Ler Caminhando sobre às águas – Capítulo 54 Online
De pé no estúdio vazio, olhei fixamente para o nada onde nossos olhos tinham se encontrado. Talvez por eu ter aumentando o volume da música um zumbido ressoou no silêncio. Despejei a água gelada na minha garganta inchada e voltei a atenção para os vestígios do ato sexual.
Depois de olhar para os lençóis suados e as toalhas cheias de sêmen sobre a cama, era algo que alguém tinha que fazer, então eu apenas os juntei em um canto. Apaguei as luzes do estúdio, joguei os preservativos usados na lata de lixo e amarrei o saco de lixo.
Encontrei algo para fazer, mas fora isso, tudo estava organizado calmamente no lugar. No entanto, quando fui deixado sozinho naquela sala silenciosa, lembrei-me do primeiro dia em que visitei o estúdio de Glenn McQueen.
Naquele dia, a tagarela Janine desapareceu do estúdio e eu fiquei sozinho, olhei para a estante que preenchia uma parede e caminhei até ela como se algo me atraísse. Peguei alguns livros, dei uma olhada na pornografia gay e avistei filmes franceses do movimento Nouvelle Vague.
Lembrei-me claramente do que McQueen havia dito naquele dia.
“De fato Delphine Seyrig era linda, Mas eu pessoalmente, prefiro o monólogo débil e solitário de Giorgio Albertazzi. A voz dele era muito sexy.”
O homem alto e, até então, desconhecido, veio até mim e disse isso em um tom calmo inexpressivo. E as primeiras palavras que ele disse enquanto olhava nos meus olhos.
“Você parece bem melhor pessoalmente do que nas fotos. É bem atraente.”
Era engraçado que eu me lembrasse disso como se tivesse dado sentido desde o início, embora fosse uma lembrança trivial.
Enquanto estava na frente da estante, olhando para algumas capas com o logotipo da McQueen Entertainment, um nome familiar chamou minha atenção. Era um longa-metragem porno intitulado de “Perfeição”.
Cerca de dois meses atrás, vi um pôster pendurado na parede enquanto ajudava Janine a mover alguns painéis para decorar o saguão. Ela disse que o filme porno ganhou prêmios no GayVN, uma cerimônia de premiação de pornografia gay.
Pensando bem, eu nunca tinha visto um único filme de McQueen. Tinha visto a capa de um filme no qual ele atuou quando era jovem, mas isso é apenas o seu passado. Era o filme porno em minhas mãos que me remetia ao estado presente de McQueen.
Eu não pretendia julgá-lo por seu talento, mas queria saber se a pornografia que ele fazia era decepcionante ou satisfatória. Olhei fixamente para a caixa do DVD para ver se havia algum traço de esforço que expressasse a ‘perfeição’ nela.
Os corpos bonitos de vários homens foram estampados em um fundo branco. Os nomes do elenco estavam escritos na capa, com Glenn McQueen no centro e Ryan Tesla à esquerda. Esse era um nome que eu ouvi sair várias vezes da boca de McQueen. Ele também era o pai de uma garotinha que era esplendidamente bonita.
Quando olhei para os olhos azuis impecáveis de Ryan Tesla, ouvi as vozes das pessoas subindo as escadas além da porta.
Naquele momento, coloquei o DVD que estava segurando na bolsa por motivos que eu nem sabia. Só depois de fazer isso, percebi que o que estava fazendo era praticamente um roubo.
Meu coração disparou e eu rapidamente fechei minha bolsa, exalando uma respiração trêmula. Me virei com o rosto pálido, ao som da porta se abrindo atrás das minhas costas. Janine, que entrou no estúdio, arregalou os olhos e olhou para mim.
— Esperou muito?
— Uhm? … Nã…
— Está ficando escuro, então eles tiveram que trocar as luzes.
Janine estava na frente do elevador segurando uma rede de lavanderia com lençóis e toalhas.
— Espere um minuto aqui. Estarei de volta em breve.
Acenei para Janine, que falou comigo, mas segui com os olhos as costas de McQueen, que havia acabado de voltar para o estúdio digitando em seu laptop. Não tivemos tempo nem de nos cumprimentar, mas nem ele nem eu pareciamos ter pressa de falar um com outro.
Mesmo depois que o jovem de cabelos castanhos que tinha atuado como passivo partiu, Lancer permaneceu no estúdio e olhou para as imagens na tela da câmera. Ele pegou a câmera e caminhou até mim.
— Acabamos de firmar isso, você gostaria de ver?
— Não.
— O passivo é… Para ser honesto, não foi bom. Não há tantas pessoas como Tommy, a maioria reage tanto quanto um sapo morto.
Enquanto eu ria sem jeito com suas palavras, ele continuou esfregando meus ombros e falando.
— Venha me visitar um dia desses. Eu não te disse? Eu e um conhecido montamos um escritório de compras e vendas no eBay. Bem, estamos apenas no começo, então eu mal consigo pagar o aluguel. Venha quando tiver tempo, ele é gay e é seu fã, Tommy.
Quando ri sem graça por causa da palavra “fã”, Lancer também riu até uma covinha na bochecha esquerda se tornar aparente.
— Bem, eu realmente não quero ser famoso, mas fãs são fãs. Eu não odeio as pessoas que se aproximam de mim dizendo serem meus fãs… Você cortou o cabelo!?
Ele disse tocando suavemente minha franja curta com as mãos.
— Cabelo curto é melhor.
— Você acha?
— Minha franja estava um pouco grande, estava cobrindo meus olhos e desse jeito, eu pareço um pouco mais jovem, meus olhos também estão claramente visíveis agora, então acho melhor assim.
Lancer, com os olhos semicerrados, abaixou a cabeça e colocou o rosto bem na frente do meu nariz.
— Alguém já te disse que seus olhos têm um formato estranho?
— Não.
— Não, é?!
Ele puxou os cantos dos olhos com as pontas dos dedos e piscou.
— É mais ou menos assim.
Ele esticou os olhos e os abriu bem, mas não podia dizer o que diabos era aquilo. Era a primeira vez que eu ouvia uma opinião sobre minha aparência e ouvia tais palavras dessa pessoa na minha cara. Eu me senti um pouco desconfortável com a imitação dele, então cocei a ponta do nariz para cobrir o rosto com a mão. Nesse momento, Jack Black, que tinha acabado de organizar as coisas, olhou para nós enquanto passava.
— Só porque vocês transaram já conseguem se entender só pelo olhar? Que tipo de relação tem esses dois?
— Não.
— Hm? Tommy, você não precisa mentir.
Os lábios de Jack Black estavam sorrindo. Taylor ao lado de Jack Black sorriu também.
— A intimidade depois do sexo parece ter sido instantânea.
O estranho sorriso de Jack Black se aprofundou com o que Taylor acrescentou. A risada deles foi desconfortável porque eu também senti algum interesse nas ações de Lancer. Em vez de tomar uma atitude ativa diante do mal-entendido de Taylor e Jack, Lancer apenas riu vagamente.
Fomos para um restaurante chamado Akmer perto de East Village. Foi o lugar onde Janine e eu jantamos pela primeira vez há muito tempo e descobrimos que tínhamos frequentado a mesma escola primária. Um total de sete pessoas, incluindo Lancer, se mudaram para o restaurante para o que parecia um jantar empresarial.
Jack e Taylor, Liam e Janine entraram no restaurante e se acomodaram primeiro, então eu, McQueen e, finalmente Lancer, sentamos à mesa ao lado deles.
McQueen sentou-se na diagonal na minha frente e olhou para o menu. Ao contrário da atmosfera barulhenta e amigável da mesa ao lado dele, a mesa onde ele, eu e Lancer estávamos era tão silencioso quanto um grupo de estranhos.
Ele pegou o cardápio, chamou a garçonete e fez o pedido, então lentamente esfregou o queixo, onde a barba começava a escurecer.
Abri a boca enquanto olhava para a ruga profunda entre as suas sobrancelhas, a respiração ofegante e os lábios separados de McQueen enquanto tossia.
— Ouvi dizer que você estava doente.
McQueen, que estava sentado obliquamente na cadeira, olhando para a mesa vazia, ergueu os olhos e olhou para mim.
— Onde… acha que pegou?
Eu havia transferido o resfriado. Queria que ele entendesse o significado das minhas palavras hesitantes, eu estava me desculpando cautelosamente.
— Essa epidemia de gripe é bastante forte.… Não sei exatamente aonde peguei.
McQueen, que demorou um pouco para responder, brincou com o copo de água.
— Acho que deveria ter ido para o hospital ou tomado um pouco de mulled wine.
—…
— Ouvi dizer que Edd também estava doente. Melhorou?
No final da frase, McQueen inclinou os cantos dos lábios e sorriu um pouco. Seu rosto estava um pouco vermelho devido a febre e sua voz estava um pouco rouca. Mas, diferentemente de um tempo atrás, o humor de McQueen parecia ter se suavizado um pouco. Eu também ri um pouco, era engraçado ver como seu humor e modo de agir me afetaram.
Esperava que esse sorriso fosse uma resposta decisiva à pergunta de McQueen: “Você gosta de mim?” Quer eu gostasse dele ou não, eu não tinha intenção de ser humilhado.
— Sim. Estou muito melhor.
— Uh? Você estava resfriado?
— Estou quase curado agora.
Lancer interrompeu a história e estendeu a mão, para tocar minha testa.
— Sua febre não está alta?
— Só um pouco febril.
— Se você está resfriado… Não vai poder beber, né? Eu ia pegar umas bebidas para a gente beber.
— Ugh, o que pretende fazer depois que ele beber?
Jack Black, que estava sentado ao lado de Lancer, iluminou os olhos.
— O que você quer dizer…?
Lancer estalou a língua e fez uma careta, por causa do interesse persistente.
Continua…
Ler Caminhando sobre às águas Yaoi Mangá Online
Este romance conta a história de Ed Talbot, um jovem de vinte e quatro anos que herdou uma dívida com um agiota.
Por acaso, ele acaba se envolvendo no mundo dos filmes pornôs gays amadores dirigidos por “Straight”.
Inicialmente, Ed pretendia se afastar da indústria após gravar apenas um vídeo de masturbação solo, mas sua mentalidade começa a mudar ao conhecer Glenn McQueen.
Glenn McQueen é um homem que comanda dezenas de produtoras de filmes pornográficos. E Ed, sem perceber, acaba se apaixonando por esse homem experiente e libertino.
Nome alternativo: Walk On Waterwow