Ler A Tatuagem de Camélia – Capítulo 42 Online

Ele estava ofegante e gritando como um vilão de quinta categoria, então chutou o pé da mesa resistente e acabou pulando de dor.

Após fazer aquela cena, o que lhe veio à mente foi o rosto gentil daquela mulher. O rosto inexpressivo, que lembrava o de sua mãe, alimentou ainda mais a raiva de Loki.

— Parece inocente, mas então mostra suas garras, hein? Eu pareço tão idiota assim?

Se fosse seu irmão mais velho, aquele destinado ao trono, tal humilhação jamais teria ocorrido.

Loki ofegou, se inclinando no parapeito da janela.

Os olhares desapontados de sua mãe, os professores questionando suas capacidades e os irmãos ocasionalmente verificando seu progresso na esgrima…

Ele não tinha aliados dentro do palácio. Por isso foi jogado neste norte estéril.

Uma vida considerada descartável!

— Droga! Vou conquistar o reconhecimento deles desta vez. Então, Sua Majestade com certeza vai notar a minha existência.

Quando estava começando a se acalmar, ouviu uma batida na porta, que se abriu sem sua permissão.

Era o Sumo Sacerdote Mikael quem entrou sem ser convidado.

Mikael começou a falar imediatamente ao vê-lo.

— Você se saiu bem. Muito irritante, de fato.

— … Hum!

— Continue assim. Um casal que se aproxima por causa de um inimigo em comum é uma história tão velha quanto o tempo. Apenas desempenhe bem seu papel de vilão.

Isso mesmo. O papel atribuído a Loki não era outro senão o de vilão. Uma figura digna de ódio.

Usando como sacrifício, o Grão-Duque e a Grã-Duquesa de Niflheim ficariam ainda mais próximos e, com sorte, teriam um filho.

Era um papel perfeitamente adequado para Loki.

Acostumado a ser odiado, ele conseguia cuspir palavras descuidadamente com facilidade, e parecia ter funcionado muito bem hoje

Ao saírem, o Grão-Duque e a Grã-Duquesa pareciam heróis satisfeitos que haviam acabado de derrotar seu vilão.

Embora isso o irritasse, tudo havia saído conforme o plano, então Loki se elogiou.

— Sua Majestade deseja que o Grão-Duque e a Grã-Duquesa produzam um herdeiro o mais rápido possível. Precisamos derrotar Nidhogg.

— … É, eu sei. Enquanto aquela besta pairar sobre nós, a paz do império estará ameaçada.

— É verdade. Há muito dependendo de você, Vossa Alteza.

Embora fosse apenas um comentário casual, Loki odiava o fato de sentir um senso de expectativa nisso.

Bagunçando os cabelos cacheados, ele desabou no sofá.

Era uma noite que pedia uma bebida forte.

Na brisa fresca da noite, Igmeyer e Amber passeavam por um caminho dentro do castelo.

Ainda que não fosse cercado por muitas flores ou grama, aquele lugar tinha seu próprio encanto sereno.

Amber havia passado a apreciar essa atmosfera.

Um tanto desolada, mas silenciosa, onde apenas o som dos passos ecoava suavemente.

O que antes, na infância, ela achava assustador e capaz de fazê-la chorar, agora… não lhe causava medo algum. O que havia de tão aterrorizante na escuridão? Os verdadeiros horrores estavam em outro lugar.

— Aquela expressão no rosto do príncipe foi algo digno de se ver.

— Seu orgulho deve ter ficado ferido. Ninguém no palácio o teria criticado daquela maneira.

— É por isso que ele acabou daquele jeito.

Igmeyer parecia achar a situação extremamente satisfatória. Amber, no entanto, ainda estava bastante irritada.

— Obrigado por defender seu marido.

— Não me agradeça, é natural que eu faça isso 

— É mesmo?

Igmeyer riu e pegou gentilmente a mão de Amber, entrelaçando seus dedos aos dela.

Sentindo uma emoção difícil de descrever com aquele gesto, Amber olhou para Igmeyer.

A luz fraca dos lampiões iluminava seu perfil suavemente. Seu rosto estava preenchido com constrangimento, gratidão e um toque de emoção, agitando algo profundamente dentro de Amber.

— Ter uma esposa que fica tão firmemente ao meu lado, eu nunca soube que poderia ser tão tranquilizador. Seu espírito naquela hora parecia que não vacilaria mesmo se o próprio Nidhogg aparecesse.

— Eu só… realmente não entendi por que o príncipe agiu daquela maneira. Quase parecia que ele estava pedindo para ser irritado.

— Seja lá o que ele esteja pensando, é claro que não está em pleno juízo.

Concordando silenciosamente, Amber apoiou a cabeça no ombro de Igmeyer.

— A família imperial está nos pressionando para termos um filho.

— Sim.

— Sendo sincera, eu… fico feliz com a ideia de ter um filho com você. Não agora, mas algum dia.

Um dia, quando todas as ameaças tivessem desaparecido, seria então que ela gostaria de formar uma família.

Seria bom ter uma filha e um filho que fossem metade de Shadroch e metade de Niflheim.

Perdida nos pensamentos, Igmeyer de repente puxou Amber pela cintura.

— Você está dizendo que não agora.

— Hã? Sim. A ameaça de Nidhogg ainda não desapareceu. Eu não quero que nosso filho cresça em perigo.

Amber disse com firmeza.

E Igmeyer, observando sua determinação… sentiu seu pênis reagir.

‘Isso é tão sexy que vou morrer.’

Era isso que significava ter o coração acelerado.

Continua…

Tradução: Elisa Erzet