Ler Deseje-me se puder – Capítulo 190 Online

Modo Claro

“Vem cá, Dane.”

Ao ouvir a voz carinhosa, Dane correu com entusiasmo. A mulher, agachada na altura dos olhos do menino, abriu os braços ao vê-lo se aproximar. Quando ele se jogou em seu colo, ela o envolveu em um abraço apertado.

“Meu filho…”

A voz suave soou acima de sua cabeça. Quando ele ergueu o olhar, viu o rosto da mulher sorrindo radiante para ele. Era a primeira vez que Dane a via sorrindo daquele jeito. Atônito, ele piscou algumas vezes, e ela, com um gesto afetuoso, afastou os fios de cabelo da testa dele e perguntou:

“O que foi, Dane?”

A voz era tão suave que ele hesitou antes de responder:

“Hm… É que… a mamãe está sorrindo…”

“Ah, é?”

Ela inclinou a cabeça, corando levemente, como se estivesse envergonhada.

“É estranho?”

Dane balançou a cabeça na mesma hora.

“Não! Eu gosto! Gosto muito!”

Ele a abraçou pelo pescoço com força ao dizer isso. A mulher o acolheu nos braços, retribuindo o carinho. Inclinando a cabeça, ela começou a beijá-lo alternadamente suas orelhas, cabeça e depois suas bochechas.

“Meu filho…”

Ela murmurou novamente. Acariciando suas costas com gestos suaves, ela suspirou e sussurrou:

“Eu te amo, Dane.”

Dane parou por um instante, então ergueu o rosto devagar. A mãe olhava para ele com o mesmo sorriso brilhante de antes e disse:

“Me desculpa.”

Por alguma razão, ela parecia triste. Dane piscou e passou a mão na bochecha da mãe. Só então percebeu que sua mão agora era grande o suficiente para cobrir o rosto dela. Ele havia crescido, e agora era ele quem a olhava de cima, curvando o corpo de forma desajeitada. E nos olhos dela, que agora o olhavam de baixo para cima, as lágrimas se acumulavam.

“Eu sinto muito, Dane…”

De repente, o corpo dela encolheu. Agora, as posições estavam invertidas. Ela, muito mais jovem do que ele se lembrava, esfregava o rosto com as mãos e chorava em soluços abafados. “Huuuh… huuuh…” O choro, antes contido, logo se transformou em um lamento cheio de dor.

‘Isso é um sonho…’

Dane percebeu de repente. Aquilo não era real. Ele não poderia encontrá-la de novo. Nem encontrá-la quando ainda era jovem. E, acima de tudo…

‘Minha mãe… nunca choraria pedindo desculpas para mim’

Mesmo sabendo disso, o que encheu seu peito não foi o vazio, mas uma profunda compaixão. Ele observou fixamente a mulher que chorava sem parar.

“Está tudo bem…”

Sussurrando baixinho, ele levantou a mão e segurou seu ombro com cuidado. O rosto encharcado de lágrimas se virou para ele, Dane sorriu para a mãe. Não era um sorriso forçado, mas um que vinha do fundo do seu coração.

“Agora está tudo bem, mamãe. Então, não precisa chorar mais.”

Os olhos dela pareciam brilhar mais que o normal, e então, lágrimas grossas começaram a escorrer. Quando Dane a puxou para um abraço, a mãe voltou a soluçar aos prantos.

“Sinto muito, Dane. Me perdoe por te machucar.”

“Está tudo bem.”

Dane repetiu. Havia algo que ele nunca tinha conseguido dizer a ela até então. Agora, achava que conseguiria. Dane abriu a boca, lentamente, muito devagar, seus lábios começaram a se mover.

“Obrigado por me dar à luz, mãe.”

A mãe se afastou dele. Com o rosto todo molhado e desfigurado pelas lágrimas, ela olhou para Dane. Ele foi o primeiro a sorrir, logo em seguida, ela também abriu um sorriso radiante. Como antes… ou talvez até mais brilhante do que antes.

E então Dane viu o corpo dela se desfazer em partículas de luz cintilante. As partículas, que se espalharam como areia, desapareceram no ar e, em poucos segundos, não havia mais nada diante dele.

Nada.

 

***

— Ugh…

Uma dor latejante trouxe-o de volta à consciência. Ele queria abrir os olhos, mas não era fácil. Forçando as pálpebras pesadas, ele finalmente conseguiu vislumbrar o mundo à sua volta.

O ambiente turvo e nebuloso o fez sentir tontura. Depois de piscar algumas vezes, as formas finalmente ficaram mais nítidas. O teto e as paredes que apareciam em seu campo de visão pareciam estranhamente familiares. Ele já tinha passado meses olhando para paredes iguais àquelas. Era um hospital, Dane logo percebeu.

‘…Está tão quieto.’

Esse foi o primeiro pensamento que lhe veio à mente. Deitado na cama, Dane fechou os olhos devagar e os abriu novamente. Subitamente, sentiu os cantos dos olhos arderem. Só então se deu conta de que estava chorando.

Era uma sensação estranha. Já fazia tanto tempo que ele não chorava que nem sequer conseguia lembrar da última vez. E agora tinha chorado… por causa de um sonho.

‘Deve ter sido só um desejo meu…’

Dane esboçou um sorriso amargo ao tentar reviver as imagens tão vívidas daquele sonho.

Mesmo sabendo que não passava de uma ilusão, ele se sentia inexplicavelmente confortado. Apesar de ainda estar surpreso por ter chorado, seu coração estava leve. Era como se um peso tivesse sido retirado de seu peito, deixando uma sensação refrescante. Aquela paz inexplicável… Era a primeira vez na vida que sentia algo assim. E, no fim, o rosto da mãe, enquanto desaparecia, ainda parecia sorrir. Ele sabia que nunca mais a encontraria – nem mesmo em sonhos.

—Hah….

Deixando escapar um riso suave, ele ergueu o braço distraidamente.

Clac.

Algo prendeu seu pulso. Para ser mais preciso, algo pesado e sólido o estava prendendo.

— Mas o quê…

Dane tentou se levantar por instinto, mas soltou um gemido involuntário. Suas costelas doíam de uma forma insuportável. — Argh… — Cerrando os dentes diante da dor, ele soltou um suspiro ofegante. As memórias começaram a voltar, lentamente. O prédio desabando, a fumaça subindo de vários lugares, e a última pessoa que viu antes de perder a consciência…

Então, a imagem de um homem coberto de fuligem, com o rosto sujo e machucado, surgiu em sua mente. Instintivamente, Dane virou o rosto. Ao olhar na direção do próprio pulso, seus olhos se arregalaram.

É claro que não conseguia levantar o braço. Ele estava algemado.

E na outra extremidade das algemas…

Dane moveu o olhar lentamente, e deixou escapar um suspiro indignado.

— Hah…

Grayson estava dormindo, com a cabeça apoiada na beira da cama, algemado ao pulso de Dane.

Por um instante, Dane se perguntou se aquilo tudo era um jogo. Se tudo o que tinha acontecido até agora tinha sido só um sonho, e que na verdade ele e esse idiota tinham acabado de fazer sexo selvagem – mas ele desmaiou no meio do ato?

…Impossível.

— Esse cachorro… Que loucura é essa?

Dane ficou tão surpreso que acabou murmurando alto, incrédulo. No entanto, mesmo assim, Grayson continuava dormindo profundamente, respirando devagar. Ele franziu a testa e levantou a mão. Exigiu um esforço muito maior que o normal, mas não era impossível. A intenção era clara: gritar “Mas que diabos você está fazendo?” e dar um bom soco naquela cabecinha bonita. Junto com um “agora é hora de dormir, por acaso?”

Mas…

Mesmo com o rosto todo distorcido e o punho fechado com força, no fim das contas, ele não teve coragem de desferir o golpe. Apenas manteve o punho suspenso no ar e ficou olhando para o rosto bonito daquele que dormia serenamente.

Depois de algum tempo paralisado assim, os lábios de Dane se suavizaram. Ele abriu os dedos, desfazendo o punho, e abaixou devagar a mão, agora bem aberta. Passou a palma sobre os cabelos dourados e abundantes, movimentando-a para frente e para trás. As mechas volumosas se enroscaram entre seus dedos.

De repente, Grayson franziu a testa. Dane parou o movimento da mão e esperou. O outro soltou um leve — Uhm…— e, lentamente, abriu os olhos. Dane permaneceu imóvel até que Grayson encontrasse o seu olhar – como um príncipe de conto de fadas esperando a princesa acordar de um sono profundo.

— Hã…

Grayson, ainda desorientado, murmurou. Um traço de confusão passou pelo seu rosto. Seus olhos se moviam inquietos, como se não soubesse bem qual expressão fazer naquela situação. Então, foi Dane quem falou primeiro.

— Idiota… o que é isso, hein?

Ele levantou a outra mão e apontou para as algemas presas ao próprio pulso. Grayson piscou com um “Ah?” confuso, mas de repente, se sentou num pulo. Quando viu que as algemas ainda estavam ali, abriu um sorriso travesso e respondeu:

— Agora este corpo é meu.

Grayson declarou isso com toda a confiança do mundo. Depois, segurou a mão de Dane sem pedir permissão, colocou-a novamente sobre a própria cabeça e, com ela, começou a se acariciar – quer ele quisesse ou não. Dane, completamente sem reação, soltou apenas uma risadinha incrédula.

— Mas… o que aconteceu? A equipe de resgate chegou?

Ele realmente achou que ia morrer dessa vez. Como se tivesse lido os pensamentos de Dane, Grayson respondeu com a maior tranquilidade:

— Não. Eu só te carreguei para fora.

Dane apenas ficou olhando para ele, boquiaberto. Grayson lhe lançou um sorriso provocante.

— Você é meu. Então fui eu quem te salvou.

E então ele pegou a mão de Dane, que ainda estava sobre sua cabeça, e a levou até a própria bochecha, esfregando-a gentilmente ali.

— Você me deu o seu corpo todo, lembra?

Os olhos de Grayson brilhavam mais intensamente do que nunca. O leve rubor nas suas bochechas parecia refletir o quanto o coração dele batia acelerado naquele instante. Diante daquele rosto tão animado, esperando uma resposta, Dane permaneceu em silêncio por um momento antes de finalmente abrir a boca:

— Eu… disse isso mesmo?

Com o sorriso ainda congelado no rosto, Grayson parou de se mover. Foi como se, em algum lugar, um sino fúnebre tivesse soado — deang — anunciando um presságio sombrio.

 

°

°

Continua…

 

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TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can

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