Ler Amor com sabor de hortelã – Capítulo 02 Online
Ki Yeonghan frequentemente se lembrava do professor que havia recomendado disciplinas de ciências humanas, citando sua falta de habilidades de comunicação.
Especialmente após organizar sua grade de aulas, ele pensava ainda mais no professor, como se as palavras dele fossem uma profecia, levando-o a se matricular em “Relacionamento e Comunicação”.
Não havia um motivo específico para isso. Enquanto apoiava o queixo com a mão e navegava no site de matrículas para planejar o semestre, o curso “Relacionamento e Comunicação”, mencionado pelo professor, chamou sua atenção. O nome ficou preso em seu subconsciente, e o título era longo. Com uma expressão indiferente, ele clicou.
Ele só pretendia ver os horários.
A aula era às quintas-feiras, uma vez por semana, com três horas de duração e, por sorte, das 12h às 15h. Se encaixava perfeitamente entre suas disciplinas obrigatórias. Parecia que o universo estava organizando as peças de um jogo de Tetris, então não havia motivo para não fazê-la.
Ele se matriculou com facilidade na disciplina mais popular de ciências humanas da Universidade da Coreia. Dizem que coincidência, quando persiste, vira destino. Foi exatamente essa a sensação.
A sala de aula era o Auditório Mugunghwa, no primeiro andar do prédio de Ciências Humanas. A estrutura inclinada fazia com que os alunos ficassem mais próximos do professor a cada degrau descido. Havia pouco mais de 100 alunos matriculados
Ki Yeonghan observou ao redor e se acomodou num assento no meio do auditório. Ele não era do tipo que puxava saco de professor sentando na frente, e achava os alunos que ficavam largados no fundo, cochilando ou mexendo no celular, repulsivos.
Colocou sua mochila no assento ao lado e passou o tempo em silêncio. Era uma pena que o plano de aula ainda não tivesse sido disponibilizado. O Ki Yeonghan de sempre teria xingado o professor irresponsável e escolhido outra disciplina, mas, desta vez, decidiu confiar na fama do curso.
Puxou o celular do bolso. Tinha uma enxurrada de mensagens. Seus colegas do diretório acadêmico de Ciência Política e Diplomacia estavam insistindo para que ele participasse da festa de recepção dos calouros.
Estavam desesperados para paquerar garotas. Ki Yeonghan leu as mensagens que começavam com “Yeonghan-ah” e ignorou. Então um nome familiar apareceu.
[Ki Younghyeon:
Hyung, você vem para casa essa semana?
11:57 AM]
Ki Younghyeon, o único irmão mais novo de Ki Yeonghan. Estava no último ano do ensino médio, ele era absurdamente forte para a idade e tinha um namorado durão e másculo. O problema era que Ki Younghyeon também era homem.
Ki Yeonghan vivia pelo lema de não se intrometer na vida dos outros, mas por algum motivo, isso não se aplicava ao irmão. Franzindo a testa involuntariamente, ele respondeu.
[Por quê?
12:01 PM]
[Ki Younghyeon:
É que… Mamãe e papai vão viajar…
12:01 PM]
Sem precisar de contexto, ele entendeu. Ki Yeonghan conteve um palavrão.
— Esse cara enlouqueceu.
[Eu vou para a casa. Estude
12:02 PM]
[Ki Younghyeon:
É horário de almoço…
12:02 PM]
[ Ki Younghyeon:
12:02 PM]
Um emoji chorando veio na mesma hora. Um cara grandão agindo como um fofo.
Ki Yeonghan virou o celular de tela para baixo com expressão neutra. Nesse momento, o professor entrou no auditório. Para um professor universitário, era relativamente jovem — provavelmente na casa dos 30 anos.
Comparado aos professores que pareciam estar na beira da aposentadoria, ele era quase juvenil.
— Tem bastantes gente aqui.
O professor parou no púlpito e observou o auditório. Ki Yeonghan acompanhou o olhar dele, mas logo desviou, desinteressado.
— Como essa é uma aula de comunicação, vou fazer a chamada oralmente em vez de usar o sistema eletrônico. Tem muitos alunos, mas deve dar certo, né?
— Sim… — veio a resposta desanimada.
O professor estendeu uma pilha de folhas.
— Passam para trás.
Os alunos trocaram olhares e foram repassando. Ki Yeonghan recebeu um. Era o plano de aula.
Objetivos do Curso:
Compreender Relacionamento e a comunicação. Entender o amor ideal e os papéis de gênero na sociedade moderna e desenvolver uma visão saudável sobre relacionamentos.
Semana 1: Apresentação do curso
Semana 2: Entendendo Sexo e comunicação
Semana 3: Papéis de gênero na sociedade moderna (Plano de Encontro)
Semana 4: Relacionamentos humanos e comunicação (Primeiro Encontro)
Era um plano típico de disciplina de ciências humanas. Mas Ki Yeonghan franziu a testa. Os temas eram uma coisa, mas os parênteses — plano de encontro, primeiro encontro, conhecendo o outro — o deixaram desconfortável.
A coisa que Ki Yeonghan mais odiava na faculdade era trabalho em grupo. E isso claramente envolveria atividades em dupla. Sua irritação se voltou para o professor que recomendou a disciplina. Indicar um curso desses? Sussurros vieram de trás.
— Dizem que quem faz essa matéria realmente começa a namorar.
— O trabalho em grupo é sobre sair com alguém mesmo?
Murmúrios. Ki Yeonghan fechou os olhos com força. Largou o plano de aula. ‘Que se dane. Isso é um curso popular? O mundo tá perdido.’
‘Vou trancar essa matéria. Ki Yeonghan decidiu sem hesitar. ‘
— Vou começar a chamada.
O professor foi chamando os nomes. Quando ouviu “Ki Yeonghan”, ele resmungou:
— Presente.
Trabalhos em grupo já eram ruins, mas atividades presenciais? Pior ainda. Namoro? O mais ridículo de tudo. A sorte estava podre desde o primeiro dia do semestre. Dizem que começar bem é metade da batalha — e esse semestre já parecia fadado ao fracasso. Concluiu com amargura.
Foi então que aconteceu.
Creak…
Com um som desagradável, a porta de trás da sala se abriu. O professor seguiu com a chamada. Irritado, Ki Yeonghan olhou para ver quem tinha entrado. No momento em que viu o rosto, uma voz de meses atrás ecoou em sua mente.
“Por que os professores só mimam a mim? Somos todos alunos dele.”
Era o cara que dissera isso, fingindo modéstia. Ki Yeonghan se lembrava dele porque seu rosto se destacava entre os outros. Era bem bonito. Um rosto que não se esquece facilmente.
Chocolate ao leite.
Foi como Ki Yeonghan classificou o garoto antes de virar para frente novamente. Manteve os olhos no professor, ainda fazendo a chamada.
Tum, tum…
Passos se aproximaram. Mesmo sentindo alguém perto, Ki Yeonghan não olhou. Percebeu alguém parado ao seu lado, mas manteve os olhos no professor. Com tantos alunos, havia vários assentos vazios. Ele não queria ninguém sentado ao lado.
— Hum, sua mochila…
Na pior hora possível, o cara falou. Sentando bem no meio, que saco. Era uma aula que ia largar mesmo, devia ter ficado lá atrás. Ki Yeonghan olhou de relance e moveu a mochila.
— Valeu.
A voz dele estava ofegante. Devia ter corrido. Esperando um cheiro de suor, Ki Yeonghan virou o rosto. O garoto se sentou, o tecido da roupa farfalhando. Um aroma doce chegou até ele. Usava muito amaciante, provavelmente.
— Yoon Yejun.
— Presente.
O garoto levantou a mão.
Seu nome era Yoon Yejun. Apesar dos traços marcantes, seu nome era suave e redondo. Tanto faz, não iria vê-lo de novo.
Ki Yeonghan ignorou.
A chamada terminou. O professor sorriu amigavelmente e brincou:
— Com tanta gente, a chamada cansa. A partir da próxima aula, vou alternar entre frente e fundo da sala. O pessoal do fundo estava reclamando.
Depois de uma risada breve, começou a explicar o plano de estudo. Como esperado, a primeira aula era apenas introdutória. Os alunos riam de cada piada do professor como se fossem hilárias. Humor típico de professor.
Ki Yeonghan, entediado, deixou o plano de aula sobre a mesa e se desligou.
— Como vocês podem ver, até o fim da aula de hoje, vocês precisam formar duplas para a próxima semana. Todo mundo sabe que tipo de dupla, né? Essa é uma disciplina famosa aqui na universidade.
Murmúrios encheram a sala. Ki Yeonghan continuou imóvel. ‘Vou largar mesmo. Quem se importa?’
— As duplas formadas nesta aula serão “casais” até o fim do semestre. Só para deixar claro, se você já está em um relacionamento, mas se matriculou sozinho, tranca a matéria. Se eu descobrir, sua nota não será boa.
— Ah, caso a proporção de gêneros não feche, duplas homem-homem ou mulher-mulher são permitidas. É o século XXI, gente.
Os alunos riram do comentário descontraído. Ki Yeonghan, sem entender a graça, resmungou:
— Aff, sério…
Ele não ligava que seu irmão Ki Younghyeon namorasse um cara. Ainda assim, Ki Yeonghan era um homem bem comum. Quando o irmão disse que estava saindo com um homem, ele ficou chocado, mas fingiu que estava tudo bem.
Ele ainda é um adolescente, deve ser apenas uma fase, pensou. Se fosse contra, poderia piorar as coisas, então por enquanto… é, por enquanto. Foi assim que ele lidou.
Continua…
Tradução Elisa Erzet
Ler Amor com sabor de hortelã Yaoi Mangá Online
Apresentação dos Personagens
Yeonghan (Top)— Inteligente e aluno exemplar, sempre ocupou o primeiro lugar na turma. Na universidade, é conhecido por sua altura e beleza, mas também por seu temperamento difícil. Ele não liga para o que os outros pensam e age conforme seu humor — mas só mostra fraqueza diante de Yoon Yejun.
Yoon Yejun (Bottom) — Sociável e esforçado, tem fama de ser gentil e bondoso. Por traumas da infância, ele sempre tentou mostrar apenas seu lado perfeito aos outros — até conhecer Yeonghan. Aos poucos, aprende a mostrar seu eu verdadeiro e a mudar.
Para ler quando quiser:
Uma história de amor universitária cheia de tensão, onde um protagonista explosivo é “dominado” por um parceiro carinhoso.
Frase icônica:
‘É assim que um adestrador se sente ao domar uma fera que não entende palavras?’
Sinopse:
— Já formou o grupo?
Yeonghan, que não conseguiu cancelar sua matrícula em uma aula de cultura geral, acaba formando dupla com Yoon Yejun, um aluno de outro curso, para um trabalho. Acostumado a viver sem se importar com ninguém, Yeonghan solta comentários rudes sem pensar, deixando Yejun perplexo. Com uma primeira impressão desastrosa, os dois travam uma batalha intensa durante o projeto — mas, aos poucos, começam a se entender. Até que, em um dia comum, Yeonghan —ainda inconsciente de seus próprios sentimentos, diz algo que machuca Yejun, levando o relacionamento ao pior momento…
Será que conseguirão reconhecer o que sentem e ficar juntos?
Cena Destacada:
— …Yeonghan.
Yeonghan levantou os olhos e respondeu por ele:
— Quer me beijar?
Ele não respondeu, apenas piscou e o encarou novamente. Yejun também desviou o olhar, sem querer. De repente, a mão de Yeonghan cobriu a dele. Seus dedos se moveram de modo provocante, acariciando o dorso da mão de Yejun. Seus ossos eram firmes, seus nós dos dedos, grossos.
— Vou entender seu silêncio como uma resposta, — concluiu Yejun.
Mas eu não disse “então vamos”. Afinal, foi Yeonghan quem sugeriu o beijo e agora pressionava. Mas por que só ele se sentia envergonhado?
— Se me obedecer… deixo você me beijar.
Yeonghan, que observava a mão de Yejun, franziu a testa.
— Quanto mais eu tenho que obedecer?
— Acha que já me obedece?
Yejun não entendia, mas não podia discutir ali. Continuou, firme:
— Fale direito. Sem grosseria.
— …….
— Se fizer tudo do meu jeito… Deixo… você me beijar. Quantas vezes quiser.
Yejun se inclinou devagar. Apoiou a mão no peito de Yeonghan e o empurrou para trás. De repente, Yeonghan caiu de costas no sofá. Esticou o braço, envolveu a nuca de Yejun e o puxou para perto.
Quando seus lábios quase se tocaram, Yejun recuou.
— Responda primeiro. Vai me obedecer?
Se tudo desse certo, o controle estaria nas mãos dele até o fim da noite. Yejun sorriu, cauteloso. Yeonghan, abaixo dele, parecia ferido em seu orgulho. Seu rosto estava tenso, o canto da boca torcido — mas seus olhos ainda fixos nos lábios de Yejun. E não só isso: — a mão em sua nuca apertava cada vez mais. A vitória estava próxima.
— …….
Yeonghan não conseguia responder facilmente. Hesitou, seus lábios se moveram sem som.
— Se não responder…
No momento em que Yejun começou a se afastar:
— Eu… vou te obedecer.
Ao ouvir aquela voz, Yejun sentiu um calafrio.
‘É assim que um adestrador se sente ao domar uma fera que não entende palavras?’
Yeonghan puxou Yejun para si, quase como um abraço, e uniu seus lábios novamente. Um toque leve, depois se separou. Então sussurrou:
— … Se eu te obedecer, está tudo bem, então?
Nome alternativo: Mint Candy Lover
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