo de volta, então precisava aprender a conter certas atitudes também. Se continuasse magoando-o repetidamente desgastaria seu coração, e então, todos os sentimentos que finalmente criaram raízes no peito de Grayson se dissipariam.

‘E isso… seria doloroso demais.’

Dane ergueu a mão, mas a deixou suspensa no ar. Nem ele sabia se pretendia tocar o rosto de Grayson ou apenas dar um tapinha em seu ombro. A mão ficou suspensa por um instante, indecisa, até que ele a levou à própria nuca e começou a esfregar o pescoço de forma constrangida, enquanto encarava Grayson.

Grayson permanecia diante dele, observando-o. Suas emoções pareciam ter se acalmado um pouco, mas ele ainda não conseguia falar com facilidade – provavelmente porque a ferida ainda não havia cicatrizado por completo. As lembranças daquele momento ainda o assombravam.

Refletindo sobre isso, Dane hesitou por um instante, até que, como se tomasse uma decisão importante, finalmente abriu a boca:

— Devo largar o corpo de bombeiros?

— O quê?

Diante das palavras, os olhos de Grayson se arregalaram.

 

°

°

Continua…

 

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TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can

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