Ler Beije-me se puder – Capítulo 101 – Extra 02 Online

Quando agradeceu uma e outra vez, o grupo se envergonhou. Josh os pressionou em silêncio.

“Faça algo! Faça algo!”

Entre os membros da equipe que apenas se olhavam entre si, Ed corajosamente deu um passo à frente e disse:

— Não, só estávamos passando por casualidade.

— Mas mesmo assim me ajudaram. Muito obrigado. Nunca imaginei que alguém me ajudaria…

Ele não sabia como havia se envolvido com Wilson.

Enquanto isso, ele recitava sem parar todo o bullying que havia sofrido e como a gangue e Wilson era cruel e malvada. Eles escutaram em silêncio as constantes queixas. Alheio a sua velocidade, Jack disse com um grande sorriso.

— Se vocês não tivessem aparecido, eles teriam me batido de novo. Obrigado.

—….

Todos continuaram em silêncio. O garoto estava totalmente equivocado, mas não se atreveram a falar. ‘Viemos para fazer o mesmo com você.’

— Ah, bem, quer dizer — Josh, que estava esperando pacientemente, enxergou a atmosfera e tossiu — De qualquer forma, eu entendo. Fico feliz que tenhamos te ajudado com… Estamos um pouco ocupados agora.

— Você é o irmão da Emma, certo?

Josh, que estava prestes a se virar e ir embora, hesitou quando escutou repentinamente o nome de sua irmã e voltou a olhá-lo. O magricela continuou apaixonadamente com o rosto corado e brilho nos olhos.

— Sabia que você era famoso. Além disso, alguém como você me ajudando assim… muito obrigado, nunca vou esquecer.

— Eh, eh… sim.

Josh não era o único que estava envergonhado. Todos os membros do grupo que vieram muito animados para pegá-lo pelo colarinho, ficaram sem palavras e se olharam entre si. ‘Como se fôssemos fazer algo depois disso.’

Foi Josh que teve que chegar a uma conclusão. Engoliu em seco e abriu a boca com dificuldade.

— Bom, então… a gente se vê por aí.

— Josh.

Ed entrou em pânico e chamou seu nome, mas Josh piscou para ele como se tudo estivesse resolvido. Inevitavelmente, eles entraram no carro de Josh.

— Tchau, obrigado.

Atrás deles saírem, o menino falou mais uma vez, depois de alguns gestos, Josh ligou o carro em silêncio. Eles não falaram nada por um tempo.

Ed, que estava sentado no banco do passageiro, agarrou a cabeça e gemeu. Os garotos do assento de trás permaneceram em silêncio. Suspiros e gemidos vinham daqui e ali, mas isso foi tudo. Josh estava atordoado com o final sem sentido, mas não conseguia pensar em mais nada. No fim, só pode dizer uma coisa.

— Vamos fazer algo na próxima vez.

‘Pode ser que Emma mude de opinião.’

Pensando interiormente, continuou dirigindo.

Assim que dirigiu para casa depois de deixá-los em casa um por um, já era quase meia noite.

Estou cansado…

Se sentia tão exausto que queria desmaiar. ‘Alguma vez já fiquei tão exausto? Mesmo jogando em tempo integral não me canso assim. Digamos que é mentalmente, mas, por que meu corpo parece tão pesado.’

Quando saiu do banho, ficou na cama de roupa íntima. ‘Acho que estou com febre. Vou ter que tomar remédio antes de ir para cama? Não, assim está bom. É só fadiga. Não quero mover um dedo.’ Josh fechou os olhos e logo caiu em sono profundo.

***

Foi na tarde seguinte que Emma abriu a porta e entrou com um espírito feroz. Era fim de semana, então Josh ficou na cama até o meio-dia.

‘Tenho que ligar para Rita.’

‘É fim de semana, então vou poder passar meu tempo com ela.’

Pensou em sua namorada, mas continuava se sentindo pesado. Pensava que iria melhorar depois de uma noite de sono, mas o langor e a resistência que pesavam por todo seu corpo não iam embora. Sentia que sua febre estava subindo e lhe faltava ar de vez em quando. O dia anterior foi impactante de alguma forma, mas era estranho passar um dia inteiro assim.

‘Acumulei muito stress?’

Pensando que o stress estava muito elevado, Josh continuou na cama, sentindo um cansaço que nunca havia sentido. De repente, sentiu sua boca ficando seca.

‘Preciso beber água…’

Irritado, ele enterrou o rosto no travesseiro novamente. Pareceu ouvir passos que subiam as escadas de fora do quarto que, pouco a pouco, foram se aproximando. No entanto, eles logo pararam na frente do quarto de Josh, seguido do som da porta.

— Josh, sai daí agora!

Emma, que gritava com emoção, viu Josh deitado na cama e entrou sem hesitar.

— Acorda, você me deve um pedido de desculpas.

— Eu não acho.

Josh murmurou e se virou. Mas era Emma que havia passado dos limites e entrou no quarto de Josh em primeiro lugar.

— Você se encontrou com o Jack, não é verdade? Com aqueles trogloditas! Me diga, o que você fez com o Jack?

— Ahh.

Talvez por causa da febre, sua cabeça doía e ele estava fora de si, e Emma continuava gritando. Sentindo dor nos ouvidos, Josh murmurou com os olhos semicerrados.

— Eu não fiz nada. O ajudei porque ele estava sendo agredido. Nós o salvamos.

— Sério?

Emma, que falava com sarcasmo, mudou imediatamente sua expressão e rangeu os dentes com força.

— Não me faça rir, não dá para levantar agora? Vamos acabar de vez com isso hoje, porque está me incomodando você ficar se metendo em tudo sempre. Seu demônio maldito do inferno!

Emma puxou o lençol de Josh de forma violenta, soltando todas as palavras que esteve segurando. Josh, que estava enrolado no lençol, nem sequer se moveu.

— Argh!.

Um corpo forte, musculoso e com pouca gordura corporal apareceu na vista de Emma nesse instante. Nesse momento, Emma desviou o olhar e gritou.

— Pervertido! Por que você está pelado? Mamãe, Josh está pelado!

Era irritante e exaustivo, mas não podia deixar passar. Josh se virou para o lado em um acesso de raiva.

— Quem entrou no quarto de outra pessoa para fazer uma cena? Não posso nem ficar pelado no meu próprio quarto? Hein?

Foi bom gritar, mas logo ficou tonto. Josh se aconchegou novamente debaixo das cobertas. Emma, que demorou para perceber que seu estado não era muito bom, olhou e disse:

— O que foi? Está doente?

Lhe perguntou cuidadosamente depois de confirmar que estava usando cueca, Josh esbravejou novamente.

— Estou com frio, soma daqui! Você já está me deixando puto.

— Tá bom…

Emma perdeu o ímpeto com a reação incomum de Josh. Não pode pressioná-lo mais ao ver o estado confuso em que ele estava, mesmo que soubesse que não teria outra oportunidade de perguntar, se não agora. Josh sempre foi muito saudável desde que nasceu, raramente tem um resfriado como as outras pessoas, e mesmo que tivesse uma febre terrível, se recuperava em um dia.

Emma pensou que dessa vez também não duraria muito, mas algo não parecia certo. Vendo seu rosto corado ou o que ele mesmo disse, parecia estar resfriado, mas não tossia nem sentia calafrios.

Mais uma vez antes de sair, Josh se deitou na cama e se aconchegou. Josh, de costas, levantou o dedo do meio em vez de responder. Como se estivesse mandando ela sair dali. Emma estava furiosa, mas decidiu engolir a ira e descer.

O cheiro desapareceu quando ela saiu do quarto de Josh. Como era de se esperar, o cheiro de Josh era diferente.

‘Nunca senti um cheiro como esse.’

Emma continuou descendo as escadas enquanto pensava no que tinha acabado de acontecer. O aroma fresco e refrescante fez seu coração palpitar sem parar. Emma, que viveu na Califórnia desde que nasceu, só pode presenciar o frio da parte leste do país, mas imaginou que poderia ser a brisa de primavera depois do inverno.

‘Vou perguntar que perfume é esse quando passar o resfriado.’

Decidida, Emma se sentou no sofá da sala para assistir TV.

***

O estado de Josh, que ele pensou que melhoraria em um dia, não melhorou mesmo alguns dias depois.

No fim da semana, sua mãe e Emma só aceitaram de vez que a situação era grave. Agora Josh não reagia, não importa quantas vezes o chamem, só emitia um som que não se sabia se estava falando enquanto dormia ou se apenas gemia.

Curiosamente, não mostrava sinais de sofrimento, nem suor frio e nem dor. Apenas uma febre contínua, que havia deixado seu corpo vermelho.

— Vou falar para ele tomar um descanso da escola, e logo o levarei para o hospital… Oh, claro. Tenho que marcar uma consulta.

Emma também se sentiu incomodada ao ver sua mãe murmurar com ansiedade. De repente, ela se lembrou de seu pai, que havia sido enterrado em seu coração. Como Josh, ele era saudável o suficiente para não sofrer com uma doença pequena, mas um dia simplesmente desmaiou e morreu.

‘Se isso acontecer com Josh.’

Emma estava com tanto medo que não conseguia dormir. Pensava que poderia fazer qualquer coisa para recuperar a saúde de Josh. Quer ele estivesse tentando arruinar seu relacionamento de novo ou não. Pelo contrário, pensava inclusive que seria bom se ele o fizesse no futuro.

A família, que mal havia se recuperado, voltou a ficar em silêncio, e Josh não acordou. Seu cheiro agora se espalhava suavemente pela casa, mesmo com a porta fechada.

***

Naquele dia, sua mãe e Emma tiveram uma conversa séria enquanto comiam o café da manhã. Era sobre como levar Josh ao hospital. Conseguiram marcar uma consulta, mas não podiam chamar uma ambulância, e a única forma de levar Josh ao hospital era de carro.

O problema é que Josh era muito grande.

‘Esse gorila’, pensou Emma, em um ataque de ira. Além disso, Josh era o líder dos gorilas. Pelo que ela sabia, seu irmão media quase dois metros e pesava uns 90 quilos. ‘Ele passou uns dias sem comer nem beber, então deve ter perdido um pouco do físico, mas não vai servir de muito.’

Em momentos como esse, os gorilas precisam se unir.

Pelo menos Josh era magro em comparação aos seus companheiros do time de futebol. Emma, que se lembrou do tamanho e altura dos outros garotos, julgou que havia chegado a hora de usar os grandões.

— Vou tentar entrar em contato.

Emma, que assim declarou, subiu as escadas e se dirigiu ao quarto de Josh. Quando abriu a porta e entrou, sentiu que o cheiro, que estava ainda mais forte, se estendia por toda a casa.

‘Como era de se esperar, Josh cheira bem.’

Emma entrou pensando nisso. Josh continuava dormindo, como sempre, parecia tranquilo e despreocupado.

‘Ele perdeu peso?’

Foi quando Emma, que estava olhando seu rosto, inclinou a cabeça, sentindo pena.

‘…Eh?’

De repente, hesitou ao se lembrar de um fato que havia esquecido.

‘Não, espera um segundo. Isso não pode estar acontecendo…’

Era impossível, não importa quantas vezes pensasse. Mas este sintoma era como o que havia aprendido na escola. Acima de tudo, esse aroma refrescante e meloso flutuando em torno de Josh era a prova.

‘É claro.’

— Uh… Mãe!

Emma, envergonhada, deu um passo para trás e apressadamente saiu correndo do quarto. O som de batidas passou a ser ouvido e o som dos passos apressados logo desapareceu.

***

Nesse momento, sua mãe estava colocando uma carta em sua caixa de correio. Ia tirar um dia de folga do trabalho para ir ao hospital. Enquanto suspirava e se preocupava com Josh, uma vizinha que estava regando o gramado falou com ela.

— Ah, olá. Bom dia

A mãe se obrigou a sorrir para a vizinha.

— Bom dia.

A vizinha, que não tinha ideia dos problemas de sua mãe, continuou tagarelando sobre coisas inúteis. Dizendo que tinha muitos pensamentos sobre a cultivação de rosas, a criação de cães e gatos, e que não entende qual é o problema de seus maridos fazerem os afazeres domésticos também.

Criticando animadamente o marido, ela se calou tardiamente. A mãe fez vista grossa para verificar o endereço de correspondência novamente. A vizinha tossiu apressadamente e mudou de assunto.

— Como tem passado? Não está mais ocupada tentando prestar atenção em tudo, certo? Você tem dois filhos que estão começando a vida agora.

— Ah, sim. Com certeza.

A vizinha, que não estava ciente do estado de Josh, continuou falando casualmente.

— Esse é o momento mais delicado. Eles continuam agindo como crianças mesmo quando crescidos, especialmente em momentos como esse. Igual meu filho.

— Sim…

‘Está falando da puberdade?’

A mãe adivinhou com dificuldade e deu uma resposta pela metade. Pensou que devia inventar uma desculpa para entrar em casa, mas sua vizinha riu e negou com a cabeça.

— Se tiver alguma pergunta, não hesite em entrar em contato comigo. Também posso te dar os artigos que precisei. Supressores, retardantes, coisas do tipo. Tenho tudo em casa.

— O quê?!

A mãe piscou perplexa diante das palavras inesperadas. A vizinha entendeu errado sua resposta e queria fazê-la se sentir como se estivesse tudo bem.

— Você tem que comprar muitas coisas. Tem muitas coisas que você precisa cuidar depois da manifestação. Pode me procurar quando quiser, temos que ajudar umas às outras com coisas assim.

— Manifestação?

— Mãe!

Bem a tempo Emma saiu correndo de casa gritando. Os olhos da vizinha e da mãe se voltaram para ela ao mesmo tempo, e Emma se apressou em dizer.

— Josh não está doente. Ele não está assim porque está doente.

— Manifestação?— murmurou a mãe. Emma fez uma pausa e ficou parada, logo assentindo lentamente.

— Acho que sim.

Ao final das palavras de Emma, todos ficaram em silêncio. A mãe arregalou os olhos como se estivesse surpresa, e a vizinha as olhou alternadamente. Emma respirou fundo e esperou a mãe reagir.

***

— Deve ser.

A vizinha, que entrou na casa a convite da mãe, entrou na sala e se sentaram juntas na mesa de chá.

— É uma expressão. Com a minha filha foi assim. Esta fragrância é o cheiro de um ômega, e o cheiro é especialmente mais forte durante o primeiro ciclo de um ômega. O cheiro de feromônios dura mais que o ciclo de calor. O cheiro dos feromônios de Josh se estendeu por toda minha casa, então pensei que algum de seus filhos tinha se expressado. Eu pensei que você soubesse, já sentiu esse cheiro antes? Bom, ser ômega ou alfa não é tão comum. — Ela acrescentou com um sorriso, tendo chegado a sua própria conclusão. — Mas Josh é um ômega, oque é surpreendente. Pensei que definitivamente seria significativo se ele pudesse se expressar. Pensei que seria Emma que se manifestaria como ômega. Se Josh acabasse sendo um alfa, realmente ficaria bem com a minha filha…

Enquanto falava, sua voz foi se apagando pouco a pouco e logo estava tomando o chá com uma expressão tristonha. Emma e sua mãe se encararam em silêncio, e então voltaram sua atenção para ela. Esperando a vizinha largar a xícara de chá, a mãe disse.

— Tem certeza? Então o que temos que fazer agora é…

— Nada. — Continuou a dizer conclusivamente. — Minha filha ficou uns três dias doente, e eu ouvi que leva entre uma semana e dez dias. Não significa que tenha algum problema com seu corpo, mas sua avó era uma ômega… Em sua família a maioria são betas.

— Sim.

A mãe assentiu e esperou as próximas palavras. A vizinha forneceu a informação com toda a seriedade que o que ela sabia permitia.

— O médico que atendeu minha filha disse que quanto mais fraco for o cheiro, maior o período de expressão. Claro, haverão exceções, mas geralmente é assim, além de não causar nenhum problema físico. No entanto, o cheiro pode ser fraco porque o ciclo não é consistente, mas não importa exatamente. Pode ser controlado depois de tomar o medicamento. Mesmo que não seja por esse motivo, ele tem que tomar o remédio regularmente para o ciclo de calor de qualquer forma, se tomar essas precauções nada vai mudar.

Sua mãe se sentiu visivelmente aliviada ao ouvir isso. A vizinha sorriu tranquilizadora e disse mais algumas palavras antes de voltar para casa. Ela também não esqueceu de compartilhar os supressores que tinha em casa.

— Será melhor que veja um médico logo. Dependendo de sua constituição, ele pode receber alguns conselhos.

Após a última petição, sua mãe se afastou dela. A expressão da mãe, que voltou para casa, parecia muito mais relaxada. O mesmo valia para Emma,

— Mas é claro, Josh não pode ficar doente.

A mãe se limitou a rir de sua filha, que resmungou mais agudamente do que de costume. Era quase tarde, então a mãe ligou para a escola para informar a situação de Josh e pedir compreensão por sua longa ausência. Desligou depois de decidir apresentar um atestado médico.

Whoo!

Sentindo como se o cansaço de vários dias tivesse desaparecido debaixo de seus pés, a mãe se recostou no sofá e fechou os olhos. Resta apenas esperar que Josh acorde. O sutil aroma que a manteve no limite por todo esse tempo, a tranquilizou pela primeira vez. Só havia uma coisa que ela queria. Era Josh voltando com um filho depois de se expressar com segurança.

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Continua….

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Tradução: Cherry

Revisão: Rize