Ler A Tatuagem de Camélia – Capítulo 38 Online

Modo Claro

— Ora, se rebelando agora, é, Ervilhinha? Provocou Igmeyer.

— O nome dele é Jason, Igmeyer. Não deveria chamá-lo assim. Ele está assustado.

— Hã… Assustado? — ele riu com desdém. — Onde você vê medo nele?

Igmeyer soltou um suspiro profundo. Estava perplexo com o aparecimento repentino de um irmão mais novo e, mais intrigado, com o seu temperamento.

Gostaria de poder confrontar o falecido Grão-Duque e agarrá-lo pelo colarinho. Por que não foi informado antes?

— Muito bem… vamos voltar ao castelo.

Com um misto de resignação e irritação, Igmeyer tomou a decisão. Foi então que Jason mostrou a língua para ele.  

Uma Ervilhinha verdadeiramente irritante.

Naquela noite, Amber cantarolava suavemente uma canção de ninar, acariciando o menino adormecido em seu colo.  

Seu rosto, agora limpo e bem cuidado, revelava traços tão delicados que chegaram a surpreender até os criados e o mordomo do castelo.  

Ele era realmente a cara do Igmeyer.

— Parece que… ele foi negligenciado, e ninguém percebeu.

— Isso é verdade. Tsc.

Como Huvern havia dito, a irritação de Igmeyer aumentava enquanto bebia. Sentia-se incomodado pela pequena criatura instalada no colo de Amber, uma espécie de ressentimento fraterno que ele mesmo não entendia.  

Mas, no fundo, Igmeyer sabia, embora os outros ignorassem. A criança também possuía um poder incomum.

— Ouvi dizer que ele faz profecias, embora com baixa precisão. Talvez por falta de treino. Se seu poder se manifestar como premonição, pode ser útil.  

— Vou revisar os arquivos em busca de antepassados que possuíam dons relacionados à clarividência.

— Sim.

Ao ouvir a conversa, Amber interrompeu a canção e olhou para Igmeyer.  

— Ele ainda é uma criança, então não seja duro demais. E nada de forçá-lo com a desculpa de treinamento.

— Hum!

— Primeiro, precisamos tratar seus ferimentos e a desnutrição. O treinamento pode esperar.

O menino, de fato, era magro demais. Pelo que se sabia, sobrevivia invadindo casas para roubar comida ou caçando ratos, o que explicava sua saúde debilitada.

Amber pretendia vesti-lo, alimentá-lo e educá-lo como uma pessoa digna — alguém capaz de carregar o nome de Niflheim com honra.

— Ele é sua família, afinal. Provavelmente.

Se não houvesse laço sanguíneo com Igmeyer, Amber talvez considerasse acolhê-lo como servo. Mas, havendo a possibilidade de carregar o sangue do falecido Grão-Duque, isso era impensável.

O menino merecia o mesmo respeito que Igmeyer naquela casa.  

— Por isso devemos cuidar bem dele.

Igmeyer estremeceu diante das palavras de Amber. A ideia de tratar o garoto com carinho por serem família… não era totalmente desagradável.  

— Bem… se o parentesco for confirmado. Talvez seja preciso escrever à família imperial para pedir emprestado um artefato de verificação de linhagem.

— Isso seria definitivo.

— Mesmo com a semelhança, é melhor confirmar com o artefato.

Igmeyer terminou sua taça com firmeza.  

O menino, exausto, adormeceu profundamente, roncando suavemente. Observando-o, Igmeyer não conseguia odiar aquele rosto.  

Os olhos eram de cores diferentes, mas o cabelo e, aparentemente, o temperamento… eram bem semelhantes.  

‘Se ele for mesmo meu meio-irmão, talvez… depois que eu morrer, ele possa herdar o título de Grão-Duque.’

Assim, Igmeyer não precisaria se preocupar em ter herdeiros.  

Reconfortado por esse pensamento, ele se espreguiçou, pronto para encerrar um dia exaustivo.

— Eu cuidarei do nosso pequeno hóspede.

— Obrigada.

Huvern pegou a criança, e Igmeyer carregou Amber nos braços.  

Era hora de dormir.  

Na manhã seguinte, após o treino, Igmeyer recebeu uma visita inesperada.

Era Nicholas.  

— O que te traz ao campo de treino?

— Haha, tenho algo a lhe dizer. Acho que chegou a hora de eu partir.

— Ah?

Isso, de fato, era uma ótima notícia.

Visivelmente satisfeito, Igmeyer tomou um gole d’água enquanto Nicholas mantinha seu sorriso sereno.  

— Ontem, você me deu uma lição valiosa. Aprendi muito e, acima de tudo, obrigado por poupar minha vida. 

— Affff.

Igmeyer resmungou, como se quisesse deixar claro que não tinha a intenção de salvá-lo. Se Amber não estivesse presente, provavelmente não teria sido tão misericordioso.

Esses pensamentos fervilhavam até Nicholas continuar:  

— Pensei em viajar pelo norte e transformar minhas experiências em um romance. Assim, quem sabe, evitar que outras pessoas passem pelo que passei.

— Um romance, hein?

Não era má ideia. Mas não deixaria que o fizesse de graça.  

— Se uma parte dos lucros fosse doada a Niflheim…

— Te dou 30% dos lucros. Que tal?

— 40%.

— Fechado.

Igmeyer franziu a testa. Embora tivesse aumentado a porcentagem apenas por implicância, Igmeyer ficou irritado com a facilidade da aceitação. Ainda assim, não havia motivo para recusar o dinheiro.

— Parece que você tem um espírito aventureiro.

— Sim. Para ser sincero, me cansei de Shadroch e achei que vir para cá foi uma boa decisão. Cumprir meus anos de serviço médico aqui é mais gratificante. Há muitos médicos talentosos que eu gostaria de ensinar.

Presunçoso para um recém-formado, pensou Igmeyer. 

Mas era verdade que os padrões médicos no Norte eram inferiores aos de um médico recém-qualificado em Shadroch, como Nicholas.

Independente de como se sentia em relação a ele, suas habilidades eram inegáveis.  

— Já conversou com a Amber sobre isso?

— Estava indo fazer isso agora.

Diante do sorriso tranquilo de Nicholas, Igmeyer resmungou:  

— Vou te dar uma carta que garantirá passagem livre. Mostre com a licença médica, e os postos militares lhe darão comida e hospedagem. Isso deve reduzir bastante seus gastos.

— Agradeço. Farei bom uso disso.

A ideia de Nicholas partir tão cedo provocou um sentimento estranho em Igmeyer, mas não era totalmente desagradável.  

‘Se ele pudesse ir embora amanhã, seria perfeito.’

Ele sorriu com esse pensamento.

Se a presença de Nicholas havia trazido alegria a Amber, então sua visita já tinha valido a pena, mesmo que ela sentisse alguma saudade.

Horas depois, Nicholas se ajoelhou diante de Amber e beijou o dorso de sua mão — um gesto de respeito a uma princesa.

— Saber que está feliz me tranquiliza. Acredito que continuará assim.

— Nick… estou triste, você já vai embora.

— Mas não estou deixando o Norte. Se precisar de algo, escreva. Ficarei pelo menos dez dias em cada local durante meu serviço médico. Também lhe enviarei cartas.  

Amber sentiu um aperto no coração, mas sabia que não podia reter um convidado para sempre.  

Naquela tarde, Nicholas partiu, e o castelo voltou à sua habitual tranquilidade.

Sua despedida, com seus jovens e belos servos, deixou mais gente triste do que apenas Amber.

Mas, como diz o ditado, quando uma porta se fecha, outra se abre.  

Antes mesmo que o quarto de Nicholas fosse esvaziado, um mensageiro chegou trazendo uma notícia monumental: a família real planejava uma visita.

Chamavam de “visita”, mas todos sabiam a verdade, era uma inspeção disfarçada, para monitorar se Amber estava grávida.  

 

(Elisa: E agora os problemas começam. A paz acabou.)

Continua…

Tradução: Elisa Erzet 

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Amber, era uma princesa tão linda quanto uma fada.
Seu marido, que viveu como mercenário, era muito diferente dela em todos os sentidos.
Devido a um casamento forçado, Amber caiu em desespero. Ao longo dos anos de seu casamento, se ressentia veementemente de tudo sobre seu marido.
No entanto, quando ele encontrou seu fim tentando protegê-la e ao filho que ela estava esperando, Amber foi tomada pelo arrependimento e desejou voltar no tempo…
O ponto de partida da regressão foi a noite de núpcias.
— Você não olhou para mim nem uma vez durante o banquete do casamento, pensei que estivesse chateada por se tornar esposa de um homem humilde.
Ela já era como cinzas queimadas, mas ele parecia um espírito de fogo dançando sobre as ruínas.
O abraço dele era forte demais para suportar, então Amber desviou finalmente o olhar.
🌸🌸🌸
‘Foi só após te conhecer que percebi que havia um vazio dentro de mim. E então fiquei feliz, sabendo que você vai completar esse vazio.
Mas conforme essa parte em mim era preenchida, fui ficando mais ganancioso.
Ah, se eu fosse um pouco mais perverso, eu teria devorado você inteira.
 
Ps: Meu outro maridinho

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