Ler Caminhando sobre às águas – Capítulo 45 Online

A estrada de volta ao East Village estava mais silenciosa do que antes. Cecil, que estava sentada no banco de trás, esfregando os olhos sonolentos, se encolheu novamente e adormeceu enquanto brincava com o celular de McQueen. Ao contrário do pai, a criança de cabelos negros parecia ter apenas sete anos de idade.

— Ela é a filha do cara no hospital?

McQueen acenou com a cabeça enquanto olhava para a garota adormecida do espelho retrovisor.

— Ela é linda como um anjo.

Com suas palavras, virei um pouco o rosto e observei o rosto da criança. Seu cabelo preto estava bagunçado e cobria seu rosto, mas como ele disse, o rosto redondo era tão bonito que nem parecia o de uma criança. McQueen continuou enquanto eu ponderava sobre a aparência do pai da garota.

— Quando ela acorda, se transforma em um demônio.

McQueen riu um pouco no final. No entanto, sua risada curta evaporou como álcool e seu rosto ficou sem expressão novamente. Enquanto batia lentamente na janela com o dedo, ele perguntou após um breve silêncio.

— Ed, você… Você não sente que alguma coisa mudou em sua vida?

Ele me olhou pelo espelho retrovisor. McQueen provavelmente estava pensando na conversa que acabara de ter. Lembrei do lado pessimista da pessoa a quem ele chamou de Ryan Tesla. No entanto, não vivi o suficiente para sentir nenhum sentimento novo em minha vida, não me sinto letárgico, nem presunçoso ou arrogante. Balancei minha cabeça enquanto olhava para ele que não tirava os olhos de mim.

— Isso é um alívio. Não suporto pessoas letárgicas. Não suporto pessoas que não tem vontade de viver. É meio… É difícil estar ao seu lado e assistir.

Dando de ombros e rindo, ele acrescentou lentamente, dando desculpas.

— Prefiro pessoas que sentem raiva e desespero do que letargia.

Eu não conseguia entender tudo o que ele estava tentando dizer, mas tinha uma vaga noção. Eu disse olhando para Cecil no banco de trás que se remexia e se virava como se estivesse prestes a acordar.

— Não me sinto apático ou com raiva, mas hoje em dia…

— Hoje em dia?

— Só… Esse tipo de sensação em meu coração… Eu tenho um sentimento.

— E o que é?

Ele perguntou com um pouco de interesse. McQueen não estava mais me olhando pelo espelho. Ele agiu um pouco estranho, mostrando interesse em minhas palavras impensadas. Ele virou para mim e eu disse enquanto ele olhava nos meus olhos.

— Não sei bem o que é…. não sei o porquê.

McQueen sorriu suavemente diante da minha resposta insegura.

— Me avise quando descobrir.

Virei minha cabeça para ele que estava sussurrando próximo ao meu ouvido. Quando nossos lábios se aproximaram ele inclinou a cabeça um pouco para trás. Então se endireitou vagamente na cadeira. McQueen aumentou o volume do rádio, que estava baixo, e olhou pelo espelho retrovisor a garota adormecida no banco de trás.

Ele não estava olhando ansiosamente para a estrada que levava ao hospital no Bronx. Seus olhos estavam um pouco mais claros do que antes, talvez porque já estivesse sóbrio. Olhei de lado para seus olhos profundos e empurrei o pé no acelerador.

Peguei meu celular enquanto observava McQueen digitar a senha da porta com a criança em um dos braços. A tela continuou preta mesmo depois que o botão “ligar” foi pressionado para ver se a bateria havia acabado. Acho que uma mensagem chegou enquanto eu estava dirigindo, mas só poderei verificar quando chegar em casa.

Ao abrir a porta e caminhar pelo saguão até o elevador, vi uma sacola de compras na mesa. Era um saco de papel com comida que Janine reservara para mim.

— Já estou indo.

— Você deve estar cansado, então por que não passa a noite aqui? Já é tarde.

Quando apertou o botão do elevador, McQueen olhou para trás. Ele olhou para mim enquanto confortava a criança que abraçava seu pescoço com a mão grande e disse.

— Se você for trabalhar no Upper West, não seria mais perto ir daqui?

— Isto é verdade. — segurei as sacolas de compras com as duas mãos. — Mas eu não posso ir para a empresa com isso…

Está pesado, também seria engraçado levar isso para a empresa e, acima de tudo, a comida estragaria, então não posso dormir aqui. Ele acenou com a cabeça quando respondi sem jeito que estava guardado a comida de sua festa sem permissão.

— Sim. Eu só estava pensando muito.

— Então…

Balancei a cabeça para dizer adeus e me virei, mas sua mão agarrou meu ombro. Quando olhei para ele com olhos perplexos, ele remexeu nos bolsos e tirou a carteira.

— Eu não tenho nenhuma conexão com Ryan, Ed, desculpe. Obrigado por seu esforço…

— Ah não.

Ele apertou minha mão meio sem jeito e logo depois tirou uma nota de sua carteira.

— Está tudo bem.

— Pegue.

— Só fiz porque queria.

Ele deu um passo para trás, encolheu os ombros e contraiu as sobrancelhas enquanto olhava para mim em silêncio. Me encarou e então finalmente guardou a carteira no bolso. Ele enfiou a mão no outro bolso, tirou o celular e me entregou.

— Você pode me dar seu número?

— O quê?

— Vou convidá-lo para o jantar da próxima vez. Não é porque tenho outras intenções, então não se preocupe. Ser gay é um pouco desconfortável em momentos como esses.

Ele sorriu e acenou com a mão enquanto segurava seu telefone. Os cantos de sua boca levantaram-se timidamente enquanto ele me olhava diretamente nos olhos. Antes mesmo que eu pudesse sequer pensar no significado de tal atitude, ele logo apagou o sorriso que parecia querer dizer algo. Peguei o celular de sua mão e digitei os números, então devolvi a ele que rapidamente fez uma chamada. Eu disse para ele que estava esperando o telefone chamar, com as sobrancelhas franzidas.

— A bateria acabou.

— Não é de estranhar.

Com um sorriso, ele puxou o telefone da orelha.

— Então eu vou te mandar uma mensagem de texto. Qual sua comida favorita?

— Qualquer coisa está bem.

— Então, posso escolher algo bom?

— Claro.

McQueen olhou para o relógio na parede. Ele franziu a testa, já passava de uma da manhã, enquanto dava tapinhas nas costas de Cecil, que estava se contorcendo em seus braços, ele se virou para mim e disse.

— É um pouco tarde. Você deve estar cansado, pode ir.

— Vejo você na próxima vez. A festa… foi divertida.

Na verdade, não foi uma festa divertida. Ele sorriu levemente das minhas palavras, educadas.

Acenei com a cabeça, o cumprimentei brevemente e saí do prédio. Embora não fosse explícito no meu rosto, a ideia de ter um encontro com ele continuava surgindo na minha mente. Quando olhei para trás, vi McQueen fechando a porta e entrando no saguão do prédio.

Embora já tivesse passado da meia-noite, minha cabeça estava clara e eu não estava nem um pouco cansado. Dando um passo para trás quase caí no degrau da calçada enquanto olhava para o prédio com as luzes apagadas. Quando consegui virar meu corpo cambaleante e correr em direção ao metrô, uma risada escapou da minha boca como vento. De repente me dei conta da brisa fria que soprava em meu corpo, hoje é o primeiro dia de setembro, quando começa o outono.

***

O tempo passou como um vazio. Nada foi registrado e parecia passar sem deixar vestígios. A vida cotidiana sem nada de impressionante.

O calor ainda era predominante, mas a estação ia mudando o clima aos poucos. O tempo que Empa passava deitada nos tubos cheios de gelo foi reduzido, a frequência com que bebia água gelada também diminuiu e o número de banhos de Derek caiu drasticamente.

— Esse cheiro.

A expressão de Derek mudou sutilmente enquanto ele puxava a gola da camisa e a cheirava. Derek rapidamente largou a camisa e fechou o botão.

— O que você quer comer no almoço?

— Eu quero que você se lave.

— Sushi?

— Este cheiro está me dando dor de cabeça.

— Ou um hambúrguer?

— Não posso almoçar com você.

— O que é isso? Está tudo bem porque eu não estou suado. Quando fui para o acampamento de verão da escola, foi muito pior do que isso. Se você não aguenta, devo borrifar um pouco de perfume em mim?

— Tabaco e suor… vai ser uma bela mistura.

Eu suspirei e coloquei a mão à têmpora. Nesse momento, Kane, líder da terceira equipe do MIP, entrou na sala de descanso, sentiu o cheiro e disse.

— Este é o vestiário do clube de ginástica? Qual é a desse cheiro?

Franzindo a testa e cobrindo o nariz, ele deu um passo para trás e correu para o corredor. Olhando para a porta, Derek disse:

— Estou lhe dizendo de antemão, eu não tenho vergonha disso.

Encolhendo os ombros com as mãos erguidas, Derek riu descaradamente. Ele e eu somos colegas de classe desde o ensino médio, eu sabia o quão hostil Derek era com água. À tarde, depois de treinar no clube de beisebol, era comum ele entrar correndo em casa e se atirar na cama sem tomar banho.

O mesmo aconteceu durante seis dias em uma viagem de negócios. Ele disse que estava ocupado, mas embora estivéssemos no mesmo quarto, eu não vi ele tomar banho uma única vez ou lavar as próprias roupas. Não tive outra escolha a não ser me resignar e deixar meu nariz se habituar a Derek.

Fiquei em Illinois a semana toda. Ash sabia que precisava de uma equipe para proteger Jerry Luk, uma autoridade em estudos bem-sucedidos. Jerry Luk decidiu assinar um contrato de seis meses com a MIP após assumir o protocolo em sua última conferência em Nova York.

No entanto, as viagens de negócios nos últimos dias foram repentinas. Em resposta à notificação unilateral da viagem de negócios à empresa, Derek, eu e mais seis membros da equipe 9 fomos mobilizados para a programação local de Jerry Luk que passou seis dias dando várias palestras.

Recebi um telefonema de Ash na quinta de manhã. A voz que veio do telefonema urgente do meu superior estava cheia de irritação. Corri para levar Empa para Morian, que morava no andar de baixo, que também tem um gato, fiz minha mala e corri para o aeroporto.

Durante seis dias, percorremos por pequenas e médias cidades industriais, incluindo Chicago e Illinois. Graças a isso, tive que jogar fora a maior parte da comida, menos aquela que estava congelada no freezer, no dia em que voltei da viagem de negócios.

Meu corpo inteiro doía de exaustão. Ou talvez eu realmente estivesse doente. Ainda fazia calor durante o dia, mas as noites eram frias, o que tornava mais fácil pegar um resfriado. Quando toquei minha testa com a mão fria estava um pouco quente.

Derek se sentou em uma cadeira com um prato cheio de comida com uma cara nada apetitosa enquanto olhava para os tristes cardápios que o lembravam do refeitório de sua escola. Derek derramou a sopa enquanto pregava uma peça em Ben, que estava sentado ao lado dele. Observei Derek resmungar enquanto limpava as salsichas encharcadas de sopa.

— Nós vamos ter que andar assim todas as vezes? Não gosto de seguir Jerry Luk ou Sr. Jerry sempre e ter que ouvir essas pseudo-palestras.

— Não, porque originalmente Ash disse que era um trabalho da equipe 7.

— O líder da equipe encarregada não quis fazer isso, então deixou para a nossa equipe?

— O líder da equipe sete e Ash têm um relacionamento ruim, mas será mesmo o caso?

— Hoje o dia passou bem depressa, não foi?

Derek, que havia lavado as mãos no banheiro, franziu a testa e se sentou.

— Sobre o que vocês estavam falando?

Ben perguntou, observando Derek enxugar as mãos em um lenço de papel.

— Ele acha que você não é bom o suficiente. Talvez tenha apanhado muito quando criança?

— Quer apanhar?!

Vendo Derek ficar furioso, ele bebeu água gelada da taça. Derek lambeu os lábios quando me viu sorrindo de orelha a orelha.

— Estávamos falando sobre a viagem de negócios. Algo como o MIP simplesmente acha que somos demais.

Kurt, que fez uma viagem de negócios para Illinois junto com a gente, disse.

— Ah, e por isso que Ash está disposto a fazer isso.

Derek baixou a voz enquanto puxava a cadeira para se sentar.

— Será que ele não precisa mais fazer essas viagens de negócios no futuro? Fez um acordo com o gerente?

— Isso eu não sei. Ele disse que não foi esse o motivo pelo qual o gerente pediu para vê-lo separadamente.

A expressão de Derek era tão séria que os rostos dos caras sentados ao redor da mesa endureceram. Parece que o líder da equipe 7 entregou completamente o trabalho incômodo para nós.

Eu odeio viagens de negócios… Enquanto Ben murmurava assim, eu mastigava o pão seco. Eu também não estava feliz com a situação de ter que me revezar para dormir em vários hotéis baratos fora da cidade, mas também não queria ser um valentão que reclamava, ainda mais agora com a onda de demissões devido à recessão.

— Estou deprimido. Vamos beber e jogar pôquer hoje depois do trabalho? Como hoje é sexta-feira…. é o dia em que todos recebem, né?

— Mas Ash disse que nos encontraremos no bar depois do trabalho.

— Por quê?

— Trabalho.

Ben disse, cortando a salada em pedaços.

— Vou ficar deprimido até mesmo depois de encher a cara.

Todos afirmaram silenciosamente com as palavras de Ben, e mastigaram em silêncio a comida.

— Por que você não está mastigando? Você é o que come mais rápido.

Ben perguntou, apontando para o meu prato com o queixo.

— Eu não estou com fome.

— Realmente, não dá pra ter apetite depois de ver isso.

Ben sorriu diante das palavras de Derek que estava prestes a comer a comida empilhada.

Depois de comer, enquanto caminhava para a única área de fumantes da empresa, vi a chefe do departamento caminhando para o restaurante com Ash. Sendo a única gestora feminina no MIP, ela usava salto e estava na altura dos meus olhos. Não há luta que ela não tenha feito desde Kung Fu, Wushu, Judô e Kickboxing, seu olhar frio voltou-se para Derek e eu enquanto íamos para a sala de fumantes.

Rachel era uma entidade dominante em uma empresa infestada de homens. Seu carisma irresistível também contribuiu para seu olhar forte, não importa para quem ela olhasse. Quando a cumprimentei brevemente, ela olhou para nós dois friamente e balançou a cabeça.

— Tenho medo daquela mulher.

Derek disse, olhando para Rachel que desapareceu no final do corredor, exalando um ar frio.

— Como ela olha pras pessoas assim? Você viu ela com Ash? E fez isso mesmo na frente do chefe.

Se Ash, que é semelhante a um urso, fica rígido como uma pedra e se adapta aos passos de Rachel com um rosto inexpressivo, imagina nós dois.

Empurrei as duas portas que dividiam a área de fumantes da sala de não fumantes. Por ser um prédio alto, o vento estava forte. Ele acendeu um cigarro enquanto cobria o isqueiro com a mão para protegê-lo do vento forte. Derek cuspiu a fumaça, enquanto olhava para mim, levantando a cabeça enquanto tentava imitar Rachel e baixando os olhos.

— O que está te incomodando ultimamente?

— Por quê?

— Você está fumando cada vez mais.

Ri do olhar sutil de Derek e encostei as costas na grade.

— Eu devo parar.

— Quando você começou a fumar?

— Dezessete.

Nunca contei a ninguém, mas naquela época, quando era jovem, achava que as estrelas de cinema deveriam fumar como James Dean em filmes juvenis ou Chow Yun-fat em um filme ¹noir. Parece que era um pouco estúpido quando jovem.

Pensando bem aprendi sobre o sexo e comecei a fumar quando tinha 17 anos. Olhei para o cigarro entre o dedo indicador e o médio, lembrando-me dos dias em que comecei a fumar secretamente. As brasas queimando em direção ao filtro eram de um vermelho ardente.

Olhando para aquelas brasas, as palavras de McQueen de repente me vieram à mente. ‘Eu não suporto pessoas letárgicas. Não suporto pessoas que não tem vontade de viver.’ Qual era sua expressão quando disse isso? Estava cheia de vitalidade ou parecia solitária?

Ele me pediu para saborear a identidade do sentimento de alegria em meu coração e lhe dizer quando eu finalmente entender o que estou sentindo. Mas agora perdi meu senso de orientação e não consigo caminhar em direção a esse sentimento. Meu coração se enche com uma esperança repentina, mas sinto um desespero por motivos que nem mesmo conheço. E essa sensação continua se repetindo indefinidamente.

O cigarro amargo foi esfregado contra a parede, e o calor restante permaneceu em meu punho. O vento esvoaçava meu cabelo enquanto envolvia as mãos no calor da grade. Eu me inclinei contra a grade. O sol brilhando no topo da minha cabeça era deslumbrante, então fechei os olhos.

— Você está com sono? Parece acabado.

Fechei os olhos com as palavras desanimadoras de Derek, ergui os cantos da boca e ri.

— Está quente. Podemos ir? É hora de começar o treinamento.

Quando abri meus olhos, Derek, que estava na minha frente, franziu os olhos para a luz do sol ardente. Enfiei as duas mãos nos bolsos e olhei para cima e para baixo para o cara que estava parado em uma postura oscilante, então me endireitei e sai da área de fumantes seguindo pelo corredor. Era obrigatório participar de um seminário para vigilantes uma vez a cada dois meses. Enquanto caminhava para a sala de seminário, tirei meu celular do bolso para desligá-lo.

Pressionei o botão no meu telefone enquanto tentava ligá-lo para verificar as mensagens que recebi anteriormente. Havia uma mensagem de Janine e uma saudação de Yo-wi. Depois de passar por vários textos de spam relacionados a impostos, vi uma mensagem de Glenn McQueen.

[ Sou eu Glenn McQueen. Obrigado por hoje, boa noite.]

Era uma mensagem de McQueen da semana passada. Não vi McQueen de novo desde a meia-noite de quinta-feira. Ele havia ligado para marcar um encontro para jantar, mas o encontro foi adiado porque ele teve que ir para Chicago. O dia do encontro estava marcado para a próxima terça-feira. Por que continuo pensando conscientemente que esta é a primeira vez que vamos nos ver fora do trabalho?

— O que você está fazendo? Venha de uma vez.

Derek entrou na sala do seminário e acenou para mim. O frio continuou correndo pela minha espinha como arrepios. Esfreguei a nuca que estava rígida por causa tensão, e entrei na sala do seminário onde estavam me esperando.

Continua…

NT/ 1: A classificação foi cunhada em 1946 pelo crítico francês Nino Frank para se referir a um tipo de longa-metragem de suspense, com ambientação urbana, temática criminal e anti-heróis. O visual costumava ter fortes influências da corrente cinematográfica conhecida como expressionismo alemão e da técnica de claro/escuro do pintor barroco Caravaggio (daí a escolha do termo “noir”, que significa “preto” em francês). Porém, esse termo (e o prestígio dos filmes noir) só se consolidou na década de 1970. Especialistas classificam como noir mais de 300 títulos produzidos entre 1940 e 1958.