Ler Beije-me se puder – Capítulo 100 – Extra 02 Online

Modo Claro

 

Faz alguns dias, sua mãe estava ocupada limpando a garagem. Foi depois de anos repetindo a mesma rotina, como se sua mãe, que se tornara apática após a morte repentina de seu pai, tivesse desistido de tudo. Emma e Josh, é claro, estenderam seus braços e lhe deram um abraço caloroso.

O tempo necessário para superar a perda de alguém varia de pessoa para pessoa. A mãe de Josh foi a que mais precisou de tempo na família. Josh tem certeza disso. Emma e ele tinham perdido o pai, mas ela perdeu seu companheiro que se comprometeu a estar com ela pelo resto de sua vida. Então, não tinham outra escolha além de esperar. E, um dia, sua mãe finalmente decidiu voltar a viver. Uma vida sem seu pai.

‘O resto de nós tem que seguir vivendo de algum jeito.’

* * *

— O carro de seu pai é seu.

Na manhã em que decidiu fazer uma venda de garagem, deu as chaves a Josh.

— Dirija com cuidado, não vá muito rápido.

— Claro. Obrigado, mãe!

Josh não pôde conter sua alegria e a beijou na bochecha. Sua mãe deu à Emma seus preciosos brincos. Foi um presente que seu pai deu à ela em vida.

Depois, começaram a retirar todo o que haviam acumulado, incluindo os pertences de seu pai. Quando colocaram as coisas na frente da casa, os vizinhos saíram um a um e olharam em volta. A velha máquina de costura e a caixa de jóias de sua mãe eram bem úteis e chamativas, então as exibiram deliberadamente na parte da frente.

— Josh, a mamãe também quer tirar isso.

Quando escutou o grito de Emma, dirigiu seu olhar à ela enquanto apontava para uma churrasqueira que havia sido deixada no quintal. De vez em quando, quando seu pai fazia churrasco, sua família se juntava lá para jantar, onde seu pai assava a carne, com uma cerveja em uma mão e a pinça na outra. Nunca mais foi usada desde que ele morreu.

Depois de ficar atordoado por um momento, Josh rapidamente caiu em si e deu uma rápida olhada na grelha.

Graças ao costume de seu pai de sempre limpá-la depois de usar, a grelha estava em boas condições e pronta para assar carne. Depois de comprovar se a parte elétrica estava funcionando corretamente, voltou para a frente da garagem com a churrasqueira.

Enquanto isso, ele pode ver algumas pessoas bisbilhotando uma fileira de coisas. Mas isso era tudo. Logo se foram, e Emma, que estava muito nervosa buscando uma oportunidade de vender algo, também deu de ombros em decepção.

— Não se esforce demais.

Pretendia aliviar a tensão, mas Emma tinha uma opinião diferente. Sua irmã logo estava olhando para ele com uma expressão rancorosa.

— Vou vender tudo e pagar a fatura de água e luz desse mês. Tem ideia do quanto estamos apertados agora? Você não faz nada além de sair para se divertir o tempo todo.

— Isso já é demais, não acha?

Josh levantou as mãos e voltou a baixá-las, mas a reação de Emma não mudou muito. Na verdade, ele não podia negar que ultimamente estava se divertindo com inúteis até tarde porque não gostava da atmosfera escura de casa. Durante um tempo, levou os objetos sem dizer uma palavra, e concentrou-se em organizar as coisas após as instruções de Emma.

— Aonde pensa que vai?

Estava quase se retirando porque pensou que tinha terminado de organizar, mas Emma, que percebeu rapidamente, o surpreendeu com uma voz aguda. Então Josh disse.

— Vou fazer um test drive no carro. — Josh sorriu enquanto levantava a chave do carro que havia recebido de sua mãe. — Faz tempo que não é usado, então vou ver se funciona. Posso?

Neste momento, não havia ninguém que pudesse deixar de rir ao ouvir Josh dizer isso. Mas sua irmã foi uma exceção. Ela cerrou os dentes e os olhos, olhando para ele de forma aterrorizante.

— Está indo aonde? Cala a boca e vem aqui.

— Oh, Emma.

— Não, pode voltar agora mesmo. — A expressão de sua irmã era mais assustadora que nunca. No final, Josh se viu obrigado a encolher os ombros e dar a volta como havia sido mandado. — Fique aqui, os convidados já vão chegar.

— De onde eles vem?

Quando ela olhou ao redor do bairro vazio, onde não se via nenhuma sombra humana, Emma pegou seu celular e ligou para alguém. Depois de alguns segundos, ela abaixou a voz e falou suavemente.

— Sim, Alyssa. O que você está fazendo? Não, no momento está em promoção. Viu o que eu publiquei na minha conta? Sim, por que você não vem dar uma olhada? Oh, não, eu me encarrego de organizar as coisas e Josh fica a cargo das vendas. Sim, se tiver alguma pergunta, pode perguntar ao Josh. Sim, tchau.

Desligando rapidamente, Emma se virou e encarou Josh.

— Você publicou? Eu te falei para anunciar na sua conta.

Havia escutado isso faz uns dias. Josh, é claro, ignorou. Mas agora não tinha desculpas para evitá-lo.

— Não dá pra evitar, mas…

— Sim, exatamente —, incluiu Emma, que olhou para seu irmão soltando o final de sua sentença — poste agora. Como vou conseguir vender tudo isso sem propaganda.

Os olhos de sua irmã estavam abertos e eram muito imponentes, por mais que parecesse decidida. ‘É melhor eu postar, minha mãe está motivada pela primeira vez em muito tempo.’ Josh postou em sua conta sem dizer uma palavra, como Emma lhe havia dito.

Se tratava de tirar uma foto de um item qualquer e escrever que está em oferta.

— Me dê.

Emma nem sequer pediu, tampouco se interessou muito por o que teria em sua conta. Claro, Josh ficou hesitante em mostrar sua conta. Então, Emma, que não tinha como confirmar se ele realmente tinha postado, sem vacilar, tomou o celular de Josh. Escaneando rapidamente suas mensagens, murmurou — Tanto faz —, e devolveu o aparelho.

Tampouco se esqueceu de comprovar o número de comentários e posts publicados sem dirigir um olhar a Josh.

— Quando eu iria poder comprovar, se não agora?

Emma olhou para Josh, murmurando, e logo virou a cabeça. “Embora seja o quarterback mais popular da escola, não é mais que um vândalo que de tímido não tem nada.” Por sorte, Josh não ouviu Emma falando sozinha porque estava respondendo o comentário de um amigo.

Depois de um tempo, Emma, já revigorada, tirou a tampa da caneta, e logo começou a revisar o preço dos produtos. Josh abriu muito os olhos, surpreso ao ver ela duplicado o valor dos produtos uns até cinco vezes mais.

— Emma, o que você está fazendo? Não quer vender nada?

Mas Emma se atreveu a aumentar 300 dólares na churrasqueira. Emma ergueu o queixo orgulhosamente para Josh, que apontou para o preço com a boca aberta como se não soubesse o que estava acontecendo.

— É a churrasqueira em que papai dedicou muito de seu tempo. Está limpa como nova, além disso, tem o toque do papai nela.

— Parece nova, mas não é. Não é como se tivesse sido usada por Marilyn Monroe.

Quando Josh reagiu negativamente, Emma o fuzilou com o olhar, agitando sua caneta colorida.

— A base das vendas é a confiança depositada que nos deixa dispostos a comprar mesmo a um preço excessivo. O marketing consiste em tirar dinheiro da carteira, mesmo que esteja claramente consciente de que não vale tudo isso.

— Que merda você está dizendo?

Josh, claramente irritado, cuspiu um linguajar abusivo, mas Emma se virou emocionada. Josh encarou as costas de sua irmã e voltou a gritar — Ei! — com um rosto distorcido. Emma, que havia pego um vaso de cerâmica inútil de dentro da casa, acrescentou, colocando-a sobre a mesa.

— E a decoração é o que mais influencia nas vendas. É uma psicologia que faz os compradores estarem dispostos a comprar tralhas bonitas.

Tagarelando sobre sua ridícula filosofia de merda, ela escreveu audaciosamente “20 dólares’’ em um vaso de cerâmica barato com formas pouco claras, e ordenou que Josh ficasse perto dele.

— Fica ali.

Josh ficou mais uma vez boquiaberto quando sua irmã jogou seu cabelos para trás da orelha.

— O que é isso? Tudo isso é realmente…

Bravejou bruscamente pela nuca de sua irmã, mas isso foi tudo. Josh resmungou e foi até o vaso de cerâmica barata como Emma lhe disse.

‘Quem diabos compraria essa tralha por vinte dólares?’

Foi quando franziu as sobrancelhas dizendo.

— Não acho que ninguém vá comprar por mais de dois dólares.

— Uau.

Quando voltou a falar com cautela, apareceu uma menina que se lembrava de ter visto em algum lugar. Josh, que se lembrou brevemente, logo se deu conta. Era uma menina que morava em uma casa de tijolos vermelhos na entrada do bairro. Uma estudante da escola secundária da mesma sala de Emma.

Deveria ser amigável.

— Olá.

Quando Josh cumprimentou com seu sorriso habitual, a menina rapidamente corou e ficou sem palavras. Diante de sua aparente timidez, Josh pensou que deveria continuar a conversa. Nunca havia tido a experiência de ser incapaz de falar por seu coração ter acelerado ao lidar com uma mulher. Dessa vez, novamente, continuou falando com habilidade.

— Olhe ao redor para ver se você se interessa em algo, me pergunte se tiver dúvidas.

No entanto, eram apenas um monte de palavras. O vaso de cerâmica é um vaso de cerâmica, a churrasqueira é uma churrasqueira. Não há nada a se explicar. Além disso, não há uma grande história por trás de cada objeto. Porque a família de Josh não tinha uma história tão grandiosa, era só uma família comum.

Mas, depois de escutar algumas explicações pouco convincentes de Josh, ela inesperadamente comprou o vaso de cerâmica de 20 dólares, sem pechinchar um centavo. Ela até mesmo se virou e acrescentou algumas palavras:

— Voltarei depois.

— Sim, obrigado.

Quando disse isso, a menina sorriu, ficando mais vermelha, e então saindo. Sentindo-se relutante em continuar fazendo isso, ele olhou para a nota em sua mão e, de repente, uma outra mão a puxou.

Emma abriu a boca ao ver que Josh baixou seu olhar, mal parando sua mão, que quase a golpeou por reflexo.

— Viu? Eu tenho razão, não tenho? A decoração beneficia as vendas.

Ela então colocou Josh perto da mesa de chá, que dessa vez valia 50 dólares. Momentos depois foi vendida por 100 dólares com um conjunto de cadeiras.

***

— Ei, Josh, o que é tudo isso?

Tommy, que veio ver o que o capitão e quarterback de sua equipe havia postado, olhou a sua volta com uma expressão surpresa. Diante da garagem onde Josh estava se acumularam tanto mulheres quanto coisas. A maioria eram garotas de sua idade, algumas aparentavam ser mais velhas.

— Josh, você usava isso?

A linda ruiva que perguntou com uma voz doce era a rainha do baile que se graduou ano passado. Era tão popular que todo mundo no campus a conhecia, e circulavam rumores de que esteve saindo com Josh por um tempo. Claro, só duas pessoas sabiam a verdade. Tommy os viu sorrir enquanto estavam frente a frente, se olhando com entusiasmo. Enquanto apontava para um objeto em cima da bancada. Era o que Josh usava com seu pai, e não havia usado desde que ele se fora. Josh sorriu e se sentou em um banco com as pernas separadas, olhando-a.

— Eu não era o único que usava.

Não estava mentindo. A menina se inclinou e sussurrou sedutoramente, fazendo com que exclamações viessem de todas as partes.

— Poderia me mostrar como usá-lo? Nem mesmo sei como se usa… realmente gostaria de averiguar.

Com um suspiro entre suas intenções, sorriu com curiosidade. Josh riu em silêncio e sussurrou.

— Temo que eu não esteja incluído na venda.

— Oh.

Ela parecia estar decepcionada e soltou uma exclamação baixa, mas isso não significa que tenha se rendido. Ela acrescentou que pagaria mais pela entrega.

— Não posso comprar, mas posso alugar, certo? Estarei esperando.

A menina perguntou, mas Josh não respondeu.

Desde então, todo o tipo de tralha foi vendida a preços absurdos. O xilofone que Josh usava quando era pequeno, a decoração de parede que nunca usaram. Pelo menos o tapete era novo, mas tinha um desenho tão estranho que não queria nem de graça.

Sinto muito, mas sua família, incluindo o pai de Josh, não tinham muito bom gosto. Tommy, que não conseguia entender porque ele tinha essas coisas em casa, arregalou os olhos quando viu que tinham um cortador de gramas sendo usado para traçar linhas no quintal.

— Ei, como você pode ter uma coisa dessas em sua casa.

Surpreso, Josh se virou para Tommy e inclinou a cabeça.

— Bem, eu não faço ideia.

Era uma boa história para recordar de seu pai, que costumava comprar todo tipo de coisa e amontoa-las em casa durante sua vida. Não pensou que compraria uma coisa tão estranha. Então o cortador de grama passou de sua casa para as mãos de Tommy. Tommy é um running back do mesmo time de futebol de Josh, então ele diminuiu o preço em 5 dólares, já que era um colega, Josh pensou que não seria muito diferente comprar um novo na internet. Na verdade, quando viu algo que estava apodrecendo na garagem, pensou que poderia vender.

— Não prefere arrumar um trabalho de meio período?

Josh ganharia muito mais dinheiro. Mas ele sacudiu a cabeça diante da sugestão de Tommy.

— Não dá, ainda sou menor de idade.

Era provável que se tornaria um problema quando entrasse em uma universidade, devido aos registros inúteis que faziam. É justo dizer que Tommy concordou de imediato. Depois de se despedir de Tommy, Josh se dedicou a vender coisas de novo. Cada vez mais pessoas chegavam.

 

* * *

 

A venda de garagem, que começou pela manhã, alcançou seu ápice ao meio-dia. Não só os vizinhos, mas também os outros alunos da escola pareciam ter vindo se divertir. Os jovens, que arrastavam seus pais, compravam coisas muito caras, e os que vinham sozinhos não saiam de mãos vazias. Todos se apressaram em perguntar a Josh sobre a história das coisas e as compraram uma por uma, lhes dando um grande significado. Mesmo que a história da família de classe média fosse mais curta que a história dos Estados Unidos, aos poucos se emocionavam com a pequena narrativa, pagavam pelo objeto, pediam a Josh que apertasse suas mãos e iam embora na velocidade da luz.

Como o número de pessoas aumentava, Emma não perdeu a oportunidade e dessa vez serviu biscoitos e limonada. É claro, os objetos eram ridiculamente caros, mas todo mundo comprou sem reclamar. Josh estava em pé na frente da barraca.

— Já acabou.

Desviando o olhar de Emma, que entrava emocionada em casa, Josh deixou a mesa vazia e se dirigiu a um homem de meia idade que o procurava. Ele estava olhando a churrasqueira em questão, enquanto a examinava cuidadosamente.

— Bom, não está um pouco caro? Vi uma dessas sendo vendida no mercado 50 dólares mais barata.

O homem, que falava com cara de poucos amigos, era pai de Alyssa, com quem Emma tinha falado. Havia escutado essas queixas de vez em quando, mas antes que Josh pudesse dizer algo, sua filha se apressou e gritou com seu pai. Alyssa deu um passo à frente e o repreendeu.

— Papai, isso tem uma história e família. Você não entenderia.

Enquanto Josh olhava com um sorriso irônico, Alyssa sorriu envergonhada, seu pai olhou a churrasqueira com um rosto apático e perguntou.

— Creio que está em bom estado… Tem certeza de que quer isso, Alyssa?

Depois de verificar as intenções de sua filha mais uma vez, negou com a cabeça, incapaz de entender os corações dos jovens apaixonados. Josh murmurou o preço e o pai pagou. Alyssa falou com Josh, deixando de lado o pai que foi carregar a nova churrasqueira para seu carro depois de dizer que já tinha três em casa.

— Diga à Emma que eu agradeço por entrar em contato comigo primeiro, Josh. Vamos fazer um churrasco na minha casa na próxima semana, você vem?

De repente Josh se deu conta. Como Emma foi capaz de escrever o preço da churrasqueira com tanta confiança.

‘Como se atreve a vender seu irmão?’

Queria encontrá-la para tirar satisfação, mas não podia envergonhar sua irmã na frente da amiga. Em vez disso, Josh assentiu com um sorriso casual.

— Certo, obrigado pelo convite.

— De nada.

Alyssa se despediu com uma expressão acalorada e se afastou olhando para trás várias vezes. Enquanto Josh, que observou quando Alyssa se sentou no banco de passageiro e lhe fez um gesto com a mão, desaparecendo então de sua vista, ele se virou procurando Emma. Depois de um momento, o sorriso amigável que permaneceu em seu rosto o dia todo, desapareceu.

‘Eu vou te matar, Emma.’

— Josh, eu quero isso.

— Oh, sinto muito. Espera um pouco.

Outra voz se dirigiu a Josh, que levantou uma mão com um sorriso no rosto.

— Josh, aonde você vai?

— Josh!.

— Josh, tenho uma pergunta!

Josh, que entrou em casa pedindo compreensão ao ouvir as vozes o chamarem por toda a parte, encontrou sua mãe na cozinha.

— Cadê a Emma?

Sua mãe, que estava tirando os biscoitos do forno, inclinou a cabeça e disse:

— Precisa de uma mãozinha?

Josh, que olhou ao seu redor em vez de responder, voltou a sair sem dizer uma palavra.

‘Não me diga que você me deixou sozinho nisso e caiu fora.’

Quando estava prestes a se virar, viu uma sombra na parede que levava à casa de seu vizinho. Assim que franziu a testa, alguém agarrou seu ombro. Ao se virar imediatamente, viu que era Ed, um companheiro de equipe de futebol.

— O que faz aqui?

— Por que veio aqui?

Diante da pergunta de Josh, Ed inclinou a cabeça para trás. As irmãs de Ed estavam vendo as coisas da venda de garagem. Sorriram alegremente e cumprimentaram quando os olhos de Josh encontraram os seus. Ed suspirou e resmungou.

— Faz tempo que não tenho um dia livre. Me trate bem, tá?

Aparentemente forçado, balançou a cabeça entediado e olhou curiosamente ao redor.

— Cadê a Emma? Só você está aqui?

— Também queria saber.

Josh ignorou sutilmente as irmãs de seu amigo o observando. O principal era encontrar Emma. Josh deu outro passo e caminhou até a parede. Quanto mais se aproximava, mais clara a sombra ficava, e logo Josh se deu conta de que haviam duas pessoas ali.

— Uh.

— Shh.

Josh interrompeu Ed, que estava prestes a dizer algo, e fez sinal para ele calar a boca. Ed assentiu e se inclinou por trás dele, cuidadosamente. Espreitando com a cabeça, era Emma, como esperado, a que estava na parede. O importante era quem era seu acompanhante.

— Huh.

Josh emitiu um som suave sem perceber. De pé em frente a Emma havia um estudante modelo, usando um grande óculos preto com montagem grossa, mais ou menos da mesma altura de Emma e tão desengonçado e magro que tudo o que ele parecia ter eram músculos internos. Ele começou a pensar nas pessoas que conhecia do ensino fundamental e médio.

‘Conheço a maioria dos rostos da escola, e nunca vi ele antes. Não me diga que é um estudante transferido.’

Mas o que deixou Josh ainda mais puto foi a atitude de Emma em relação a ele. Seu leve sorriso enquanto evitava contato visual e sussurrava em voz baixa era bastante familiar para Josh. Todas as meninas que se apaixonavam por ele se declaravam do mesmo jeito. Logo, a voz de Emma chegou aos ouvidos de Josh, observando.

— Obrigada por vir, não estava esperando… digo, estava um pouco.

‘Deus.’

Josh enterrou o rosto nas mãos e conseguiu conter um som que parecia fogo latente vindo do fundo de sua garganta. A expressão de Emma dizia: “Não consigo parar!’’, enquanto Josh segurava um grito que estava prestes a sair de sua boca.

— Bom, por isso, se tiver tempo, por que não vamos ao cinema no próximo fim de semana?

‘Por que está convidando ele para sair?’

Ed rapidamente agarrou Josh, que estava a ponto de sair correndo com os punhos cerrados. Josh conseguiu conter sua raiva quando se deu conta do que estava prestes a fazer.

Esperando silenciosamente sua resposta, o fracote que havia hesitado um pouco, falou.

— Tenho que ir à igreja esse fim de semana…

 

‘Agora você está dando um fora na Emma? Minha irmã?’

 

— Josh! — Ed, segurando Josh novamente com a respiração suspensa, se apressou em persuadi-lo. — O quão constrangedor seria para a sua irmã se você aparecesse agora?

Estava irritado, mas era verdade. De novo, Josh não teve escolha além de suportar. Enquanto Emma continuou tentando.

— Não tem o que fazer então, pode ir. Não se sinta muito pressionado, é só que eu sou grata por você ter me ajudado com o meu dever de casa da última vez. Bom, se não se importar, por que não me ajuda com um problema de matemática da próxima vez? É tão difícil…

‘Como se atreve a pedir para ele te ensinar matemática quando eu estou aqui?’

Foi um absurdo para Josh, que tinha até mesmo estado em torneios, Ed permaneceu junto a Josh, que estava recuperando o fôlego tentando conter o que queria fazer no momento.

Os olhava com impaciência. O fracote voltou a dizer.

— Não tem problema, mas estou muito ocupado. Meu tutor vem três dias por semana. Vou ver se consigo encaixar na minha agenda.

— Claro que sim! Obrigada, Jack. Vou recompensá-lo.

Não aguentava deixar mais tempo passar. Josh imediatamente saiu correndo na direção de onde veio, agarrando sua fúria interior, em vez de agarrá-lo pela garganta.

Ele voltou para a frente da casa e deu um soco na parede da garagem, mas sua raiva não cessou. Ed surgiu ao lado de Josh.

— Ei, sua irmã tem uns gostos estranhos… isso já aconteceu uma ou duas vezes…

O que ele disse com lástima o deixou mais irritado. Quando Josh o olhou com uma expressão de raiva, Ed logo se deu conta e evitou contato visual.

— Não, é só que como sua irmã tem um gosto tão diferente. Só estou curioso.

 

— Cala a boca, Ed.

 

Josh bravejou. Ed coçou a cabeça e correu até suas irmãs, que o estavam esperando.

 

Depois de várias respirações profundas, Josh conseguiu reviver seu sorriso amigável e voltou ao seu lugar. Ed tem razão. Mesmo que tenha ameaçado seus amigos para não ousar olhar para sua irmã nem por um segundo, pensou que seria melhor que ela saísse com alguém do time de futebol em vez de vê-la perseguindo um esquisito tão ridiculo.

 

Não ele, aliás.

 

Como se atreve a rejeitar a Emma? Quanto mais pensava nisso, mais se irritava. O problema era que Emma tinha se apaixonado por um desses caras esquisitos, e isso havia feito Josh se enfurecer ainda mais. Depois de vender a mercadoria para as pessoas que estavam esperando, ele agarrou Ed de novo e o arrastou para dentro da garagem.

— Já sabe do que eu vou falar, não é?

Ed assentiu à voz baixa de Josh.

— É claro, Josh.

Respondeu com o rosto sério.

— Se sua irmã está indo pelo caminho errado, é claro que como seu amigo vou ajudá-lo a levá-la ao caminho certo.

— Sim, isso mesmo.

Os dois se encararam e cruzaram os braços. Os olhos de Ed brilhavam em determinação.

‘Como se atreva a insultar a irmã do meu amigo, temos que fazê-lo pagar o preço.’

 

* * *

 

— Bem, isso é tudo por hoje!

O treino terminou com som do apito do treinador. Josh tinha o corpo encharcado de suor e estava esgotado, mas ainda havia trabalho a ser feito. Josh foi o primeiro a entrar no banheiro com os caras com quem já tinha falado, tomou um banho rápido e se preparou para sair. Em outras ocasiões, tomaria alguns minutos para rir das piadas dos colegas. Alguns deles haviam se reunido para ir ao centro de jogos ou ficar com suas namoradas, mas ele não.

— Josh, agora que eu lembrei, tem uns caras do instituto atrás de você. Sabia disso?

Estava prestes a sair do vestiário quando um garoto falou com ele.

Josh disse: — Ah, sim —, e isso foi tudo.

— Quem está no instituto K? É o Wilson?

— Certeza que é sua gangue, incluindo ele.

Disse um dos garotos do grupo vindo atrás de Josh. Um outro disse de forma sarcástica.

— Humilharam totalmente ele da última vez por causa do Josh. Se fosse comigo, não iria nem conseguir dormir.

— Que caras engraçados, podemos ficar aqui se quisermos.

Os garotos que o seguiam, estavam rindo, mas Josh não estava de bom humor.

‘Como se atreve a rejeitar minha irmã?’

A única coisa que o irritava era Emma, que havia se humilhado por um cara tão patético, mas não podia repreendê-la. Seria como confessar um roubo, mesmo que perguntasse à Emma, já que ele só viu aquilo porque foi Emma que agiu de maneira indecorosa naquele lugar pra começar. A resposta de Emma era sempre a mesma.

< Não me diga o que tenho que fazer a respeito dos meus gostos!>

‘Algo assim.’

Então no final, essa foi a opção que Josh escolheu. Ele já usou o mesmo método várias vezes, e os fracos, que parecem voar com apenas algumas palavras como uma folha ao vento, sempre saiam do radar de Emma.

‘Mesmo que minha maldita irmã nunca entenda o que seu irmão tem que fazer pelas suas costas por causa de seu mal gosto.’

‘Mas esse é o destino de um irmão com uma irmã estranha.’ Josh se consolou assim.

E seus amigos de equipe o apoiavam em tudo.

Hoje também, todos desceram a rua no carro de Josh, como haviam investigado de antemão. Já havia feito isso muitas vezes, então só teria que dar um pequeno susto no garoto, mas seus pés e mãos estavam fora de sincronia. Hoje era o dia em que o menino seria voluntário depois da aula. Eles sabiam de antemão para qual casa de repouso ele estava indo e se esconderam na esquina esperando o momento certo.

Algumas vezes, a mãe de Jack vem buscá-lo, mas nos dias em que ele é voluntário, um empregado que trabalha na casa de repouso o acompanha até sua casa. Devido a isso, eles tiveram que esperar uma hora até o garoto terminar, então se sentaram em uma cafeteria do mesmo edifício para fazer seus deveres de casa. Só então que o grupo de Josh foi atrás dele.

— Ele saiu — sussurrou Tommy. O grupo conteve a respiração e esperou o homem magro, que parecia ter menos da metade de seu tamanho, em seu grande casaco amassado no canto do prédio. A inocente presa não tinha nem ideia do que ia acontecer. Ele estava andando e procurando algo em seu celular, levantando aqueles óculos feios. Certeza de que ele só estava assistindo alguma coisa chata no Youtube. Todos pensaram o mesmo.

— Já está vindo.

Ed sussurrou. Todos mantiveram seu corpo em alerta. Não precisaram falar nada porque já jogaram muitas partidas juntos. Se um sair, o outro cuida de suas costas, e o outro vai pegar a bola. E no final, todos se tornam uma equipe de tirar o fôlego.

Tommy finalmente tentou se colocar em sua posição.

¡Uf!

Com um grito, o corpo fraco foi arrastado por uma pessoa desconhecida.

— Ugh.

Inconscientemente surpreendido, Ed se levantou de supetão. ‘Um sequestro? Não tem como uma situação espetacular como um sequestro acontecer em uma cidade como a Califórnia. Acima de tudo, aquele molenga era filho de uma família muito chata.’

Todos moveram seus corpos antes que alguém pudesse falar. Deve ter alguma coisa errada’. Saindo a toda velocidade, buscaram respostas por todas as partes.

— Com licença!

Ed apontou para um lado e saiu correndo. Tudo que se seguiu foi um espaço escuro atrás do edifício. Ali eles testemunharam uma situação

— Uhhh…

O menino fraco estava flutuando no ar, sendo segurado pelo pescoço, emitindo um gemido doloroso. Ao seu redor estava um grupo incomparavelmente grande, curiosamente com o mesmo número de pessoas que os companheiros de Josh.

— Quê?

— Quê?

— Eh?

— Mas…?

Perguntas e exclamações similares vieram de ambos os lados. Assim que eles olharam os rostos uns dos outros, ambas as partes se deram conta. O número de membros coincidiu.

— Josh.

O homem que segurava Jack pelo pescoço murmurou, fazendo os dentes rangerem. Josh bravejou também, olhando-o fixamente.

— Wilson.

Os dois ficaram se olhando assim por um tempo. Ambas as partes estavam muito nervosas, esperando que o outro se movesse primeiro. Josh se lembrou do que tinha ouvido no vestiário antes de vir aqui. Ao mesmo tempo, Wilson pronunciou uma série de comentários obsoletos.

— O que fazem aqui, covardes?

Josh respondeu a sua provocação de forma relaxada, sem responder totalmente.

— Vim aqui porque os perdedores estavam querendo me ver esses dias.

Assim que as palavras de Josh saíram, os gritos atrás dele começaram a zombar descontroladamente.

— 34 a 17, 34 a 17, 34 a 17!

— Perdedor!

— Beijem minha bunda, perdedores!

— Idiotas hahaha.

Tommy se virou e riu de costas para eles, e o grupo, incluindo Josh, explodiu em gargalhadas, os rostos do grupinho de Wilson se distorceram rapidamente. 34 a 17 foi o placar em seu último jogo, claro que a escola de Josh venceu e foi Josh que fez o touchdown final. Wilson, que tinha uma lembrança dolorosa de tentar detê-lo lançando todo seu corpo para frente neste momento, não teve escolha a não ser mudar de assunto.

— Valentões de merda.

Ao mesmo tempo, ele deixou cair o corpo fraco que estava segurando. O menino tropeçou e caiu sobre os quadris, mas não parecia estar gravemente ferido. Infelizmente, ninguém lhe deu atenção. Os olhos de todos estavam em um mesmo lugar, e imediatamente Josh e Wilson se enfrentaram.

Os dois seguraram a respiração frente a frente, olhando-se fixamente com expressões assassinas e rosnados. Quem tocasse no outro primeiro, ou quem desse o primeiro indício, iniciaria uma briga. Ambos os lados estavam muito nervosos para não falhar. Wilson cerrou os dentes, olhando mortalmente para Josh.

— Não, me provoque Josh. Não vou decepcionar na próxima partida.

Os olhos de Josh se abriram muito e olhou para trás com os braços estendidos.

— Uau, ouviram isso? Não vai decepcionar. Estou tão assustado! Esse é o quarterback que marcou 17 pontos no último jogo! Tenho 17 anos, tenho 17 anos, e terei que esperar mais 17 anos para ter 34! Não sei se vou poder jogar com essa idade. Oh, meu Deus! Meus joelhos, cara!

Josh falou com sarcasmo e gemidos rindo na direção de seus companheiros de equipe. Wilson repentinamente atingiu o peito de Josh com as duas mãos, para logo começar a xingar.

— Filho da puta!

— Huh!

— Josh!

Josh tropeçou por um momento, mas imediatamente contra atacou.

Dessa vez Wilson deu um passo para trás. Os dois, que rapidamente deram um passo para frente, cerraram os dentes com seus rostos tão próximos que os narizes quase se tocavam.

— Vou te matar, Josh Bailey.

— Tenta, perdedor covarde.

Desta vez, a atmosfera estava terrível, como se os punhos realmente viessem e fossem. Todos seguraram a respiração e se prepararam para se juntar à briga o quanto antes.

Foi quando, por um golpe de sorte ou de azar, alguém gritou.

— Hein? O que está fazendo aqui?

De repente, a tensão desapareceu e todos olharam para o mesmo lado. O dono da loja, que estava limpando o local, estava de pé com uma lata de lixo cheia de restos de comida. Mais tarde se deram conta de que o terreno baldio em que estavam brigando era o ponto de coleta de lixo do shopping. Um homem de compleição enorme se aproximou, deixou a lata de lixo e insultou violentamente.

— O que estão fazendo? Não façam coisas inúteis e saiam logo daqui.

Gesticulando e insistindo, Josh e Wilson se viram obrigados a recuar. Então o homem disse:

— Não façam isso aqui e vão embora agora! —, e continuou gesticulando.— Continuem andando ou eu vou chamar a polícia.

Eles não puderam continuar sendo valentes frente às ameaças do homem. Eles se viraram para olhar um para o outro, recuando relutantemente.

— Você teve sorte, Josh Bailey.

Josh também zombou ante ao ranger de dentes de Wilson.

— Se despeça de sua mãe, ah, é mesmo ela não está aqui.

Wilson estava prestes a socá-lo naquele momento, mas parou porque o grupo que o seguia parou abruptamente. Wilson trincou os dentes, olhando fixamente para Josh, com os punhos cerrados em ambas as mãos.

— Algum dia, você será um homem morto

Josh já não estava mais preocupado com ele, apenas levantou seu dedo do meio. Ed sorriu enquanto caminhava primeiro.

Eles explodiram em gargalhadas aqui e ali. Josh também balançou a cabeça e riu.

Foi depois de sair do estacionamento que eles perceberam que tinham esquecido de uma coisa.

— Ei, espera um pouquinho aí!

Depois de virar a cabeça sem pensar muito ante ao grito repentino que veio de trás, pararam ao mesmo tempo. O fracote em quem estavam tentando bater os seguiu. E o grupo lembrou de repente por que haviam vindo até aqui e quem estavam esperando.

Naquele momento, envergonhados, eles se encararam.

“O que devo fazer?”

“Não sei.”

Enquanto eles trocavam perguntas e respostas em sussurros, Jake, que deveria ser seu saco de pancadas, falou primeiro com uma expressão muito emocionada no rosto.

— Ei, obrigado. Vocês salvaram minha vida. Quase levei uma coça…

 

 

 

 

 

Tradução: Cherry

 

 

Ler Beije-me se puder Yaoi Mangá Online

Com olhos violeta intensos e hipnotizantes, capazes de fazer o coração disparar, e uma beleza que roubava a atenção de todos, o ator Chase C. Miller era simplesmente deslumbrante.
Depois de passar uma noite apaixonante com ele, Josh descobriu que tinha um segredo que jamais poderia ser revelado: ele estava grávido do filho de Chase!
Anos mais tarde, Josh é contratado novamente como guarda-costas de Chase. Apesar do gênio insuportável do ator, Josh não consegue evitar que seu coração dispare sempre que seus olhares se encontram ou quando Chase se aproxima demais…
—Ah, desculpe, você está bem?
—Maldito… Como você ousa, seu imbecil?!
— Oh, parece que eu ousadamente toquei no pau do meu cliente. Peço desculpas.
 
NOTA DA TRADUTORA
((Está é uma obra de ZIG jig.))
Essa obra é original do coreano que está sendo traduzida ao espanhol pela  Its_Unfortunxte, que me permitiu traduzi para o português.
❤️ Muchasss graciasss Unfortunxt❤️
Espero que gostem desse BL, como eu já disse antes, eu amo o gênero yaoi e omegaverso (um mundo reverso onde homens podem engravidar).
Nome alternativo: Kiss Me If You Can

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