Ler Lamba-me se puder – Capítulo 99 Online
— No Dia de Ação de Graças?
Surpreso, Koy apenas repetiu as palavras de Ashley. Ele sorriu e acrescentou:
— Sim. Quer dizer, se você não tiver outros planos.
— Ah, não… Claro que não.
Koy respondeu rápido demais e logo abaixou a cabeça, envergonhado.
— Você sabe que não tenho mais nenhum amigo além de você…
— Amigo? — Ashley pegou a palavra no ar imediatamente.
— Quis dizer… namorado. — Koy se corrigiu às pressas.
Só então Ashley voltou a sorrir antes de encarar novamente a estrada. Passando pelos carros que se alinhavam no portão principal, ele entrou pelo acesso exclusivo dos moradores e dirigiu em direção à mansão, perguntando:
— E o que vamos fazer no Dia de Ação de Graças? Tem algo que você queira comer?
— Hm… — Koy pensou um pouco antes de perguntar com cuidado: — Podemos comer peru assado?
— Claro. — respondeu Ashley sem hesitar, soltando logo em seguida uma risadinha. — Mas isso não é meio sem graça?
— Ah… —
Na verdade, Koy não sabia dizer. Conhecia o prato apenas por fotos e vídeos; nunca tinha visto um de verdade.
— M-mas, ainda assim… no Dia de Ação de Graças já é tradição comer peru, né?
— Como um bolo de aniversário? Tá certo, entendido. — Ashley riu novamente.
Mas Koy não conseguiu responder. “Bolo de aniversário” também era algo que ele nunca havia experimentado.
‘Se o Ash descobrir tudo sobre mim, o que será que vai pensar…?’
O pensamento lhe atravessou de repente, mas logo Koy balançou a cabeça. ‘Não… Ash nunca julgaria alguém por causa disso. Ele já disse tantas vezes que gosta de mim.’
‘Duvidar de Ash seria falta de respeito.’
Mudando de ideia, Koy tomou coragem e falou:
— Eu… nunca comi peru assado.
— É mesmo?
Para sua surpresa, Ashley deixou passar como se não fosse nada importante.
— Depois que você experimentar desta vez, não vai querer comer de novo.
Koy ficou um pouco atordoado ao ver que ele, que havia sorrido para ele antes, agora olhava novamente para a frente. Logo, um sorriso surgiu nos lábios de Ashley e ele disse, sentindo-se emocionado:
— Sério?
— Sério. Mas depois não venha todo arrependido.
— Duvido.
Koy soltou uma risada alta. Ashley lançou-lhe um olhar de relance e continuou encarando a estrada, com o mesmo sorriso nos lábios.
‘Então é a primeira vez dele comendo peru assado.’
Mais uma vez, Ashley sentiu um impulso de ternura por ele, mas logo essa sensação foi substituída por outro sentimento. Haveria muitas coisas que poderiam compartilhar dali em diante. Todas as suas primeiras vezes seriam juntos.
— Será que eu devo pedir para fazer um bolo também? — perguntou Ashley.
Koy assentiu imediatamente:
— Sim, quero um bolo de chocolate.
— Certo, vamos fazer isso.
Mais uma vez, Ashley respondeu sem hesitar. Ele adorava ver Koy sorrir. Se fosse para mantê-lo feliz, ele faria qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.
***
— Obrigado por hoje também, Ash.
Como de costume, Koy se despediu de Ashley depois que ele o deixou na beira da estrada.
— Obrigado por me convidar para o Dia de Ação de Graças.
Antes de se separarem e trocarem um beijo, Ashley sorriu ao ouvir isso. Naturalmente, abraçou Koy pela cintura e, quando Koy levantou o rosto, Ashley falou:
— Não quer passar a noite aqui?
— Hã?
Surpreso com as palavras inesperadas, Koy arregalou os olhos, mas Ashley sorriu e disse:
— Vamos ficar acordados a noite toda, assistir a um filme e curtir juntos. Que tal?
Claro que isso era apenas algumas das coisas que Ashley tinha em mente. Ele queria passar o primeiro Dia de Ação de Graças com Koy de uma forma inesquecível. Koy, sem saber nada disso, apenas piscou os olhos confusos e assentiu timidamente. Ashley sorriu novamente, deu um beijo carinhoso, e Koy fechou os olhos, correspondendo com todo empenho.
—Vá com cuidado
— Até amanhã.
Com dificuldade, eles seguraram a vontade de não se separar e se despediram. Só depois de trocarem mais dois beijos é que finalmente se afastaram. Como sempre, Koy saiu correndo sem olhar para trás. Se olhasse apenas uma vez, sabia que não resistiria à tentação de voltar correndo para os braços de Ashley.
Chegando em casa, finalmente conseguiu recuperar o fôlego. Como de costume, antes que o pai chegasse, tomou um banho rápido, lavou e pendurou as roupas e então se deitou na cama.
Foi só depois que Koy conseguiu acalmar o coração acelerado e refletir sobre o que havia acontecido. Mas, ao recordar cada detalhe do dia, seu peito começou a palpitar novamente.
‘Dia de Ação de Graças…’
Koy não conseguia adormecer, revirando-se na cama. Era a primeira vez que passava um feriado com alguém. Lembrava vagamente de ter passado alguns feriados com a família quando era muito pequeno, mas a lembrança era tão vaga que quase não restava memória alguma.
Com Ash…
Quanto mais pensava nisso, mais seu coração se agitava. Porém não era só isso.
‘Não quer passar a noite aqui?’
A voz de Ashley ecoou claramente em seus ouvidos.
‘Isso deve significar alguma coisa, certo?’
Koy não conseguia pensar em mais nada. Já faz quase dois meses desde que começaram a namorar. Até então, Ashley só havia dado beijos ou tocado sua bunda.
Koy sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que tomar uma decisão sobre isso.
Ele se virou de novo na cama, incapaz de controlar o coração acelerado. ‘Talvez desta vez Ash queira levar nossa relação adiante.’
Era uma suposição bastante plausível. Koy sabia que Ashley vinha se segurando muito até agora. Além disso, eles já haviam feito promessas de casamento. Não fazia sentido manterem as coisas apenas nos beijos. Não estavam mantendo votos de pureza até o casamento, então por que esperar até se tornarem adultos?
Acima de tudo, Koy já tinha visto com os próprios olhos o quão saudável Ashley era como garoto adolescente.
Até mesmo tocar na “anaconda”…
Koy engoliu em seco e segurou o coração acelerado. ‘Se eu o amo, não posso ter medo. Ash tem se controlado por mim até agora. Agora é minha vez de ter coragem.’
— Fuuuu…
Soltando um suspiro trêmulo, Koy finalmente tomou sua decisão. O Dia de Ação de Graças seria na próxima semana. Precisava agir rápido. Ele assentiu, determinado.
‘Comprarei um preservativo amanhã.’
***
No dia seguinte era fim de semana. Coberto com máscara e moletom com capuz, Koy pedalou até a cidade vizinha e entrou na loja que havia pesquisado, dando uma olhada ao redor.
O item que ele queria comprar, por azar, estava bem na frente do caixa. Ele não tinha coragem de escolher ali na frente de outras pessoas, então começou a dar voltas pela loja várias vezes. Claro, qualquer um que o visse acharia suspeito.
— Ei, moleque, o que você está tentando comprar?
De repente, uma sombra enorme bloqueou seu caminho, e Koy engoliu em seco, recuando assustado. O funcionário da loja olhava para ele com uma expressão severa.
— E-eu… é que… bem…
Koy começou a gaguejar sem perceber. Atrás do funcionário, um relógio de parede indicava que o tempo passara rápido; logo seu turno de trabalho começaria. Ele precisava comprar e voltar o quanto antes.
Engoliu em seco, mas não conseguiu emitir som algum. O funcionário parecia prestes a chamar a polícia. Isso não podia acontecer de jeito nenhum. Se alguém descobrisse que ele foi abordado suspeito de algo só por comprar preservativos, não só seria humilhado, como poderia levar uma surra enorme do seu pai.
‘Fala logo, fala logo, fala logo!’
— E-então, eu… bem…
— O quê? — rosnou o funcionário.
A cabeça de Koy girava, e tudo ao redor parecia confuso. Tenho que falar, tenho que falar, fala logo!
Naquele instante, o tilintar de uma campainha soou atrás dele, e em pânico, Koy gaguejou:
— P-perdão… Jontex!
— Como?
Tanto o cliente que acabara de entrar, quanto o funcionário, franziram o rosto em confusão. Koy ficou pálido e arregalou os olhos.
***
— Uahahahaha!
O funcionário agarrou a barriga de tanto rir, batendo no balcão. Koy, com o rosto totalmente vermelho, estava em frente à prateleira de preservativos, suando frio. O cliente recém-chegado era um senhor de cabelos brancos, que se aproximou de Koy e começou a explicar cada produto de forma gentil.
— Este aqui tem cheiro de morango. A textura é muito boa, é um produto bem feito. O de banana não é lá essas coisas. Experimente depois os que têm saliências assim. Para iniciantes, o básico é sempre o melhor. Sempre… —
— Sr. Ferguson, não precisa explicar com tantos detalhes assim.
O funcionário disse isso enxugando as lágrimas. Koy apenas abaixou a cabeça e murmurou um tímido “sim, sim”.
O senhor sorriu gentilmente e perguntou:
— E então, qual você mais gostou?
Na verdade, Koy não fazia ideia. Nunca imaginou que existissem tantas variedades. Ele apenas pensava que bastava pegar um grande. Lembrando o que aprendera nas aulas de educação sexual, ele perguntou:
— E-eu… o tamanho que se encaixa melhor é o mais importante, certo?
— Claro! Não precisa ficar envergonhado ao escolher. Está tudo bem; usar preservativo é um ato muito responsável. Você precisa deixar sua namorada tranquila.
O senhor bateu levemente no ombro de Koy. Com aquele incentivo, ele ganhou um pouco de coragem. Relembrando as explicações gentis, Koy finalmente escolheu um item da prateleira.
— Ah, isso mesmo. Escolheu bem.
O senhor elogiou Koy por ter escolhido o preservativo com cheiro de morango. Um pouco mais confiante, Koy perguntou ao funcionário:
— Esse é o tamanho maior?
O funcionário olhou rapidamente para baixo de Koy antes de responder:
— Isso deve ser suficiente, sim.
Claro. Para o que Koy precisava, aquele tamanho já bastava. Mas a realidade era outra.
— E-eu, será que…
Koy engoliu em seco e abriu a boca. Para falar a próxima frase, precisava de uma coragem enorme:
— …Existe preservativo grande o suficiente para caber uma anaconda?
De repente, um silêncio tomou conta do lugar, e os olhares dos dois homens se fixaram na parte da frente da calça de Koy. Ele sentiu uma vontade urgente de sair correndo da loja e se esconder em algum lugar onde ninguém pudesse encontrá-lo.
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Continua….
Tradução: Ana Luiza
Revisão: Thaís
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Em breve será disponibilizado uma sinopse!
Nome alternativo: Kiss Me If You Can