Ler Controle – Capítulo 90 – Side 2. Tornando-se família (5) Online

Na segunda-feira, ao chegar à empresa, Yohan começou a investigar o presidente Kim Hwansik com base nos dados que Siheon havia lhe enviado, e acabou ficando chocado.

— Esse cara é um completo pervertido…

Enquanto rastreava para onde teriam ido os valores apontados por Siheon, a vida dupla do homem foi exposta em detalhes. Ele podia até pensar que seus hábitos estavam bem escondidos, mas nem uma era onde todos os registros pessoais ficam online, não existem segredos perfeitos. Claro que era ilegal acessar informações pessoais de alguém… Mas, desde que não fosse pego, tudo bem.

O que mais o deixou estarrecido foi descobrir que o cara comprava estrangeiros para usá-los como brinquedos sexuais. E o mais curioso era que todos esses estrangeiros tinham o mesmo perfil: Omegas de cabelos platinados, pele branca e aparência delicada. Não dava para saber se era prostituição consensual ou tráfico ilegal de pessoas.

Mesmo que, por fora, a empresa parecesse sólida, esse era um risco grande demais. Se fossem assumir esse contrato, o ideal seria acabar com esse fetiche doentio antes que tudo viesse à tona… ou então simplesmente trocar o presidente. Desejos sexuais eram algo extremamente pessoal, e essa parte, nem Yohan nem Siheon tinham como controlar. Nesse caso, restava apenas uma solução: substituir o presidente.

Ele escreveu no e-mail para Siheon exatamente o que havia concluído. Siheon já devia ter percebido, então, se quisesse continuar com o negócio, teria que eliminar o fator de risco.

E agora ele entendia por que o outro não queria que ele fosse até Busan.

Yohan era uma figura conhecida. Se esse desgraçado pervertido tivesse ouvido boatos sobre ele, certamente iria querer vê-lo pessoalmente. E usaria o trabalho como desculpa para colocar as mãos nele.

Claro, isso não significava que Yohan se deixaria ser manipulado. Se aquele homem tivesse sequer tentado algo, ele o esmagaria até que nunca mais ousasse sonhar em fazer algo assim novamente. Mesmo estando separado oficialmente do grupo RF, ele ainda fazia uso de sua influência quando necessário. Nunca usava isso para se exibir, mas achava perfeitamente aceitável usar contra lixos como aquele.

Só ficou se perguntando por que Siheon não havia dito isso desde o começo. Se ele tivesse mostrado ciúmes e possessividade abertamente, Yohan teria ficado feliz.

‘Ah, pensando bem… talvez ficasse tão animado que até fizesse alguma besteira só para provocá-lo ainda mais.’

Sabendo muito bem como era, apenas deu de ombros com um pequeno sorriso.

Ding!

Assim que enviou o e-mail para Siheon, chegou uma nova mensagem. Quando checou o celular, os olhos de Yohan brilharam. Era uma notificação informando que a encomenda feita pelo “Sr. Ryu Yohan” havia chegado e sido colocada na caixa de correio inteligente.

***

Yohan saiu mais cedo do trabalho naquele dia. Retirou a pequena embalagem da caixa de correio e entrou em casa. Assoviando de leve, pendurou o paletó do terno no braço do sofá e começou a abrir a embalagem.

Na parte de fora da caixa estava escrito “Material de escritório”. Ao abri-la, viu que o conteúdo estava cuidadosamente embalado em um pacote preto. Aquilo o fez rir, impressionado com o cuidado na discrição.

Ao abrir o pacote preto, encontrou outro pacote embrulhado em plástico bolha. Quando retirou a proteção, surgiu uma caixa de madeira escura, elegante e luxuosa. Abriu a tampa com cuidado e lá dentro, repousava um brinquedo sexual em forma de órgão genital – em tom de pêssego, com veias levemente salientes, reproduzido com realismo impressionante.

Yohan tirou o brinquedo da caixa e o conectou ao cabo de carregamento. Era um modelo sem fio, mas funcionava por recarga em vez de bateria comum. Quando ele segurou o eixo, o objeto começou a aquecer lentamente. A superfície também era semelhante à pele humana, e com a função de aquecimento, ficava ainda mais realista. Além disso, o tamanho era exatamente igual ao que ele se lembrava de Siheon.

‘Valeu a pena mandar fazer um modelo personalizado.’

Enquanto o brinquedo carregava, Yohan tomou banho. Ao sair, vestiu apenas uma das camisas de Siheon e voltou para o sofá da sala. O brinquedo já estava carregado e a luz indicadora estava acesa. Ele pegou o controle remoto redondo que vinha na caixa, junto com o manual de instruções.

Clic.

Ao apertar um dos botões, o brinquedo começou a vibrar levemente e a se mover de um lado para o outro. Nada demais – algo bem comum, na verdade. Sem muita emoção, Yohan apertou outro botão. Com um som mais intenso, um anel no centro do brinquedo começou a se mover para cima e para baixo. Enquanto a maioria dos brinquedos alongava e encolhia de tamanho, esse usava um sistema interno com anel móvel, que subia e descia, estimulando de uma maneira diferente.

— Fiuu.

Após assobiar, Yohan envolveu com a mão o brinquedo que agora vibrava. Por causa da função de aquecimento, parecia mesmo o do Siheon. Glup. Engoliu em seco. Puxou as pernas para cima do sofá e as abriu bem, enquanto com a outra mão começou a esfregar a área abaixo dos testículos.

— Uhng…

Um gemido abafado escapou com o som do nariz.

“Nada além de mim é permitido. Nem mesmo um brinquedo.”

O aviso de Siheon ecoou em seus ouvidos, mas lá embaixo o calor já se espalhava lentamente.

‘A culpa é sua por me abandonar. Quem me deixou sozinho foi você. E, além do mais, isso aqui é do Siheon-hyung, então nem conta como traição.’

Subiu a mão, afastou os testículos e envolveu o próprio pênis. Ao começar a se masturbar lentamente, o volume foi aumentando. Mas esse estímulo sozinho não era suficiente para levá-lo ao clímax.

— Haa…

Respirou fundo e se levantou, indo até seu próprio quarto. Embora normalmente dividisse o mesmo quarto com Siheon, também havia uma cama no seu quarto. Pegou um frasco de gel transparente na cômoda e sentou-se na beirada da cama.

Em uma das mãos, Yohan segurava o gel; na outra, o brinquedo. Olhou alternadamente os dois objetos, depois deixou o brinquedo de lado e abriu a tampa do gel. Espremeu uma boa quantidade na palma da mão e levou até a entrada entre suas nádegas. Passou uma quantidade generosa na entrada enrugada e empurrou um dedo para dentro. “Squish, squish.” A cada movimento de vai e vem do dedo, um som obsceno era produzido.

Depois de umedecer bem o interior, cobriu também o brinquedo com uma camada espessa de gel. Pressionou a ponta do brinquedo contra a entrada e, com um empurrão firme, ele deslizou para dentro com facilidade. Embora não houvesse resistência por causa do lubrificante, a sensação de volume preenchendo seu interior era intensa. E como o brinquedo aquecia, parecia quase real.

— Aaah…

Reclinou a cabeça para trás enquanto um gemido escapava. A simples sensação de estar cheio já fazia parecer que estava prestes a gozar. Além disso, o formato era o de Siheon, seu interior parecia lembrar dele, latejando.

Esticou o braço e pegou o controle remoto. Ao apertar o primeiro botão, ouviu-se um ziiiing, som da vibração do brinquedo.

— Mmm…— Um gemido baixo escapou. O calor subiu em um instante, o suficiente para deixar o baixo-ventre pesado, com o interior tremendo e sendo estimulado por vibrações finas.  Já havia fluido transparente acumulado na ponta do seu pênis.

Click.

No instante em que apertou o segundo botão, Yohan soltou um gritinho agudo. — Aahh! — Algo dentro se mexia com força, estimulando as paredes internas. A sensação de ser empurrado de fora para dentro era muito parecida com quando fazia sexo de verdade com Siheon. Seus dedos tremeram e, num reflexo, apertou o botão de novo. A força que varria seu interior aumentou, ficando mais rápida e intensa.

— Aaah…

Os gemidos exaltados pelo calor escapavam sem controle. Ao pressionar o brinquedo ainda mais fundo com a mão, ele atingiu um ponto que o fez ver estrelas. Talvez fosse o modo diferente de funcionamento, ou o fato de ter o mesmo tamanho e textura que o de Siheon, mas o orgasmo veio rápido demais.

Mordeu o lábio inferior com força e agarrou os lençóis. Sem perceber, sua cintura se movia sozinha. “Squish, squish.” Os sons molhados e obscenos do brinquedo se movendo dentro dele junto com o gel preenchiam o quarto. O atrito repetido no fundo fez suas coxas tremerem, os músculos se contraindo, e então, pulsou, jorrou um líquido leitoso da ponta do seu pênis.

Mesmo durante o orgasmo, o brinquedo não parou. Sua mente ficou branca, e ele soltou um gemido agudo. Com a mão trêmula, conseguiu alcançar o controle remoto e finalmente apertou o botão de desligar.

— Hah… hah…

Ele ofegava, com a respiração completamente descompassada. Ofegante, o corpo todo latejava. Nunca tinha sentido um prazer tão intenso com um brinquedo.

— Se divertiu bastante?

A voz fria que caiu como um balde de água gelada o trouxe bruscamente de volta à realidade. Ele se levantou de um salto e congelou. Siheon estava encostado na porta, olhando para ele com uma expressão incrédula.

— E-eu… isso é…

Era uma situação impossível de explicar.

‘Desde quando ele estava ali? Por que não ouvi o barulho da porta?’

“Deve ter sido tão bom que fez você perder a cabeça. Estava tão absorto que nem ouviu quando eu entrei.”

Teve que repetir para si mesmo a mesma frase a qual tinha dito para provocar Jaryeong no dia anterior.

— Você disse que não viria hoje…

‘Ele realmente havia dito, até de manhã, que provavelmente não conseguiria vir hoje. Se soubesse que Siheon viria, não teria usado o brinquedo tão descaradamente…’

Sob aquele olhar glacial, sua boca secou. Os olhos azuis de Siheon pareciam mais frios que o normal.

— Então você se divertiu com o brinquedo?

A voz que perguntava também era fria. Tup, tup, Siheon aproximou-se com passos firmes, encurtando a distância entre eles. Quanto mais perto chegava, mais sufocante ficava o cheiro de feromônio alfa que emanava dele –  um aroma inebriante, capaz de fazer o corpo tremer. Ao mesmo tempo, carregava perfeitamente a raiva que ele sentia.

— Eu te avisei, não avisei? Que não deveria colocar nada dentro de você além de mim.

Siheon, agora bem diante de Yohan, segurou o queixo dele e o levantou. Mesmo que não quisesse, foi forçado a encará-lo.

— Mas isso também é do Siheon hyung.

Yohan desviou os olhos, mirando o brinquedo ao responder. Por um instante, Siheon franziu o cenho e, como se tivesse compreendido algo, soltou um suspiro entrecortado.

— Jogue isso fora agora!

Ele gritou, olhando para o brinquedo largado na cama como se fosse algo repugnante. Yohan o encarou com a expressão mais piedosa que conseguiu fazer.

— Como assim jogar fora? Não é qualquer coisa, é do Siheon-hyung…

— Desde quando meu pau é um brinquedo desses?

— Isso foi feito sob encomenda… é quente como o seu e até a textura…

Yohan começou a se justificar, murmurando, mas no instante em que seus olhos cruzaram com os de Siheon, ele engoliu em seco. Os olhos azul-escuros de Siheon brilhavam com intensidade feroz. Ele estava mesmo furioso – dava para saber só pelo olhar.

— E então?

— …O quê?

— Foi bom como se fosse comigo?

Entendendo a intenção da pergunta, Yohan riu sem graça e desviou o olhar. Sim, foi bom. Para ser sincero, tanto quanto estar com o verdadeiro Siheon. Mesmo Yohan, que já era acostumado com brinquedos, ficou impressionado com a forma como aquele se moldava por dentro e com o nível de estimulação. Era perfeito.

Como Yohan não respondeu, a testa de Siheon se franziu ainda mais.

— Então foi bom, é isso.

O murmúrio baixo e gelado fez um calafrio percorrer sua espinha.

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Continua….