Ler Deseje-me se puder – Capítulo 196 – Extra 01 Online

Grayson se movia apenas com o quadril, entrando e saindo de dentro dele. A cada investida profunda, parecia sentir seu pênis rígido pressionando por dentro, sob o abdômen musculoso de Dane.

— Aí, aí, aí… ah!

Dane soltou um gemido rouco. O sêmen subiu até a ponta do seu membro. Grayson, incapaz de conter a excitação, se ergueu abruptamente e ainda conectado a Dane, apertou com força os dois peitos dele.

‘Agora. Agora. Agora. Agora.’

— Aaah…!

Com um grito vindo das profundezas, o movimento parou de repente. O corpo musculoso estremeceu em espasmos enquanto o suor escorria. Do pilar enterrado profundamente, jorrou uma grande quantidade de sêmen. Ele preencheu a pequena ambrosia até transbordar com seu fluido. Uma mistura de satisfação e esgotamento pairou sobre ele, e seus lábios se curvaram num sorriso bobo. “Hehehe.” Rindo sem forças, Grayson ficou ali parado por um instante e então, com os olhos embaçados, olhou para baixo.

O rosto de Dane apareceu em seu campo de visão. Grayson tentou sorrir e abrir a boca para chamar seu nome, mas naquele exato momento, algo chamou sua atenção.

Dane estava cuspindo sangue.

‘Hã?’

— DAAANEE!!!

O rosto de Grayson, que até segundos antes sorria, se transformou numa expressão de puro horror. Ele gritou em choque, esquecendo completamente que Virgínia ainda estava dentro da ambrosia de Dane.

O membro, que estava parcialmente fora, foi subitamente empurrado com força para dentro por conta do movimento brusco de Grayson. Um som surdo ecoou no ar: poc.

— …?

De repente, algo quente respingou no rosto de Grayson. Surpreso, ele fechou os olhos por reflexo e franziu o cenho. Era uma quantidade considerável de fluido. Grayson ficou coberto por um líquido viscoso e pegajoso, que só cessou após um momento. Só então ele conseguiu abrir os olhos novamente.

Nada havia mudado.

Dane continuava ali, pálido como um fantasma, cuspindo sangue e jogado sobre a cama. E Grayson continuava sentado, com o pênis ainda inserido dentro do outro.

Tudo permanecia igual – exceto pelo sêmen de Dane que agora cobria o rosto de Grayson, respingado por todo seu corpo e por vários pontos do colchão.

— Dane…!

Grayson, agora totalmente em pânico, segurou a cabeça com as mãos. Mas ele sabia: só ele podia resolver aquela situação. Desesperado, começou a limpar os fluidos espalhados, ajeitou as roupas de Dane, ligou o ventilador para purificar o ar… Fez tudo o mais rápido possível. Enquanto isso, Dane permanecia inconsciente, mole, sem reagir.

***

“O prazer tem seu preço.”

Dane estava deitado na cama, o rosto pálido, aprendendo essa lição de vida da maneira mais dolorosa possível.

— Como isso aconteceu?

O médico, agora completamente pálido, perguntou num tom elevado. Era compreensível – seu paciente, que parecia estar se recuperando bem, de repente começou a vomitar sangue, e agora tinha hematomas escuros por todo o torso. Ele examinou cada parte do corpo de Dane, perplexo.

— Você estava só deitado na cama! O que, em nome de Deus, aconteceu? Você caiu? Se machucou? Fale alguma coisa, por favor!

O médico pressionou Dane com uma frustração perceptível. Nem Dane, nem Grayson, que observava tudo com um olhar nervoso atrás, conseguiram argumentar, uma vez que estavam sendo tratados com dureza. Afinal, eles realmente haviam feito algo que não ousariam admitir em voz alta.

‘Tomei analgésicos e fiz sexo selvagem… e acabei assim.’

…mas ao invés de dizer a verdade, Dane apenas piscou lentamente, com os olhos desfocados, e murmurou:

— Estava me sentindo preso… então tentei me exercitar um pouco.

— Exercício?! Ora, nesse estado?! Será que você não bateu a cabeça também?

Ao ouvir isso, os olhos de Grayson brilharam com um olhar perigoso. O médico, totalmente alheio a isso: “Como ousa falar assim com o meu Dane?” continuou:

— Se continuar assim, só vai prolongar sua internação. Se ficar se mexendo sem cuidado por causa do tédio, pode acabar deitado assim pelo resto da vida. É isso o que quer? Hein?

— “Pelo resto da vida?”

Grayson cortou de repente, como se apenas essas palavras tivessem chamado sua atenção. Dane também notou as orelhas dele se erguendo levemente.

— Prometo que isso não vai mais acontecer.

A resposta fraca de Dane fez Grayson se encolher novamente.

‘Esse idiota ainda não desistiu…’

Dane continuou deitado, ouvindo as broncas do médico como se entrasse por um ouvido e saísse pelo outro. Quando o médico finalmente saiu e eles ficaram a sós, Grayson foi o primeiro a falar:

— Me desculpa…

A expressão cabisbaixa e arrependida dele amoleceu o coração de Dane.

— Tudo bem. Eu quis isso tanto quanto você…

— Mesmo assim…

Grayson continuou com a voz baixa:

— Fui violento demais. Devia ter pegado mais leve…

— Eu não gosto de nada leve.

Dane interrompeu, sem hesitar. Só então Grayson levantou a cabeça, e ele sorriu de canto:

— Se eu gostasse disso, não teria usado chicotes e algemas, não acha? Você já devia saber disso a essa altura.

E ele tinha razão. Dane preferia sexo intenso e agressivo, em vez de algo doce e leve. A verdade é que ele ficou muito satisfeito com o que tiveram, o problema foi o “efeito colateral”.

— Aliás…

Dane franziu a testa ao se lembrar de algo, e Grayson imediatamente ficou tenso. Em vez de tranquilizá-lo, Dane o repreendeu:

— Você… por que não desiste logo disso?

— Desistir do quê?

Sem olhar para Grayson, que arregalou os olhos, Dane respondeu:

— Eu não quis dizer que é para desistir de mim. — Os olhos de Grayson voltaram ao normal. Dane continuou encarando o teto. — Mas essa ideia de me manter preso na cama, ou qualquer coisa parecida… desista logo disso.

— Eu não penso mais assim.

Grayson respondeu sem hesitar. Dane olhou de relance para ele, antes de voltar a olhar o teto.

— Então tá.

O silêncio caiu por um instante. Grayson, meio constrangido, murmurou olhando para outro lado:

— Aquilo foi só… um momento de fraqueza. Só por um instante, nada mais.

As palavras resmungadas soaram estranhamente desanimadas. Dane voltou a olhar para ele. Ao ver Grayson desviando o olhar com determinação, como se quisesse evitar seus olhos a qualquer custo, Dane moveu a mão instintivamente, mas parou no meio do caminho. — Urgh… — Dane engoliu um gemido, prendeu a respiração por um momento até a dor aliviar e então falou:

— Venha aqui.

A voz saiu rouca e trêmula. Grayson lançou um rápido olhar de lado. Quando seus olhares se encontraram, Dane repetiu com mais firmeza:

— Eu disse para vir. Aqui, para este lado.

Só então, Grayson finalmente se moveu, encurtando a distância entre eles. Em um instante, ele já estava ao lado da cama. Dane levantou a mão com dificuldade e, quando Grayson prontamente quis segurá-la, ele resmungou:

— A cabeça.

Grayson recolheu a mão com rapidez e se curvou, inclinando a cabeça para frente. Só então, Dane pôde afagar seus cabelos.

— Isso… bom garoto, garoto obediente.

Era como se estivesse lançando um feitiço para fazê-lo se comportar. Aquilo era algo que se fazia com um cachorro – e, de certo modo, não era tão diferente assim. Claro que Grayson Miller não era um cão de verdade. Se fosse para comparar, talvez fosse mais como um mastim. Dane se lembrou da força descomunal daquele homem, que havia despedaçado outro com as próprias mãos. Grayson Miller apenas escondia os dentes quando estava com ele. Pensando bem, talvez fosse mais adequado dizer “meu cachorro não morde”.

— Dane?

Perdido em seus pensamentos, Dane voltou a si quando escutou a voz de Grayson chamando seu nome. O homem o olhava com um misto de dúvida e preocupação, só então ele percebeu que havia parado de acariciar sua cabeça. Ao ver aquele olhar ansioso direcionado a ele, quase caiu na risada. Só não riu de fato porque, ao inspirar, a dor de sua ferida o fez conter o impulso no último segundo.

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Continua…