Ler Controle – Capítulo 53 Online

O clima parecia estar tomando um rumo estranho…

Seonwoo Geon rolou os olhos, alternando o olhar entre Yohan para Maksim. Maksim nem se deu ao trabalho de amarrar Yohan. Provavelmente, ele achou que, já que seus subordinados estavam cercando o local, seria impossível para Yohan fugir ou atacar. Yohan também não tentou nenhuma loucura para enfrentá-los.

Maksim observou Yohan, que estava sentado com uma expressão calma, como se o achasse interessante..

«Você é um ômega, não é? Mas não está liberando nenhum feromônio.»

«Que idiota. Acha que um ômega fica soltando feromônios por aí o tempo todo? Que patético.»

Yohan respondeu com um sorriso sarcástico.

— Sobre o que vocês dois estão conversando?

Por mais que olhasse, o clima não parecia nada bom, mas, como Yohan estava sorrindo enquanto falava, Seonwoo Geon ficou curioso.

— Besteira.

Yohan continuou encarando Maksim quando respondeu.

— Besteira? Assim você me magoa.

Maksim respondeu em coreano, e Yohan arqueou um canto dos lábios, como se achasse aquilo ridículo.

— O que diabos você negociou com esse desgraçado?

Yohan virou-se para Seonwoo Geon e perguntou, o outro pigarreou alto, desviou o olhar, sem conseguir encará-lo.

— O que ele pediu em troca provavelmente foi eu, não é?

Isso era óbvio pelo que tinha acontecido até agora. Então o que Geon pretendia ganhar entregando-o para a máfia russa?

— Um assassinato por encomenda.

A resposta veio de Maksim. Yohan franziu a testa e virou-se para encará-lo. Maksim o olhava de volta, com aquele sorriso irritante no rosto.

— Por acaso… é o Cha Shieon?

Seonwoo Geon não disse uma palavra, apenas desviou o olhar, fugindo toda vez que seus olhos se encontravam com os de Yohan. Ha… Yohan engoliu um suspiro que insistia em escapar. Por que ele odiava Siheon a ponto de chegar a isso? Mesmo que Cha Siheon fosse uma ameaça, isso não justificaria mandar matá-lo. Para Yohan, que tinha Noah como único irmão, era um sentimento impossível de entender.

— Patético.

Era tudo o que ele podia dizer.

— E ainda tão burro que chega a ser inacreditável. Para alguém que é diretor de uma empresa, não sabe nem mesmo realizar uma negociação dessas.

Se queria mesmo um assassinato por encomenda, ainda mais usando a máfia russa, deveria ao menos ter preparado alguma garantia. Mas, no fim, Seonwoo Geon não conseguiu o que queria e ainda entregou Yohan de bandeja.

— Isso é…!

Geon tentou retrucar, mas estremeceu ao sentir o olhar de Maksim.

— Deixe-me explicar por ele.

Maksim abriu a boca, com ar de diversão.

— O senhor Seonwoo Geon ainda não me  apresentou as exigências dele. Ficou enrolando e enrolando… Mas eu sou um pouco impaciente, sabe? Vim até a Coreia, e não sou do tipo que fica quieto esperando.

Ah…

Yohan engoliu um gemido. Agora tudo fazia sentido. Então era isso. Enquanto Seonwoo Geon se preparava para negociar diretamente com ele, Maksim Novikov resolveu agir por conta própria, seguiu Geon e arrombou o chalé.

Provavelmente, Geon tentou negociar com ele primeiro. Dependendo de como Yohan reagisse, ele usaria a máfia russa como último recurso. Subestimar a máfia foi seu maior erro. Achou que, se Yohan aceitasse o acordo, eles apenas iriam embora. Que ilusão ridícula.

— É sério… que imbecil.

Yohan fez um tsk com a língua, e Maksim caiu na risada, gargalhando alto.

«Você é mesmo filho do Ilya, hein? Até esse lado sujo do negócio conhece bem.»

Maksim provocou, mostrando um sorriso desagradável. Mas Yohan não respondeu. Isso era algo que qualquer um que possuísse dois neurônios perceberia, mesmo que o pai dele não fosse Ilya Galayev.

— O senhor Seonwoo Geon não precisa se preocupar. Já que eu consegui o que queria, vou garantir que ele também consiga o que deseja.

O mafioso disse isso, tentando acalmar Seonwoo Geon. Mas pelo jeito, o próprio Geon não parecia nada satisfeito, pois ao invés de ficar aliviado, franziu de leve a testa.

— Acha mesmo que tudo no mundo acontece como você quer? Um verdadeiro príncipe criado em estufa.

Yohan ironizou, e Geon, irritado, lançou um olhar fulminante, mas, ciente de que a situação não era boa para ele, limitou-se a morder o lábio. Claro, como não saber? Eles estavam completamente cercados por brutamontes armados até os dentes.

— Pensando bem… eu não preciso mais ficar aqui, não é? Vou embora, então faça como quiser

Seonwoo Geon tentou se levantar, querendo sair de fininho. Mas, no instante em que se ergueu, um dos homens atrás dele colocou a mão em seu ombro e o empurrou de volta para a cadeira. Maksim virou-se, sorrindo amplamente.

— Não vai ser assim.

‘Eu avisei.’

Yohan reprimiu uma risada amarga por dentro.

‘É isso que acontece quando se mete em confusão que não sabe resolver.’

— Bom, não vai demorar muito. São apenas duas horas, até lá fiquem quietinhos. Depois disso você vai poder ir embora. Dá para aguentar, não?

O coreano de Maksim soou mais áspero, como se não quisesse mais se dar ao trabalho de falar com respeito. Apesar do sorriso leve, era uma ameaça clara: Você também não sairá daqui.

— Não confia em mim?

Maksim ainda perguntou, fechando os olhos num sorriso. Geon não conseguiu nem negar nem confirmar. Ficou só murmurando um “uhh” estranho.

—Tsk. Ora, nossa confiança está tão frágil assim? Tudo bem. Vou ser bonzinho, então.

Maksim fez um sinal com os olhos e dois dos brutamontes se aproximaram.

— Quem você quer que matem, mesmo?

Ele perguntou com um sorriso manso, mas uma pressão sufocante fazia parecer que se não respondesse algo agora, a coisa ficaria feia.

— Agh…

Seonwoo Geon odiava tanto Cha Siheon a ponto de contratar mafiosos para matá-lo. Mas na hora de soltar o nome em voz alta, hesitou. Ser mandante de assassinato não era algo que se pudesse fazer com tanta facilidade.

Yohan estalou a língua.

‘Tá vendo? Por isso eu disse que é um imbecil. Covarde demais para bancar uma coisa tão grande assim. Antes de envolver a máfia, deveria primeiro tentar negociar diretamente comigo. Se desse errado mesmo, se realmente não restasse mais opção, aí sim poderia usar a máfia como último recurso. Claro, mesmo encurralado, fazer acordo com eles nunca seria a escolha certa.’

— Cha Siheon?

Quando Maksim repetiu o nome que tinha acabado de ouvir, Yohan se amaldiçoou em silêncio. ‘Merda.’ Ele assumiu que Maksim já soubesse de quem se tratava, já que Seonwoo Geon estava ali para encomendar uma morte. Mas Geon não tinha dito nada ainda, e quem acabou soltando o nome foi ele mesmo.

— Então é só dar um fim nesse cara, certo?

Maksim perguntou, relaxado, e em seguida mandou seus homens verificarem quem era esse tal de Cha Siheon.

‘Merda. E agora? O que eu vou fazer? O que posso fazer?’

Yohan manteve os lábios cerrados, pensando rápido. Noah provavelmente já tinha chegado ao chalé em Gyeonggi. Ao ver o estado em que aquilo ficou, deve ter percebido que a situação era muito mais séria do que parecia, e agora estava louco à sua procura. Por isso, ele precisava ganhar tempo, de qualquer forma.

‘Se o Maksim achar o Cha Siheon, ele vai mandar matá-lo imediatamente…’

Ele e Noah tinham vivido coisas parecidas desde pequenos, então sabiam como reagir quando havia máfia envolvida. Mas Cha Siheon era um civil. Um homem comum, sem qualquer ligação com o mundo do crime. Se ele se tornasse um alvo dos mafiosos assim, qual seria a chance dele sobreviver?

E se, por um acaso, tudo desse errado e ele morresse? No momento em que imaginou o rosto de Si-heon coberto de sangue, o coração de Yohan se contraiu dolorosamente. Por um segundo, até a respiração falhou. Era um sentimento de perda diferente de quando imaginava que poderia perder Noah.

No começo, ele pensou que tinha sido arrastado para os problemas familiares de Siheon por puro azar. Mas não era isso. Os mafiosos russos agiram porque ele era filho de Ilya Galayev. Cha Siheon, esse sim, estava se envolvendo com a máfia sem ter culpa nenhuma, só porque se aproximou dele.

Por isso… não podia, de jeito nenhum, deixar que ele morresse nas mãos da máfia.

« Por que… Por que você odeia tanto meu pai, Ilya Galayev?»

Quando perguntou isso em russo, Maksim e os homens dele se viraram ao mesmo tempo para encará-lo.

« Acredito que tenho o direito de saber, não acha? Ainda mais porque posso morrer pelas suas mãos daqui a pouco. Tenho o direito de saber por que vou morrer. »

—Huuum…

Maksim soltou um som nasal, depois ergueu um canto da boca num sorriso torto.

« É, faz sentido. »

Ele se levantou, caminhou até parar bem na frente de Yohan, que não recuou, e observou a distância entre os dois diminuir.

« Ilya Galayev… »

Ele murmurou o nome de seu pai, num tom quase baixo demais para ouvir.

« Ele matou o meu pai. E fez isso da forma mais covarde possível. »

Apesar do sorriso nos lábios, os olhos de Maksim brilhavam em puro ódio.

« Eu perdi o meu pai, então agora vou tirar o filho dele. Nada mais justo, não é? »

Yohan ficou olhando aquele sorriso satisfeito e deixou escapar uma risada curta. Maksim franziu a testa, incomodado com a reação.

« Para você, seu pai era único. Mas o meu pai ele têm dois filhos. »

Maksim o encarou com uma expressão que perguntava e daí? Yohan sorriu ainda mais.

« Mesmo que você me mate, meu pai ainda vai ter o Noah. Um filho alfa, excelente, para ficar no meu lugar. »

« Então mato esse também. »

Maksim respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo, mas Yohan riu, com puro desdém.

« Tá vendo? Você só enxerga metade das coisas. Acha mesmo que o grupo Galayev, e o próprio Ilya Galayev, vão ficar de braços cruzados assistindo? Você já mandou uma mensagem de ameaça depois de me sequestrar. Mesmo que a empresa hoje seja legalizada, boa parte dos funcionários ainda têm ligação com a máfia. Acha que eles iam ficar quietos? Além disso, Noah… ele é diferente de mim. Ele aprendeu tudo diretamente com o meu pai. Você realmente acha que o grupo Galayev, que já foi atacado uma vez, vai cair de novo sem reagir? Arrogância sua pensar assim. »

Os olhos de Yohan se curvaram num sorriso em forma de lua.

« Você devia se contentar só comigo. Nunca vai conseguir tirar todos os filhos valiosos de Ilya Galayev. Vai acabar se destruindo no processo. »

Por trás do sorriso doce, suas palavras eram afiadas como lâminas. Maksim, sem ter como retrucar, rangeu os dentes com força.

Yohan pousou uma mão no ombro dele, inclinou-se e sussurrou bem no ouvido.

« Que tal fechar um negócio comigo? Não com o idiota do Seonwoo Geon, mas comigo, Yohan Galayev. »

« Quais são os termos? »

Pegou. Yohan sorriu, quase imperceptível, cruzando o olhar com ele.

«Trocar a vida do Cha Siheon pela do Noah Galayev.»

Os olhos de Maksim se arregalaram diante da proposta ousada.

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Continua…