Ler A Indulgência da Besta – Capítulo 11 Online

Modo Claro

— Você não precisa se preocupar com isso. Eu vou descobrir por conta própria.

A preocupação de Karon foi recebida com uma resposta firme e decisiva, como se fosse indesejada.

— Uh… comandante?

— Sim. Se entendeu, vá logo fazer o que lhe foi ordenado.

Aiden fez um gesto para Karon, que o encarava com os olhos arregalados, saísse, e então pegou um dos documentos espalhados em sua mesa.

Era um relatório relacionado a uma investigação que ele vinha conduzindo desde que se tornou comandante.

Enquanto esfregava a testa, irritado, um nome escapou de seus lábios como um suspiro:  

— Louise.

A investigação inicial sobre a vila da criança tinha como objetivo descobrir se ela tinha parentes em alguma cidade próxima.  

Mesmo entre outros órfãos, Louise se destacava.

Com seus cabelos negros curtos balançando e olhos negros como o céu noturno, sua pele branca como uma porcelana, excessivamente bonita. Vestida com esmero, poderia ser confundida com uma boneca.  

A menina, que parecia ter sido cuidadosamente protegida e criada sem um único arranhão, claramente não era uma plebeia.

Convencido disso, Aiden começou a reunir informações para ver se alguém conhecia a criança.

Como poderia haver pessoas que tentariam reivindicá-la mentindo sobre conhecê-la, baseado apenas em sua aparência, ele precisou agir com extrema cautela.

Como Louise, que havia perdido a memória, era reservada e extremamente tímida, não havia como obter informações diretamente dela. Encontrar seus parentes era a única opção.  

No entanto, a investigação, que começou com boas intenções, logo tomou um rumo estranho.

 

“Você disse que o contato foi perdido?”

 

 

 

“Sim, disseram que tinham informações importantes e queriam se encontrar com você, então marcamos uma reunião. Mas não apareceram, e agora se passaram três dias sem nenhum contato.”

 

O desaparecimento do investigador.

“Um decreto real foi emitido. Parece que não há nada que possamos fazer.”

Uma ordem de retirada, justo quando estavam prestes a descobrir uma pista crucial.

 

“… Abandonem aquele local. Não podemos arriscar um conflito com eles.”

Os clãs Melbeth e Rugaru, cujos caminhos continuavam a se cruzar, embora a área não fosse uma zona de conflito.  

A essa altura, nem Aiden podia mais ignorar. Era coincidência demais.

A vila de Louise teve um fim tão trágico, e outras cidades sofreram destinos semelhantes, indicando claramente que havia uma história oculta por trás de tudo.  

Como resultado, Aiden desfez suas suposições iniciais.

“Talvez Louise nem seja daquela vila.”

A partir daí, uma nova abordagem começou, ainda mais discreta e cautelosa que antes. Nem mesmo os subordinados mais próximos de Aiden sabiam que ele persegue obsessivamente a verdade por trás dos eventos do passado.  

“Comandante, por que está me olhando assim? Tenho algo no rosto?”

Claro que Louise não fazia ideia.

Embora Aiden não parecesse particularmente devoto, ele permaneceu na ordem, observando Louise crescer, às vezes tratando-a como um filhote, outras como uma irmã mais nova.  

Ele já havia falhado há muito tempo em sua decisão de não se apegar à criança que tinha tantos aspectos suspeitos.  

Era possível não se preocupar com a garotinha que, como alguém sem laços com a vida, se jogava imprudentemente ao perigo?  

Mesmo agora, já crescida e transformada em uma jovem, não mais fofa, mas belíssima, aquela mesma fragilidade permanecia — o que impossibilitava tirar os olhos dela.

Só mais um passo.

Apesar de a longa busca parecer tão perto de ser concluída, ele hesitou.  

‘Louise poderia ser…’

Se a hipótese que formulou se provasse verdadeira, significaria o fim de tudo que ele construiu.

‘Por agora… só preciso trazê-la de volta em segurança.’

Com esse pensamento, Aiden guardou o relatório em um compartimento secreto que só ele podia acessar, removendo a tarefa de verificar as informações de sua lista de prioridades.  

A rota de viagem que Louise havia traçado para encontrar o sacerdote que trataria Licht foi desviada já no primeiro dia.

O motivo foi a informação que ela obteve após subjugar refugiados que haviam se tornado bandidos para escapar da fome.  

A vila era um covil de mutantes e monstros. Metade dos que chegaram mal sobreviveram, os outros foram devorados pelas criaturas.

A aparição de mutantes indicava um confronto entre os clãs Melbeth e Rugaru naquela área.

Mutantes eram criados como efeito colateral do uso de humanos como escudos temporários pelo clã Melbeth contra Rugaru. Os Melbeth, superiores em habilidades mágicas, mas fisicamente mais fracos, subjugavam humanos para usá-los em batalha, resultando em mutantes como subprodutos.  

‘Como isso se espalhou tanto…’

Quando ela havia comprado informações da guilda na cidade anterior, não havia menção a mutantes. Ou seja, tudo aconteceu de forma repentina, sem aviso.

‘Por que isso está acontecendo?…’

Embora os dois clãs sempre tivessem motivos para conflito, anteriormente mantinham-se em seus próprios territórios. No entanto, desde que começaram a colidir em todos os lugares, o continente caiu em caos a uma velocidade alarmante.

Os humanos eram os que mais sofriam, com cerca de um terço das cidades desaparecendo do mapa em apenas um ano.

Seja por arrependimento, ou por recobrarem a razão após tanto derramamento de sangue, os clãs passaram a manter uma linha de frente estreita.

Evitar as zonas de conflito entre as nações e a ordem religiosa significava que ao menos o dano colateral aos inocentes havia diminuído um pouco.

Era o que pensavam.

Até que uma tragédia misteriosa atingiu a propriedade do conde, longe das zonas de conflito, atraindo ambos os clãs para a área.  

Desse jeito, não posso agir imprudentemente.

A situação estava bloqueada por todos os lados, com a propriedade do conde no centro.

Embora pudesse avançar sozinha, ela precisava transportar Licht inconsciente em uma carroça, o que limitava suas opções.  

Tomando sua decisão, Louise virou a carroça.

Afinal, o que os dois clãs procuravam não tinha relação com ela ou Licht. Se pudesse se esconder em um lugar onde ninguém pensaria em procurar e aguardar um tempo, eles terminariam seus assuntos e iriam embora. Ou talvez encontrasse uma rota de fuga.  

Até lá…

Se Licht não conseguisse manter comida no estômago, ela decidiu sustentá-lo com seu próprio sangue, conduzindo a carroça para dentro da floresta coberta de neve.  

A floresta do norte do continente, interminável e traiçoeira mesmo no passado, agora fervilhava de monstros terríveis, tornando sua entrada uma missão suicida.

Adentrando, Louise cobriu os olhos do cavalo, segurando as rédeas com uma mão e sua espada na outra, abrindo caminho.  

Os monstros começaram a se aglomerar, atraídos pela aura que ela intencionalmente emitia.  

Havia uma razão para revelar sua presença assim.  

Primeiro, a intenção assassina vinda dos monstros neutraliza, o medo poderia fazer o cavalo se assustar e fugir.

No momento, a segurança de Licht era sua prioridade. Se o cavalo entrasse em pânico, ela não poderia focar na batalha. Então, isso era uma precaução necessária.  

Da mesma forma, também evitava ser sobrecarregada por criaturas mais fracas.  

Em áreas intocadas por humanos, uma hierarquia natural se formou ao longo dos anos. Aqui, também, provavelmente havia uma espécie dominante como predadora suprema.

Se ela parecesse fraca, atrairia predadores oportunistas buscando uma presa fácil. Se isso acontecesse repetidamente, proteger o cavalo e a carroça se tornaria cada vez mais difícil.

Por isso, era melhor alertar a criatura mais poderosa da área sobre sua presença, afastar as mais fracas e finalizar a batalha com um único golpe decisivo quando chegasse a hora.

Seu julgamento se mostrou correto. Nenhuma criatura a desafiou tolamente enquanto avançava floresta adentro.  

Ela manteve distância, respondendo às tentativas das criaturas de cercá-la.  

Sejam humanos ou monstros, o método de encurralar a presa era o mesmo: empurrá-la para um beco sem saída.  

Louise entrou voluntariamente na armadilha. Para ela, que precisava proteger o cavalo e a carroça, essa era, na verdade, a posição mais vantajosa.  

Claro, foi uma escolha nascida da certeza um tanto arrogante que, não importando quão poderosos ou numerosos os monstros fossem, ela sairia vitoriosa.  

Continua…

Tradução: Elisa Erzet 

Ler A Indulgência da Besta Yaoi Mangá Online

Era um amor não correspondido.
Um sonho que jamais poderia ser realizado e que nunca poderia ser desejado.
Licht McClellan, o cardeal que a salvou, assim como salvaria muitos outros, era considerado um candidato para o próximo papa devido a seus atos de salvação. Mas tudo mudou quando ela o encontrou na mansão do conde, envolto em chamas e deitado em uma poça de sangue.
[Louise.] 
[Minha Louise]
Licht, um símbolo de abstinência e moderação, perdeu os sentidos e avançou sobre ela como uma besta, e Louise não o rejeitou.
— Se você estiver com dor, me abrace, Licht.
Pelo contrário, ela aproveitou a oportunidade para seduzi-lo.
Este foi o preço a pagar por pecar, “uma separação eterna.”
Era claramente assim que deveria ter sido.
— Perdi a conta de quantas vezes misturamos nossos corpos como animais. Então por que você me abandonou? Você permanecerá ao meu lado, não importa o que aconteça. Se você quer ir tão longe e, sacrificar seu corpo para me salvar… Você deve estar preparada e assumir total responsabilidade, Louise.
O homem que outrora fora admirado por todos e que se tornara o Papa mais nobre do reino.
— Louise, a partir de hoje, você me pertence. Tudo o que você vai pensar, olhar e até ouvir serei eu…
Com um rosto tão belo e nobre quanto o de um anjo, ele sussurrava amorosamente como o diabo.
— Esse é o castigo e a recompensa que estou lhe dando.
 
Tradução: Elisa Erzet

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