Ler A Indulgência da Besta – Capítulo 09 Online

Tocá-lo com intenções egoístas era, sem dúvida, um pecado. 

Mas isso não significa que ela podia negligenciar seus deveres. Trazer ele até ali com a determinação de assumir a responsabilidade por sua vida e então falhar em cuidar dele adequadamente seria um pecado ainda maior.

Com as mãos trêmulas, Louise afrouxou seu cinto e tirou suas calças.

— Por favor, me perdoe… Não, não. Não me perdoe, Licht.

  Enquanto umedecia uma toalha limpa e esfregava cuidadosamente suas coxas firmes, Louise murmurava para si mesma como uma louca.

— Você nunca deve me perdoar. Uma paladina sem vergonha como eu merece punição.

Enquanto descrevia todas as formas de punição sancionadas pela Igreja, ela limpava meticulosamente suas pernas, panturrilhas e pés com um pano limpo embebido em água.

Seu corpo era tão perfeito quanto as estátuas mais famosas esculpidas durante o auge da cultura e da arte. Mesmo quando ele vestia suas batas sacerdotais folgadas, ela já pensara isso — mas agora, testemunhando a beleza da carne escondida sob as roupas, era natural que se sentisse ainda mais atraída por ele.  

Mesmo tentando não olhar, resistir à tentação era difícil, e seus olhos, que insistiam em fixar o teto, voltavam para ele sempre que ela baixava a guarda, mesmo que por um instante.

Ainda assim, de alguma forma, ela conseguiu terminar, e agora restava apenas um lugar.

Ela se moveu apressadamente, trocando a água fria por morna e pegando uma toalha limpa, tentando se distrair da crise iminente, mas nada mudava.

Isso era para o Licht… Não era?  

Como poderia deixar a área mais importante sem cuidados?  

Mas…  

A culpa que a atormentara enquanto tirava as calças dele agora pesava ainda mais sobre seus ombros.

Enquanto andava de um lado para outro ansiosamente, Louise parou de repente. Seus olhos pousaram sobre a pilha de toalhas, e uma ideia brilhante surgiu.  

Ela vasculhou sua bolsa, encontrou o maior lenço que tinha e usou para cobrir os olhos.

‘Eu devia ter feito isso antes…’

Amaldiçoando sua tolice por só agora perceber essa solução, Louise procurou pelos itens cujas localizações ela havia memorizado antes de se vendar e molhou uma toalha nova. Em seguida, sentou-se na cama, afastou o cobertor que cobria a parte íntima dele e esticou a mão em direção à cueca.  

Seu coração batia tão forte. Em meio ao nervosismo, algo tocou seus dedos.

‘O que é isso…?’ 

Onde deveria estar a cueca, havia algo duro e grosso. Louise, que sem querer o apalpou, retirou rapidamente a mão, chocada. Depois de tocar até a base, percebeu que se assemelhava a uma cobra ou um bastão.  

Só quando sentiu a toalha em sua mão esfriando que ela saiu de seu estado de torpor, ainda imersa em confusão e choque.

Bem, sim… isso poderia ser possível. Tamanhos e formas variam para cada pessoa.

Tentando se convencer, Louise reuniu coragem novamente para tirar a cueca. Nesse momento, o pilar rígido que estava confinado libertou-se de repente, atingindo a parte de trás da mão dela.

 — Ah…!

Claro que não doeu, mas ela não pôde evitar um gritinho de surpresa.  

Esfregou a sensação estranha em sua mão com a outra, então pegou a toalha que deixara de lado.  

Seus movimentos ao limpar seu membro estavam mais lentos do que antes. Sem a visão, seus sentidos aguçados a bombardeavam continuamente com informações.

Mesmo sem dar banho nele há dois dias, por que ele cheira tão bem? Especialmente aqui, o cheiro do Licht é mais intenso.

(Elisa: Sem tomar banho há dois dias e cheira bem? Acho meio difícil em, ainda mais ali  )

Era um aroma refrescante, mas intenso, semelhante ao que ela costumava sentir no meio da floresta. O cheiro do Licht — um que ela adorava.  

Havia também algo doce no ar, um aroma que notara desde o dia anterior.

‘Por que seu cheiro mudou?’

Louise, com seu faro aguçado como o de um animal, conseguia distinguir facilmente as pessoas apenas pelo cheiro, não importava o   perfume que usassem. O odor corporal único delas jamais poderia ser escondido.

Mas o fato de que ele havia mudado significava que algo havia acontecido ao corpo de Licht.

Isso não muda facilmente… deve haver um motivo.

Passou pela mente que talvez o sangue que dera a Licht estivesse afetando-o. Suas feridas haviam cicatrizado incrivelmente rápido, então era claro que seu sangue influenciara sua regeneração.

Se esse for realmente o motivo, não deve haver grandes problemas.

Isso também foi o motivo pelo qual ela queria que Licht acordasse antes que qualquer outra pessoa o visse. O ato de alimentá-lo com sangue humano poderia ser considerado heresia, e se o corpo dele passasse por uma mudança drástica, ambos poderiam ser excomungados pela Igreja.

Queria contar a verdade para Licht assim que recuperasse a consciência, para que ele pudesse verificar a condição do seu corpo por si mesmo.

Hm…?

Naquele momento, Louise notou algo novo misturado ao seu cheiro. Foi enquanto segurava seu escroto e o limpava que o percebeu.

A origem do aroma estava na ponta do pênis tão ereto que quase tocava seu umbigo.

Quando apalpou levemente a parte que deveria ser a mais macia de seu corpo, uma quantidade substancial de fluido cobriu seus dedos. Louise cheirou e então o lambeu cautelosamente.

Não é sêmen. Nem urina. Parece ser um fluido liberado quando se está excitado.

Isso significava que o corpo de Licht desejava relações.

Ela percebeu novamente que até Licht, um símbolo de abstinência e autocontrole, podia se excitar e responder ao toque. Em retrospecto, parecia óbvio.

Espere, seria possível…?

Um pensamento cruzou sua mente.

Quando encontrou Licht no Castelo Branco, Ovella estava caída perto dele.

Ela com certeza deu afrodisíaco com a intenção de dormir com ele e forçar um casamento. Se Licht já estivesse drogado antes de ser atacado e gravemente ferido, então…

Às vezes, um afrodisíaco potente pode ser fatal se não tratado a tempo.

Se fosse esse o caso, explicaria por que Licht não recuperou a consciência, apesar das feridas curadas.

Era urgente encontrar um sacerdote quanto antes. Mas primeiro…

— Licht, vou te ajudar a ficar mais confortável.

Decidida, Louise jogou a toalha de lado e agarrou seu membro com ambas as mãos.

Ela sentia as veias salientes sob suas palmas, e os espasmos ocasionais a faziam querer recuar, mas ela persistiu.

— Nunca fiz isso antes, mas sei como se faz, então não se preocupe.

Entre os cavaleiros, muitos viviam longe do celibato e frequentemente compartilhavam histórias obscenas. Com seus sentidos apurados, Louise muitas vezes ouvia suas histórias, mesmo sem querer.

Dizem que dói se esfregar a seco.

Lembrando do relato de alguém, Louise esfregou gentilmente a ponta da glande com a palma aberta.

Quando o fluido escorregadio cobriu toda sua mão, ela o espalhou ao longo do pilar grosso, movendo as mãos para cima e para baixo.

Seu membro era grande e grosso demais para caber em uma mão, então ela usou ambas. Felizmente, após alguns movimentos, ela pegou o jeito, e graças ao líquido que começou a fluir mais livremente, suas mãos deslizavam suavemente.

Dizem que a glande é especialmente sensível. Se lamber essa abertura, eles enlouquecem…

Mas ela não teve coragem para isso, hesitando várias vezes antes de fechar os olhos com força sob a venda e baixar a cabeça.

Quando sua língua tocou levemente a ponta, o cheiro que sentira antes inundou sua boca.

Como pertencia a seu amado Licht, o fluido escorregadio não a enjoava, pelo contrário, tinha um gosto doce.

Enquanto o masturbava, lambendo e explorando com a língua, seu corpo ficava cada vez mais quente. Estranhamente, a sensação lembrava o calor que sentiu quando Licht infundiu poder divino nela para curar suas feridas, há alguns dias atrás. 

Continua…

Tradução Elisa Erzet