Ler Caminhando sobre às águas – Capítulo 53 Online

Modo Claro

—… Apenas diga a ele para não se preocupar, afinal ele está doente.

[Ele deve estar querendo aproveitar o fim do verão. Venha para o jantar. Vou usá-lo como desculpa para McQueen me pagar algumas bebidas.]

— Ele não deveria descansar?

[Não. Ele não conseguiu filmar hoje, mas vamos ter que trabalhar de qualquer forma. Afinal, temos uma filmagem para Lancer e Mark amanhã.]

Entrei na sala enquanto ouvia a voz alegre de Janine. Empa, que estava bebendo no pote a água gelada, correu em minha direção como se quisesse arranhar o chão. Depois de terminar a ligação, peguei Empa nos braços e me deitei na cama.

Empa costumava se esconder de mim no passado, mas ultimamente, ela parecia estar se sentindo muito solitária ao passar o dia todo sozinha nesta casa quente. Abracei Empa, que lambeu meu queixo com a língua áspera, e olhei para o teto.

Naquela noite saí da casa de McQueen como se estivesse fugindo, e agora não tinha confiança para enfrentá-lo com calma. Além disso, ele até pegou meu resfriado.

Ironicamente, enquanto eu relutava em mover meu corpo, uma cócega incontrolável arranhou meu coração. Se essa sensação se devia ao resfriado que compartilhamos, minha condição era pior do que eu imaginava. Se queria estar em um relacionamento ou diminuir a distância entre eu e McQueen, esse não era um bom momento. Quanto mais pensava em que tipo de expressão eu faria quando encontrasse McQueen, menos confiante me sentia.

 

***

 

Talvez por causa dessa falta de confiança, enquanto me dirigia ao edifício de McQueen, minha mente estava em um irritante cabo de guerra entre o desejo de querer se atrasar e o desejo de querer chegar rápido. A situação da estrada, que estava sempre lotada, estava inesperadamente boa. Saí cedo devido ao congestionamento do trânsito, e graças a isso, cheguei ao edifício de McQueen 30 minutos antes do esperado.

Quando vi o nome dele gravado na placa em frente ao escritório, tive medo que meu coração explodisse. A primeira coisa que vi quando entrei no interior da sala, depois de empurrar a porta, foi uma escultura de Jennifer Jack Black. A propósito, a escultura deveria lembrar Janine, mas o rosto distorcido da estátua olhando para o nada com as duas mãos nas têmporas me lembrava Jack Black.

Enquanto subia para o estúdio, ouvi uns gemidos vindo de dentro. Eles estavam filmando. Ouvi de Janine que Lancer participaria da filmagem.

Entrei, sentindo o ar interior condensado pela tensão. Não queria incomodá-los, então ignorei o calor exagerado, sentei em um banquinho de canto e coloquei fones de ouvido. Pude ver as costas de McQueen à distância. Ele estava sentado em um ângulo reto com as pernas cruzadas no banco, assistindo ao sexo alucinante. Foi quando eu prendi a respiração e observei as imutáveis costas de McQueen, enquanto ouvia música.

— Alô, Terra pra Edd.

Um dos fones do meu ouvido caiu e ouvi uma voz abafada. Quando levantei a cabeça, Janine estava sorrindo, enquanto balançava um copo com gelo na minha frente.

— Oh, oi.

—  Acabou de chegar? Devia ter me chamado.

— Estão filmando, não quis atrapalhar.

Apontei com os olhos para os caras que estavam filmando na cama perto da janela.

— Ah, a primeira filmagem de Mark atrasou um pouco. É a primeira vez dele como passivo. Depois de filmar o episódio solo ele fez o Bottom imediatamente, então o progresso foi um pouco lento.

Dei uma breve olhada neles, através da câmera do cinegrafista. O homem que estava atuando como bottom pela primeira lutava para aceitar Lancer. O rosto do homem, em uma mistura de dor e constrangimento, parecia jovem. Quando vi seu rosto, sabia que o pênis que penetrava em seu corpo também bagunçava sua mente.

Eu queria colocar os fones de ouvido, mas não conseguia fugir dos gemidos ou ignorar a presença de Janine. Envergonhado por estar vendo a intimidade explícita de outras pessoas, me levantei da cadeira e agarrei a mão de Janine.

Sentei-me na escada em espiral do lado de fora da porta e peguei o copo que Janine tinha me oferecido. Era um chá gelado que tinha gosto de maçã verde com muito açúcar.

— Como está o seu resfriado? Tá melhor?

— Mais ou menos.

— Cortou o cabelo? Tá curto.

— Tá muito quente.

Era início de setembro, mas fazia um calor escaldante durante o dia, então Janine apenas deu de ombros e não disse nada.

— O que quer comer? Nós vamos logo depois que as filmagens terminarem.

— Eu estava pensando… Nada em especial.

— Sério? Então eu vou pedir a ele para ir a um lugar onde frequentemente estou indo.

Quando vi Janine tomando o chá gelado, lembrei-me do trabalho ‘Cego pela loucura’ no saguão do primeiro andar.

— Jack Black… Não, Jennifer, o que ele disse?

— Hum?

— A escultura no saguão.

Janine olhou para mim com seus olhos semicerrados como se quisesse entender o significado das palavras. Ela pareceu perceber depois de algum tempo que Jack Black estava ausente, quando o trabalho foi lançado. Janine sorriu amargamente com um rosto sério.

— As coisas ficaram um pouco estranhas.

— Estranhas, por quê?

— Isso é um pouco. Hmmm, a escultura do no saguão se tornou um tabu entre nós.

Dizendo algo incompreensível, Janine sorriu vagamente.

Ela virou a cabeça para a súbita explosão de risadas do outro lado da porta. Houve um barulho alto como se a filmagem tivesse acabado ou estivessem fazendo uma pausa. Janine que abriu um pouco a porta e olhou para dentro, puxou minha manga e disse.

— Vamos entrar. As filmagens terminaram.

Quando entrei no estúdio, o homem que havia terminado de filmar seu primeiro episódio como passivo estava limpando o sêmen da boca com uma toalha, com uma expressão de libertação, alívio e desgosto.

Ele era de estatura média, com cabelos castanhos claros e era bem bonito. O homem que havia sido empurrado até isso sem tempo para hesitar suspirou enquanto olhava para a toalha com o rosto rígido. A câmera o seguiu, quando ele se levantou do assento e cambaleou. Ele olhou para a câmera de Jack Black com olhos perplexos, como se não soubesse sobre a cena de bastidores, então logo desistiu e caminhou até o banheiro.

— Você está aqui? Agora aparece mesmo que não seja para gravar?!

Lancer, que caminhava em minha direção sem esconder o pênis semi-ereto, deslizou a mão pelo meu ombro e sorriu.

— Como você tá?

— Bem.

— Eu ia entrar em contato, mas estava um pouco ocupado.

Talvez ele estivesse se exercitando enquanto estava ocupado, parecia ter perdido peso e os contornos de seus músculos ficaram mais definidos do que antes. O suor brilhava como se um pouco de verniz tivesse sido borrifado sobre sua pele bronzeada. Limpando o suor que escorria, Lancer disse.

— Estarei de volta depois de tomar um banho, então, por favor espere. Tem algo que quero te dizer.

Rindo das repreensões de Janine que dizia para ele se cobrir, Lancer deliberadamente sacudiu as costas e entrou no chuveiro.

— Ah? Você está aqui?

— Ouvi dizer que McQueen deve um favor a Tommy. Graças a você, parece que vamos ter um ótimo jantar?

Liam e Taylor disseram, me examinando de cima a baixo com as câmeras nas mãos.

— Não que te diga respeito…  Mas ele não me deve nada.

— De qualquer forma, obrigado pela ajuda. Faça ele comprar algo caro.

Meu jantar com McQueen parecia ter sido reconhecido como um jantar oficial da empresa. Pensei que seria um fardo para nós dois ficarmos sozinhos, mas fiquei chateado quando me dei conta que todos viriam com a gente.

Sentei-me no sofá ao lado da cama e cocei minha nuca. Abaixei a cabeça enquanto observava as costas de Glenn McQueen, que estava assistindo ao último episódio na LCD da câmera. Taylor disse olhando para o jovem e para Lancer, que terminaram de tomar banho.

— Esperem um minuto. Eu preciso me preparar para a sessão de fotos lá fora.

— Okay.

Lancer e Mark, Taylor e Liam com as luzes softbox, e McQueen entre eles. Ele não olhou para mim, talvez tenha me ignorado ou nem percebeu que eu estava ali. Ele virou a cabeça enquanto observava o grupo subir às escadas que levavam para fora. McQueen, que fez contato visual sem nenhum sinal de surpresa ou constrangimento, não demonstrou nenhuma reação, exceto por uma breve saudação em silêncio, como se evitasse meu olhar. Ele estava gripado, então parecia um pouco cansado.

Quando nossos olhos se encontravam, era eu quem sempre evitava o contato visual, mas desta vez ele virou a cabeça primeiro. Minha impaciência, que esperava esse momento com medo, foi uma conclusão ridícula. “É porque ele sabe que eu gosto dele ou porque ele acreditou nas minhas palavras superficiais sobre eu não gostar dele? Ou então, talvez, porque aquele dia não tinha significado nada para ele?” Eu não queria dar muito significado a isso, mas meu rosto endureceu.

 

 

 

 

Continua…

 

 

Ler Caminhando sobre às águas Yaoi Mangá Online

Este romance conta a história de Ed Talbot, um jovem de vinte e quatro anos que herdou uma dívida com um agiota.
Por acaso, ele acaba se envolvendo no mundo dos filmes pornôs gays amadores dirigidos por “Straight”.
Inicialmente, Ed pretendia se afastar da indústria após gravar apenas um vídeo de masturbação solo, mas sua mentalidade começa a mudar ao conhecer Glenn McQueen.
Glenn McQueen é um homem que comanda dezenas de produtoras de filmes pornográficos. E Ed, sem perceber, acaba se apaixonando por esse homem experiente e libertino.
Nome alternativo: Walk On Waterwow

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