Ler Caminhando sobre às águas – Capítulo 57 Online
— Mas eu tenho um gato.
— Ah, não importa. Essa pessoa também tem alguém que vive com ele. O apartamento fica em Manhattan, a casa tem dois quartos, você não vai achar nada com um preço melhor do que esse. O que me diz?
— Você está falando daquele cara chamado Ryan, ele tem um colega de quarto?
McQueen, que voltou depois de fumar um cigarro, parecia um pouco inquieto. McQueen se sentou ao lado de Janine, segurou a mesma, abaixou a cabeça e tossiu.
— Ah, isso tá me matando.
McQueen, que resmungou com a voz embargada enquanto tocava a testa, falou com Janine em um tom estressado.
— Você tem que ser precisa. Dizer que o colega de quarto, não é apenas um colega de quarto. Ryan tem uma filha.
McQueen, estalou a língua levemente, olhou para mim e disse.
— Você já viu ela. Cecil, a filha dele.
— Sim.
— Bem, eu sei disso porque moramos juntos há um tempo… Não é tão ruim morar na mesma casa que ele.
Franzindo a testa toda vez que falava por causa da dor na garganta, ele engoliu em seco.
— Embora faça coisas estranhas às vezes.
Eu queria ser um pouco mais flexível e perguntar que tipo de pessoa Ryan era, mas mantive a boca fechada enquanto olhava para McQueen, que estava relembrando o passado e sorrindo. O que percebi pelo sorriso dele foi que eu estava mais absorto nessa emoção do que pensava. Quando soube que eles moraram juntos durante um tempo, senti que meu coração ficaria despedaçado se eu pensasse um pouco mais sobre isso.
— Entendo.
Eu finalmente balancei a cabeça e escovei minha franja curta e áspera.
— Por que não vamos ver o quarto? De qualquer forma, Ryan disse que estava pintado a sala agora. O que você acha, Edd?
— O que tem uma sala e um quarto?
Lancer, que entrou no restaurante com um leve cheiro de cigarro, olhou para Janine e perguntou.
— O período de aluguel do apartamento de Edd acabou, e alguém que eu conheço está procurando um colega de quarto. Então eu pensei que podíamos ir ver o quarto.
— Você não vai sair para beber depois do jantar?
— Por que beber quando há pessoas doentes por perto?
Apontando para si mesmo com um dedo, McQueen disse com firmeza.
— Eu sinto muito. Então você vai embora agora?
— Parece que todo mundo já terminou, é hora de seguir meu próprio caminho. Na verdade, eu estou cansado dos rostos que vejo todos os dias.
— Isso mesmo. Nós também viemos apenas pelo jantar, jamais seria porque não queríamos vê-lo. Hummm.
McQueen sorriu e beliscou as bochechas de Jack Black e perguntou:
— Então você vem comigo.
— Não.
— Não? Ryan disse que quer te ver.
— Não! Eu não gosto de Ryan! E odeio você ainda mais!
— Dramático.
McQueen, que forçou Jack Black a se levantar, abraçando seu pescoço por trás, disse a Janine, que estava atrás dele.
— Pegue a minha carteira do bolso de trás e pague a conta. Vou fazer esse cara entrar no carro primeiro.
— Você também vai, McQueen? Não disse que estava doente.
— Está tudo bem. Também quero ver o Ryan.
— Vamos caber em um único carro? Eu vou e Edd também vai.
Jack exclamou enquanto olhava para Janine que estava tirando a carteira do bolso de trás de Glenn McQueen.
— Eu não vou!
— Jeniffer vai com a gente.
— Eu não vou!
— Jenny, Edd, eu, McQueen…. Liam, você e Taylor vêm?
— Está tarde, tenho que ir para casa.
— E eu estou exausto.
— E quanto a Lancer?
— Tudo bem pra você?
Em vez de responder, Lancer apenas balançou a cabeça. Talvez desapontado com a saída para beber que não aconteceria devido à súbita decisão que tiveram de ir até a casa de Ryan, Lancer pegou a carteira do bolso e tirou outro cartão de visita. Desta vez era um cartão de visita branco. Era de uma agência de compras e vendas do eBay localizada perto de Harlem.
— Se houver alguma coisa que você queira vender ou comprar, me diga.
— Okay.
— Eu não vou cobrar nenhuma taxa de corretagem.
— …obrigado.
— Então já vou. Quando eu ligar para você, atenda.
Ele ajeitou a bolsa no ombro e sorriu, mostrando os dentes alinhados. Era um sorriso lindo que poderia atrair facilmente uma mulher ou um homem. Pensei que ele poderia estar tentando me atrair para a cama, mas certamente não estava. Lancer nunca se aproximou de mim com intenções sexuais. Pelo menos até agora.
Entramos em um carro estacionado ao lado da casa de McQueen. O lugar para onde nos dirigimos depois de acionar o GPS, ficava perto de Morningside Heights, que faz fronteira com o Harlem. Não era longe da empresa na qual eu trabalho, então como Janine disse, não era um lugar ruim para ir trabalhar de manhã.
McQueen, que estava sentado do meu lado no banco de trás, estava ao telefone. Já passava das oito da noite, e a voz de McQueen sorridente anunciava a visita repentina. A voz de Ryan ao telefone era alegre. Ele parecia ter aceitado prontamente a visita. McQueen desligou e fechou os olhos com um sorriso no rosto.
— Como está Ryan?
Ainda havia um tom de irritabilidade no rosto taciturno de Jack Black, mas sua voz estava cheia de preocupação.
— Ele parece feliz.
— Ele está sempre mal-humorado, como você consegue fazer ele parecer alegre?
Jack Black, que estava resmungando, olhou atentamente para mim no banco de trás.
— Esse cara chamado Ryan parece ter um transtorno leve de humor.
— Não, não é nada sério.
Janine, que estava dirigindo, deu uma desculpa e olhou para mim pelo espelho. Quando eu morei em Los Angeles, tive alguns colegas de quarto, então isso não incomodava, a menos que ele fosse um ladrão ou caloteiro.
Como esperado, o prédio de sete andares parecia modesto. Era básico para os padrões gerais, mas comparado aos numerosos apartamentos perto dos trilhos de trem e covas de ratos em Manhattan, era como o paraíso.
O prédio, felizmente, parecia ter apenas cerca de cem anos. Tal localização e aluguel baixo não poderiam ser obtidos sem a ajuda e o conhecimento de um corretor de imóveis.
— Você vai gostar de viver em um lugar com tantas janelas, certo?
— Claro.
— Não sei se você se lembra do Levi, ele é um corretor de imóveis que faz alguns filmes. Ele escreveu uma carta de recomendação e a papelada da garantia financeira, então você não vai precisar de nenhuma papelada especial. Como Ryan usa o maior quarto, ele vai pagar mais do que você.
— Então pense nisso e suba para dar uma olhada.
McQueen entrou no edifício primeiro, segurando guardanapos, comida que trouxe do restaurante e alguns doces que havia comprado na loja de conveniência. Luzes eletrônicas piscavam rapidamente fixadas em cada lado da escada, um portão de ferro com a pintura descascando e um líquido não identificado caído no chão. Minha primeira impressão do edifício em que talvez eu venha a morar no futuro, foi que era um espaço confinado com musgo escuro e úmido entrelaçado. O prédio cheirava como se algo estranho estivesse prestes a acontecer, eu estava pronto para me tornar uma testemunha a qualquer momento.
Depois de passar pelas escadas estreitas sem elevador, McQueen tocou a campainha, enquanto estava na frente da porta no final do corredor do quarto andar. Depois de um tempo, a porta se abriu e uma garotinha de cabelo curto enfiou a cabeça para fora.
— Chegou?
— Sim.
— Você comprou meus doces? O Robô é a bazuca!
Um saco de doces e um robô de presente foram colocados nas pequenas mãos que ela estendeu para McQueen.
— E uma Bazuca!
— Você acha que deveria me cumprimentar antes de pedir os presentes.
— …Sim, me desculpe. Como vocês estão? Esse tipo eu nunca vi antes.
O nome da criança que estava apontando para mim era Cecil. A criança parecia não se lembrar de ter me visto no hospital. Ela tinha um corte de cabelo curto que estava bagunçado como o de um menino, e usava um macacão, que a fazia parecer um moleque.
— Você cortou o cabelo?
— Sim. Eu disse que não gostava de cabelo grande, e meu pai cortou. Papai!
Quando me virei seguindo com o olhar a criança que estava correndo pela sala, vi um homem loiro pintando a parede. Com um pirulito enfiado em um dos lados da bochecha ele estava pintando a parede de branco e virou a cabeça para olhar para nós.
— Estou com fome. Você comprou alguma comida?
— Aqui.
— Coloque no chão e tire a embalagem para mim. Estou morrendo de fome.
— Hum, você tem os mesmos modos da sua filha, hein? Não deveria nos cumprimentar primeiro?
Murmurando com uma voz rouca, Jack Black se agachou e abriu as embalagens de comida no chão. Em vez de responder com um sorriso, erguendo os cantos da boca, o homem foi ao banheiro e lavou as mãos sujas de tinta.
O pai e a filha pareciam já ter se mudado, mesmo assim o interior do apartamento estava vazio. Como se todos seus eletrodomésticos fossem apenas uma TV recém-instalada, havia cabos espalhados por toda parte. Olhado de relance através da porta aberta não vi nada no pequeno quarto, exceto uma cama dobrável presa à parede. Era o quarto que eu usaria se morasse aqui no futuro.
— Cecil, venha comer.
— Sim!
Como se estivesse brincando de ser um avião, a criança que corria com os braços abertos agarrou-se às pernas de Ryan e assentiu.
— Você não pode correr. Venha, suba.
— Ahhh! Eu não quero!
— Diminua seu tom de voz.
— Hum, tudo bem.
A criança agachou-se no chão, agarrou a bainha do macacão e puxando-o para cima. No bolso da frente do macacão, estava o robô que McQueen tinha acabado de comprar.
— Você ainda não comeu?
— Eu comi um pouco de cereal.
— Não há um quarto separado para Cecil?
— Vou colocar uma divisória no meio do quarto grande. Não há segredos entre nós.… e eu não tenho dinheiro.
Olhando para o homem colocando a comida na boca com pressa até suas bochechas ficarem cheias, McQueen se inclinou e despejou água no copo de papel.
— Estou precisando de dinheiro esses dias, você não pode fazer um pagamento adiantado?
— Não. Você ainda não filmou.
— Faça isso por mim, por favor. Quem lhe disse para pegar um resfriado? A culpa é sua por não termos filmado, não minha. Se não puder me dar o adiantamento, vamos filmar amanhã. Está doente com um resfriado, e daí se eu pegar?
— Eu não posso fazer isso porque estou doente.
Continua…
Ler Caminhando sobre às águas Yaoi Mangá Online
Este romance conta a história de Ed Talbot, um jovem de vinte e quatro anos que herdou uma dívida com um agiota.
Por acaso, ele acaba se envolvendo no mundo dos filmes pornôs gays amadores dirigidos por “Straight”.
Inicialmente, Ed pretendia se afastar da indústria após gravar apenas um vídeo de masturbação solo, mas sua mentalidade começa a mudar ao conhecer Glenn McQueen.
Glenn McQueen é um homem que comanda dezenas de produtoras de filmes pornográficos. E Ed, sem perceber, acaba se apaixonando por esse homem experiente e libertino.
Nome alternativo: Walk On Waterwow