Ler Deseje-me se puder – Capítulo 131 Online
Mais uma vez, ele recebeu a mesma resposta.
Grayson sorriu, mas sentiu um estranho vazio dentro do coração. ‘O que é isso? Eu claramente estou feliz?’ Estranhou a sensação, mas logo deixou de lado. ‘Deve ser só impressão minha’.
No momento em que ia entrar no carro, olhou para Dane que estava do outro lado, e perguntou:
— Não me diga que aquele flerte todo com o dono da loja foi de propósito?
Dane apenas sorriu daquele jeito enigmático de sempre.
— Quem sabe?
A resposta vaga fez Grayson ter certeza.
— Você queria me deixar com ciúmes, não queria?
Dane não disse mais nada, apenas entrou no carro. Quando Grayson sentou no banco do motorista e virou o rosto para ele, viu que Dane estava rindo de leve. Ao ver aquela expressão, Grayson teve uma reação inesperada: não ficou com raiva. Estranhamente, ele se sentiu feliz. Com um leve rubor no rosto, insistiu:
— Você queria que eu sentisse ciúmes? Hein? Era isso?
— Para de falar besteira, idiota.
Dane continuou rindo, mas para Grayson, aquilo soou como uma confirmação. Os olhos dele brilharam e até as orelhas pareceram se mexer de leve. Dane lançou-lhe um olhar rápido antes de dizer com um sorrisinho:
— Se demorar, não vai rolar nada hoje.
Grayson ligou o carro na mesma hora e saiu acelerando. Dentro do veículo, Dane reclinou o banco e deu uma última instrução:
— Quando chegarmos, me acorde.
E, depois de um instante, acrescentou:
— Guarda isso direitinho. Vamos precisar mais tarde.
Logo, ele fechou os olhos e se acomodou para dormir, mas a viagem até em casa não durou muito. Grayson simplesmente ignorou os limites de velocidade e pisou fundo no acelerador.
Eles chegaram em casa quinze minutos antes do tempo previsto pelo GPS. Grayson provavelmente passou em vários sinais vermelhos e deve ter sido flagrado por algumas câmeras de trânsito, mas ele não se importava nem um pouco.
Assim que estacionou o carro, pegou a chave e jogou no painel sem nem olhar. Saiu do veículo e correu até o banco de trás para pegar todas as sacolas de compras, segurando tudo de qualquer jeito. Em seguida, disparou para dentro da casa.
Dane, que ainda estava se espreguiçando e coçando a barriga por baixo da camiseta, entrou logo depois. Grayson, por outro lado, já subia as escadas de três em três degraus, indo direto para o terceiro andar.
— Vem logo, Dane! Rápido!
Ele gritou do topo da escada, antes de desaparecer atrás da parede. Dane balançou a cabeça, como quem diz “não tem jeito”, mas não conseguiu disfarçar o sorriso. Em seguida, subiu os degraus três de cada vez, alcançando o terceiro andar num piscar de olhos.
***
Quando Dane entrou no quarto, Grayson cantarolava enquanto espalhava as compras na cama. Dane chutou as caixas vazias para o canto e atravessou o cômodo.
Grayson observou Dane, que tinha as duas mãos nos bolsos da calça, curvado sobre os objetos, examinando-os. Tudo ali tinha sido comprado para ele. Coisas que usariam juntos.
Não existia presente melhor que esse.
Ele mesmo tinha pago por tudo, mas isso não importava. O que importava era que Dane tinha escolhido aqueles itens.
— E agora? Por onde começamos?
Tentando esconder a empolgação, Grayson perguntou no tom mais calmo que conseguiu imitar. Dane, que estava esfregando o queixo pensativo, respondeu:
— Espera um pouco.
Ele pegou os itens um por um, aplicando óleo ou polvilhando talco conforme necessário. Separou o que seria usado de imediato do que não era essencial naquele momento, verificando tudo com precisão. Só depois de terminar a inspeção, finalmente levantou o olhar.
— Antes de começar, tem algumas regras que você precisa saber.
— Não precisa dessas coisas, podemos ir só direto ao ponto.
— Tem regras que você precisa levar em conta.
Dane repetiu, pausadamente, ignorando o tom ansioso de Grayson. Diante da insistência, Grayson acabou fechando a boca, esperando que ele continuasse.
— Primeiro, precisamos definir uma palavra de segurança.
— Palavra de segurança? Pra quê?
Grayson piscou algumas vezes, confuso. Vendo isso Dane explicou com paciência:
— Para eu saber qual é o seu limite.
Mas a explicação não fez muito sentido para Grayson, que continuava com um sorrisinho nos lábios.
— Que limite?
Ele perguntou, genuinamente curioso, como se nunca tivesse escutado nada tão absurdo. Dane, sem se abalar, respondeu do jeito mais simples possível:
— Quando você não aguentar mais, é só usar a palavra de segurança para me avisar. Se você disser, eu paro, porque significa que chegou no seu máximo.
Iniciantes sempre faziam muitas perguntas. E entender aquilo de verdade não era algo que se aprendia só na teoria, era preciso vivenciar. Dane não queria prolongar a conversa, então decidiu ir direto ao ponto.
— Escolhe uma palavra e então começamos.
Já tinha até planejado mandar Grayson tomar banho antes de começarem. Enquanto isso, terminaria de preparar tudo. Assim que ele saísse do banheiro, o prenderia na cama, e só depois Dane iria tomar um banho demorado e tranquilo.
‘É a primeira vez dele. Preciso pegar leve hoje…’
Enquanto revisava mentalmente os itens que separou, Grayson soltou de repente:
— Todo mundo tem que escolher uma?
Dane, que estava prestes a descartar um item, respondeu sem muito interesse:
— Óbvio. Isso aqui é um jogo, tem regras. Se ultrapassar o limite, deixa de ser divertido.
Ele pegou um par de prendedores de mamilo e os colocou na mesa de cabeceira. Foi nesse momento que percebeu Grayson olhando para ele de um jeito estranho, com um sorrisinho travesso no rosto. Dane estreitou os olhos.
— O que foi agora?
Grayson manteve aquele sorriso provocador.
— Você já foi amarrado antes?
‘Mas olha só esse filho da puta…’
Dane quase riu de incredulidade. Grayson parecia inocente, mas ele sabia que o cara não era nem de longe tão ingênuo quanto aparentava. Afinal, era o mesmo homem que ia para festas de sexo em grupo para “liberar feromônios”. Talvez nunca tivesse experimentado esse tipo de jogo, mas com certeza não era um completo leigo.
‘Então… qual era a real intenção por trás dessa pergunta?’
Até agora, Dane nunca tinha estado do outro lado. Ele sempre foi quem dava as ordens, e o outro obedecia. Então, por que diabos aquele cachorrinho estava perguntando aquilo para ele?
A resposta era simples. Os olhos de Dane se estreitaram.
— Você quer me amarrar?
A voz baixa e provocante fez Grayson apenas encará-lo em silêncio. Dane também não desviou o olhar. Até aquele momento, ninguém nunca tinha ousado sequer pensar em amarrar Dane Stryker. Nunca houve uma alma no mundo com coragem suficiente para tentar algo assim – esse cachorrinho era o primeiro.
O ambiente ficou tenso, quase sufocante. O silêncio entre os dois se estendeu, até que Grayson, de repente, sorriu e começou a girar as algemas no dedo como se fossem um brinquedo.
— Nem pensar. Eu acho que deveria ser amarrado, é claro.
Dane soltou uma risada.
‘Então esse cachorro gigantesco tem ambições ousadas, hein?’
— Tudo bem. Podemos testar em algum momento.
— Hã?
A resposta veio tão do nada que Grayson congelou. Dane sorriu ainda mais.
— Se quiser me amarrar, pode tentar. Nunca se sabe, você pode ter talento para isso.
— …Você está falando sério?
— E se eu não estiver?
Grayson não sabia se levava aquilo na brincadeira ou a sério. Mas Dane, ainda sorrindo, deu a resposta definitiva:
— Se eu já deixei você me foder, qual é o problema de ser amarrado?
‘Meu Deus. Como foi que eu tive tanta sorte na vida?’
Grayson sentiu o coração disparar. Ele teve que cobrir a boca com a mão para segurar um sorriso ridículo. Dane era exatamente o que ele sempre sonhou. Alguém que aceitava ele como ele é e o amava incondicionalmente. Não existiria outra pessoa assim no mundo. Para ele, Dane era verdadeiramente o seu único destinado.
— Dane…
— Mas tem uma condição.
Grayson ia se declarar de novo, tomado pela emoção, mas Dane o interrompeu. Ele fechou a boca, esperando, e ouviu o aviso sério:
— Nada disso por enquanto. Iniciantes que se exaltam demais podem acabar gravemente machucados.
Era uma advertência sincera. Grayson já tinha visto alguns caras saírem machucados das festas de feromônio que frequentava. Ele mesmo nunca tinha se envolvido, mas sabia que rolava de tudo naquele tipo de evento.
— Eu vou te ensinar. Quando estiver pronto, pode tentar, ok? Então preste atenção, ouviu? Aprenda direitinho.
Dane reforçou a ordem empurrando Grayson pelo peito com o dedo.
— Aprenda direito… com o seu corpo.
No mesmo instante, Grayson sentiu o rosto pegar fogo e o coração bater como um louco.
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Continua…
Ler Deseje-me se puder Yaoi Mangá Online
TAG universo contemporâneo, estilo ocidental, omegaverse, batalha romântica, (alfa dominante, playboy, galinha, psicopata, gato, dominador, obcecado, louco, mimado, herdeiro, gênio, cara sombrio,) (ômega dominante, gato, dominador, estressado, indiferente, superior, mandão, bombado, competente, promíscuo, ômega grávido, “porta de armário”, Harlequin)
***
—Dane?
—É, o cara cuja cabeça eu quase arrebentei com um extintor.
Grayson Miller tem como objetivo de vida encontrar seu par destinado, assim como seus pais (pai e papai) encontraram um ao outro. Mas, mesmo depois de sair com uma porrada de gente, ele ainda não encontrou ninguém que parecesse ser a pessoa certa.
Desesperado, ele foi até uma vidente famosa, que revelou que sua alma gêmea estaria relacionada ao “fogo” e teria “peitos grandes”.
Mesmo desconfiado, Grayson ficou pensando em como conectar essas pistas. Foi então que ele foi a uma festa de feromônios onde, do nada, um incêndio começou.
Enquanto jogava charme e liberava feromônios para provocar os ômegas do lugar, ele foi dominado pelo feromônio de um ômega dominante e apagou. Ao acordar, Grayson percebeu que seu par destinado trabalhava no corpo de bombeiros. Então, ele pediu um favor ao pai e conseguiu um emprego lá graças a um empurrãozinho.
Só que, já no primeiro dia, ele acabou brigando com alguns bombeiros que estavam pegando no seu pé. E o pior deles? Era Dane Stryker, com quem ele não conseguia parar de se meter em confusão…
Nome alternativo: Kiss Me If You Can, Desire me if you can