Ler Deseje-me se puder – Capítulo 199 – Extra 01 Online

Modo Claro

Do outro lado da linha, Dane ouviu o som de uma respiração presa – um “heok” abafado. Ele conteve o riso antes de continuar:

— Pense bem. Para onde você acha que eu iria primeiro, depois de receber alta?

Depois de uma breve pausa, Grayson respondeu:

[Ver a… Darling?]

— Bem, é por aí.

Ao ouvir a resposta de Dane, Grayson prendeu a respiração mais uma vez e gritou, com a voz apressada:

[E-eu estou indo! Estou indo mesmo, então me espere! Não vá a lugar nenhum, espere, por favor!]

A ligação foi abruptamente interrompida após o grito desesperado. Dane olhou para o celular em silêncio, depois soltou uma risada discreta e enfiou o aparelho de volta no bolso de trás da calça. Ao imaginar a expressão desesperada de Grayson, não pôde evitar que um sorriso escapasse de seus lábios.

‘Então, devo apenas esperar sentado na cama? Com as provas bem ao lado. Quando ele entrar correndo, eu agarro ele e dou a lição que merece. As algemas ainda estão naquele mesmo lugar? Talvez da próxima vez eu devesse comprar um cavalete também… E  então chicotear seu traseiro…’

Sem hesitar, Dane abriu a porta de uma vez. Já tinha uma imagem clara na cabeça do que encontraria ali dentro. Com certeza haveria provas por toda parte – sinais evidentes das coisas sujas que Grayson fez com os objetos cobertos de feromônio. Tudo espalhado pelo quarto…

— Oh.

Dane soltou uma breve exclamação de surpresa. A cena à sua frente era completamente diferente do que imaginava. Ou melhor, talvez não tão diferente assim. No fim das contas, os objetos estavam todos empilhados sobre a cama.

— Mas o quê…?

Confuso, ele entrou no quarto, envolvido pelo aroma dos feromônios de Grayson. Claro, era seu quarto, então era natural que o cheiro estivesse forte. Ele se aproximou lentamente da cama, passo a passo, até parar à beira do colchão e olhar fixamente para o que estava sobre ele.

Os itens espalhados pela cama eram todos familiares: eram os mesmos que Grayson disse que daria à Darling, impregnados com seus feromônios. Havia roupas – inclusive aquele roupão ridiculamente grande, lençois, toalhas, tudo espalhado pelo colchão. Um grande urso-marinho de pelúcia estava deslocado do centro, deitado de um lado do colchão e algumas almofadas e travesseiros estavam cuidadosamente dispostos, deixando um espaço estranhamente grande e vazio no meio. Ao ver os objetos organizados em círculo ao redor desse espaço vazio, Dane ficou momentaneamente sem palavras.

Era óbvio quem costumava deitar ali. Grayson provavelmente dormia feliz, cercado por todas as roupas e objetos impregnados com os feromônios de Dane, usando-os como uma espécie de ninho.

Ao menos ele tinha alguma consciência, porque “darling” também parecia dividir o colchão com ele. Os pelos da gata espalhados por toda parte eram a prova disso. E de fato, a gata estava ali, dormindo sobre o roupão felpudo. Observando aquilo em silêncio, Dane acabou soltando um suspiro incrédulo.

Ele já tinha ouvido que alfas e ômegas perto do cio se acalmavam ao sentir o cheiro do parceiro… mas jamais imaginou que Grayson realmente faria algo assim.

— Haa…

Dane suspirou brevemente e então voltou sua atenção para Darling. Para não assustar o animal, que não enxergava, ele aproximou a mão com cuidado até a frente do focinho e deixou o feromônio escapar sutilmente. “Miau”. Darling, que dormia tranquilamente, ergueu as orelhas e respondeu com um miado suave antes de levantar a cabeça. Quando Dane a acariciou, a gata se espreguiçou de imediato, como se estivesse esperando por isso. Farejando o ar, Darling encontrou a direção de Dane e se aproximou, esfregando a cabeça contra ele assim que foi pega no colo.

— Desculpa, Darling, por fazer você esperar tanto.

Como se entendesse, a gata esticou o corpo e lambeu o rosto de Dane com sua língua áspera. Deixando-a fazer o que quisesse, Dane permaneceu com a gatinha nos braços, olhando fixamente para o centro vazio da cama.

Agora só faltava lidar com aquilo.

Na verdade, ele mesmo não sabia o que estava sentindo. Confusão? Constrangimento? Pena? Ou era simplesmente tão absurdo que dava vontade de rir? Com o coração emaranhado num turbilhão de emoções, ele não conseguia chegar a uma resposta clara. Parte dele queria simplesmente jogar tudo fora, mas sabia que Grayson ficaria arrasado, e por isso desistiu da ideia.

‘Sim, como daquela vez…’

Dane, com a gata ainda nos braços, encarou uma das paredes. A estante de enfeites estava exatamente como ele a havia deixado da última vez – até a lata ainda ocupava o mesmo lugar na prateleira. Só restava a embalagem, é claro.

Dane permaneceu parado, encarando a estante – mais especificamente, a lata vazia sobre ela. Estava tão limpa que parecia ter sido polida todos os dias, brilhando sem um grão de poeira sequer.

‘Ele realmente cuidou até desse pedaço de lixo…’

Sentiu um aperto estranho no peito. Nesse instante, o som do motor do carro chegou aos seus ouvidos. Grayson tinha voltado. Dane permaneceu ali, parado com a gata no colo, esperando que ele subisse as escadas.

Um rangido agudo ressoou e logo depois ouviu-se o barulho da porta da frente se abrindo e batendo. Os passos eram tão apressados que ecoavam por toda a casa. E, apesar da imensidão do lugar, Grayson não demorou nada para escancarar a porta do quarto, gritando:

— Dane!

O rosto dele estava pálido, respirando com dificuldade. Dane o encarou, surpreso. ‘Por que essa expressão?’ Antes que pudesse processar a dúvida, Grayson ofegava intensamente e então, sem qualquer aviso, correu direto para dentro do quarto.

— …!

Quando Dane percebeu, já estava sendo esmagado em um abraço desesperado. Dane, pego de surpresa pela reação intensa, ficou momentaneamente paralisado. Ia perguntar o que estava acontecendo, mas Grayson falou primeiro, a voz trêmula:

— Graças a Deus… Graças a Deus… Você está aqui…

— Grayson.

Diante da repetição contínua das mesmas palavras, Dane deu tapinhas suaves nas costas dele, tentando acalmá-lo.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? Por que você está assim?

Depois de tantas perguntas, Grayson soltou um suspiro longo e trêmulo. Dane esperou em silêncio, e logo a resposta veio, em uma voz tão instável quanto a respiração dele.

— Você… sumiu… — Dane ficou imóvel. — Eu pensei… que você tinha ido embora de novo. Para algum lugar onde eu não pudesse te encontrar.

Aquelas palavras inesperadas deixaram Dane sem fala. Ele podia sentir o pavor de Grayson, através do corpo colado ao seu – o homem grande tremendo, a respiração ofegante presa no medo.

Depois de um tempo parado, Dane começou a acariciar as costas dele, tentando confortá-lo. Então, uma memória há muito enterrada voltou: fogos de artifício explodindo no céu, um homem chorando descontroladamente sob as luzes coloridas.

⟨Isso não pode ser amor. Não pode ser algo tão doloroso, tão horrível assim.⟩

Ao lembrar desse momento, um aperto profundo se formou em seu peito.

‘Como eu pude esquecer? Esquecer o medo desse homem, o pânico dele…’

Pensando nisso, sentiu vontade de se dar um soco. Depois de ter visto o quanto Grayson sofreu naquela época, como pôde ter feito uma brincadeira tão cruel?

— Grayson, já passou. Pronto.

Ele segurou os ombros de Grayson, tentando se afastar um pouco, mas logo se arrependeu. Os olhos de Grayson já estavam completamente vermelhos. A culpa se espalhou como veneno no peito de Dane.

— Me desculpe.

A voz saiu rouca.

— Eu sinto muito. Não vou fazer isso de novo.

Falou com sinceridade, mas o rosto de Grayson continuava carregado. Seus olhos ainda oscilavam, como se não acreditasse que Dane estava realmente ali. Dane repetiu, reafirmando:

— Foi só uma brincadeira. Não vou fazer mais, eu não vou mais desaparecer sem te avisar. Nem vou mais botar minha vida em riscos de novo.

— …

— Hm?

 

°

°

Continua..

 

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TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can

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