Ler A Indulgência da Besta – Capítulo 10 Online

Dominada por um impulso estranho, Louise subiu inconscientemente na cama. Em seguida, sentou na perna de Licht, levou o membro mais fundo em sua boca e começou a chupá-lo.  

Antes que percebesse, sua mão havia deslizado sob sua camiseta, agarrando e massageando o seio macio. Enquanto isso, com a outra mão, ela traçou a parte inferior do pênis, que não conseguia engolir por completo, esfregando o clitóris sensível contra sua coxa firme.  

— Ah, mm…

Seus olhos, desfocados e atordoados, não pareciam estar cientes do que ela estava fazendo.  

Sem perceber, saliva escorria de sua boca entreaberta enquanto ela lambia e sugava com fervor. Então, em algum momento, o membro em sua mão e boca, ficando cada vez mais rígido, ejaculou.  

Quando o líquido espesso e pegajoso, com um cheiro forte de flores de castanheira, encheu sua garganta, Louise engoliu reflexivamente.  

Mesmo em seu estado atordoado, que parecia um sonho, o fato de tê-lo feito chegar ao clímax a encheu de êxtase.  

O prazer mental rapidamente se transformou em uma reação física. Do ponto que ela esfregava contra sua coxa, fluidos escorreram, encharcando sua calcinha.  

Para alguém como ela, que nunca havia se masturbado antes, essa foi sua primeira experiência de orgasmo.  

Com a tensão chegando até os dedos dos pés, o corpo de Louise tremeu violentamente antes de desabar. O pênis, que havia liberado uma quantidade impressionante, ainda pulsava como se não estivesse satisfeito, mas ela já não estava em condições de continuar.  

Com a bochecha repousada em seu abdômen, ela piscou lentamente, seus olhos pesados. O lenço grudado em seu rosto marcado por lágrimas, molhado pelos reflexos causados pela sensação em sua garganta, tornava até mesmo difícil piscar.  

— Licht…

Murmurando seu nome, seus lábios manchados de líquido turvo se moveram enquanto a consciência de Louise começava a desaparecer.  

Sem nem mesmo um momento para ficar chocada ou questionar o que havia feito, ela caiu no sono. Depois de duas noites sem dormir, a doçura irresistível do descanso finalmente a alcançara.  

— Eu estou louca. Realmente enlouqueci.

Mesmo enquanto arrumava freneticamente seus pertences e movia os itens necessários para a carruagem, Louise parava ocasionalmente para puxar os próprios cabelos.  

Como de costume, ela acordara ao nascer do sol. Mas, no momento em que removeu o lenço que cobria seus olhos, deparou-se com o rosto dele. Seu perfil sereno e adormecido era tão angelicalmente belo que ela ficou olhando fixamente por um longo tempo.  

Mas a realidade não podia ser ignorada para sempre.  

Conforme sua mente clareava lentamente, as memórias da noite anterior começaram a surgir.  

Ela queria acreditar que tudo não passava de um sonho, mas assim que levantou o cobertor sem saber quando havia sido puxado sobre eles, percebeu que era real. Ela havia cometido um ato imperdoável contra Licht enquanto ele estava inconsciente.  

Não importava como se olhasse, aquilo era um crime. Um pecado grave o suficiente para merecer ter os olhos arrancados, a língua cortada e os tendões dos quatro membros rompidos.  

Nem mesmo sua intenção inicial de ajudar, preocupada que o afrodisíaco ainda estivesse em seu organismo, poderia absolvê-la do crime. A sensação de se esfregar em sua coxa e a emoção de chegar ao clímax haviam sido vívidas demais.  

Seus companheiros diziam que, uma vez que se experimenta, não dá para parar, e agora ela não podia deixar de concordar.  

Como eu pude fazer isso com o Licht?

Claro, se não fosse Licht, ela nunca teria tocado em algo tão repulsivo quanto o pênis de um homem. Nunca teria ficado excitada sozinha, muito menos movendo os quadris daquela maneira.  

Mas isso só tornava tudo pior.  

Como ela poderia encarar Licht novamente depois de se esfregar nele e realizar atos tão obscenos? Toda vez que o visse, as memórias daquelas sensações voltariam com toda a intensidade.  

O gosto doce e o cheiro que persistiam em sua boca, o som da fricção molhada, a sensação grossa e dura em sua garganta—nada disso poderia ser apagado.  

‘Quando ele recuperar a consciência, vou confessar tudo e aceitar minha punição.’

Ela não esconderia nada e diria tudo—o quão sujos foram seus desejos naquele momento e como ela sucumbiu aos seus impulsos vis.  

Embora temesse a reação de Licht, ela precisava protegê-lo de si mesma, custe o que custar, mantendo-o longe dela para sempre.  

Assim que terminou os preparativos para a partida, Louise respirou fundo e se dirigiu à cama. Era hora de levar Licht para a carruagem.  

Ele ainda dormia pacificamente, vestindo as roupas novas que ela comprara, alheio a tudo.  

A ideia de que se despediria dele para sempre quando ele acordasse fez seus olhos se encherem de lágrimas.  

Louise as enxugou com as costas da mão, e o levantou com cuidado em seus braços.  

— Mesmo que me ache repugnante, por favor, aguente só mais um pouco. 

Ela sussurrou ao deixar o quarto e descer as escadas. Não havia necessidade de avisar o dono da pousada, pois ela já havia pago pela estadia daquele dia.  

Ela o deitou em uma caixa no compartimento de carga da carruagem. Depois de muito pensar, essa era a melhor forma de garantir que seu corpo não fosse sacudido ou machucado nas estradas ruins.  

A caixa resistente estava firmemente amarrada, e ela havia colocado panos macios por dentro. Por mais acidentado que fosse o caminho, ele não se machucaria.  

Depois de verificar sua segurança várias vezes, Louise finalmente subiu para o banco do condutor.  

Ela já havia identificado uma cidade próxima que não estava em zona de conflito e onde residia um padre respeitado.  

Depois de uma oração por uma viagem segura, Louise pôs a carruagem em movimento.  

O veículo deixou a cidade caótica, onde as notícias da tragédia horrível no estado do Conde se espalharam, passou pelo castelo decadente cercado de refugiados e seguiu por uma estrada esburacada.  

Em uma sala vazia, sem decoração exceto por trinta e três espadas penduradas em uma das paredes, um homem estava de pé, exalando uma aura fria e afiada como uma arma.  

Seus olhos, enquanto lia a carta em sua mão, eram tão afiados que pareciam capazes de cortar qualquer coisa que tocassem.  

— Isso veio do líder da 1ª unidade? 

— Sim, Capitão. 

O homem era Aiden Crix, o líder dos Cavaleiros Sagrados, uma das forças armadas mais poderosas do continente.  

E quem lhe reportava era Karon Isles, um dos dois vice-capitães dos Cavaleiros Sagrados, que correra até o escritório do capitão após receber um telegrama perturbador.  

— Que coincidência. 

— De fato, Capitão.  

Era típico de Louise mandar os Cavaleiros Sagrados de volta e ficar sozinha quando a família do Conde os barrava. Essa abordagem proativa em missões era o motivo de sua alta taxa de sucesso e de seu nome estar sempre no topo da lista de designações.  

Mas esse não era o problema.  

— Quem designou essa missão foi o Cardeal Beryl, não foi? 

— Sim, Capitão.

— Então, é provável que tenham mirando no Cardeal McClellan desde o início. 

A Ordem Sagrada estava em polvorosa devido à próxima eleição papal.  

Originalmente, o candidato mais forte para o próximo papa era o Cardeal Tristan Tellod, um nobre de alto escalão do reino. No entanto, nos últimos anos, a influência do Cardeal Licht McClellan começara a crescer.  

Renomado entre o povo comum como um santo e possuindo um poder divino esmagador mesmo dentro da ordem, Licht ganhara apoio crescente dentro da igreja.  

Naturalmente, os apoiadores de Tellod estavam desesperados para encontrar uma maneira de derrubar McClellan.  

Se um escândalo envolvendo a senhorita Ovella tivesse sido fabricado, acusando-o de estupro, teria sido uma grande vitória. Não apenas mancharia sua reputação, mas o desqualificava como candidato papal.  

— Eu deixei que lidassem com isso, e agora arrastaram minha garota para o meio?

Aiden cerrou os dentes enquanto amassava a carta e a batia sobre a mesa.  

Antes de receber o telegrama do líder da 1ª unidade, Aiden já sabia de uma coisa:  

A mansão do Conde fora completamente destruída.  

Além disso, havia relatos de que o Clã Rugaru e o Clã Melbeth haviam sido avistados na área várias vezes.  

— Reúna os Cavaleiros Sagrados enviados nessa missão e enviem a 7ª unidade separadamente. Encontrar e resgatar Louise é a prioridade máxima.

A 7ª unidade, conhecida por sua mobilidade rápida e sigilosa, era normalmente despachada para missões especiais, como resgatar figuras importantes em zonas de conflito ou eliminar grandes inimigos da igreja.  

— Sim, Capitão. 

Mesmo depois de responder, Karon hesitou, não deixando o escritório imediatamente.  

— Há algo mais para reportar?

— Não, é só… Estou preocupado com os movimentos dos clãs Melbeth e Rugaru. O que eles estariam procurando naquela área?

Como suas ações poderiam interferir na missão de resgatar Louise, Karon achou necessário entender suas intenções.  

Mas a resposta de Aiden não foi a que ele esperava.

Continua…

Tradução Elisa Erzet